41. Decisão

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Na esperança de acordar do pesadelo no qual adormeci, eu abro os meus olhos sentindo minha cabeça dolorida e reconheço não estar na minha casa, muito menos no meu quarto. Porém estou com muita vontade de vomitar.

E sem pudor nenhum eu faço isso e parece que a minha alma vai sair com tudo o que comi nos últimos 3 dias.

- Hey! Hey! - diz uma voz familiar e alguém segura o meu cabelo enquanto passa a mão pelo meu rosto. - Calma, Laura. - Ela me ajuda a deitar e vai coloca um pano frio em minha cabeça.

- Ruiva? - pergunto não a reconhecendo, pois os meus olhos estão embaçados com pequenas lágrimas, talvez por causa do esforço que fiz.

- Em carne e osso! - diz dando-me um pano branco para que eu possa limpar o meu rosto.

- O que aconteceu? Porque estou no hospital? - pergunto tonta e ela para o que está fazendo e me olha com olhos de pena.

- Tenho uma notícia para te dar! - ela diz com calma como se eu fosse fugir e levanto a sobrancelha gesticulando com as mãos para que ela continue - Suponho que pelo pouco tempo, tu ainda não saibas mas...

- Se eu soubesse não te perguntaria, não é? - interrompo-a com arrogância e ela apenas sorri.

- Estás grávida, Laura! - ela diz simples e em segundos meu mundo cai.

- Como assim? - pergunto assustada. - Tem um bebê aqui dentro? - aponto pra minha barriga. Eu não sei distinguir as emoções e tão pouco saber o que fazer. O dia ainda nem começou e já tenho essa bomba em mãos ou melhor uma vida em mim.

- Sim Laura. Um mini Ohano ou uma mini Laura. - ela diz sorrindo e eu so sei chorar - O que aconteceu?

- Eu não posso estar grávida. É impossível, eu e Ohano sempre protegemo-nos, então isso não é possível! - digo mais para mim do que para ela. - Eu não tenho nem estrutura e nem capacidade para ser mãe! - digo e ela acente.

- Entendo que tenhas medo. Mas essa criança vai te ajudar e ensinar tudo o que precisas saber. - diz com meiguice e toca minha barriga causando-me um arrepio - Todo mundo erra, mas essa criança não tem culpa dos teus erros, nem dos erros de Ohano.

- Eu sei, Ruiva! Não precisa me dar lição de moral, eu mais do que ninguém sei disso muito bem! -digo sentindo o nó da minha garganta ficando cada vez mais forte e me permito chorar com mais veracidade. - Mas enfim, desde quando?

- Pelos exames tem mais ou menos duas semanas. Talvez não tenhas percebido porque os sintomas normalmente começam depois da 5° ou 6° semana dependendo de cada mulher, tirando isso vocês dois estão ótimos. - ela diz e sinto-me feliz por estar tudo bem com ele. - Mas precisas alimentar-te melhor porque esses enjoos vão ficar frequentes e se não comeres sera pior para ambos.

- Ok. - digo ainda entre lágrimas - Quando poderei ir embora? - pergunto me sentindo exposta.

Eu sempre fui cuidadosa e em nenhum momento eu me deixava levar pela ardência do momento, contudo com Ohano é tudo tão intenso que eu perdi a noção do controlo.

Viajo para momento em que tudo aconteceu, minha voz misturada com a dele, nossos toques sincronizados, cada movimento, cada beijo o fogo...e reconheço que esse dia nenhum de nós lembrou de usar proteção, e eu estava tão submersa em meio aos momentos que vivia que me esqueci dos outros meios de proteção e hoje estou cá, carregando um pingo de gente dentro de mim e em 9 meses eu terei um ser que dependerá de mim para tudo, mas o que eu mais temo é a reação de Ohano já que existe Gia e o seu bebê.

Que belo tiro em Ohano, que belo tiro!

- Laura! Laura! - fala a Ruiva, tirando-me dos meus pensamentos

OhauraOnde histórias criam vida. Descubra agora