Capítulo 32

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Antoniette Topaz Point Of Views

Cheryl me deixou em casa naquela mesma noite. O caminho no carro foi repleto de silêncio a não ser pelo rádio que naquele horário da noite tocava uma música baixinha.

No caminho todo eu pensava no que Cheryl me disse a algumas horas atrás.
Minha mãe, a sua partida, Megan, tudo parecia se encaixar e fazer algum sentido agora. Eu lembrava de uma noite em que ela entrou no meu quarto, estava tão cansada e com sono que não vi o que minha mãe queria, com certeza era pra pegar meu celular eu deveria ter apagado as mensagens.

– Eu te liguei. — sussurrei, eu lembrei que tinha ligado para ela todos os dias. Eu liguei depois dela ter faltado a escola, e depois de um semana eu fui na sua casa e ela não estava lá, estranhei aquilo e fui falar com a vizinha e ela disse que a família Blossom tinha se mudado e foi quando eu passei a ligar para Cheryl todos os dias.

Cheryl me olhou confusa, mas rapidamente voltou a olhar a rua enquanto dirigia.

– Do que está falando? — perguntou. Respirei fundo antes de prosseguir.

– Quando você faltou a escola eu te liguei e você não me atendeu. Fui na sua casa e descobri que você tinha se mudado a alguns dias. Te liguei durante o ano todo e você nunca me atendeu, fez o mesmo com Betty e Verônica. — ela suspirou quando terminou de me ouvir.

Cheryl diminuiu a velocidade e estacionou o carro agora na frente da minha casa. Eu ainda continuava a olhar pela janela do carro mergulhada naquele mar de pensamentos. Eu me lembrava de tudo que senti quando Cheryl foi embora, dor, tristeza, solidão e coração partido. Ela não tinha deixado nenhuma mensagem, nenhuma ligação e nenhum aviso, mesmo que eu soubesse o que minha mãe fez, queria ter recebido uma mensagem de despedida, um último abraço, se eu soubesse que passaria anos sem ver a ruiva.

– Eu apaguei o seu número e a bloqueei em todos os meios possíveis que pudesse entrar em contato com você. — sua voz estava triste. – Fiz a mesma coisa com o número da Betty e Verônica, eu imaginei que elas poderiam ligar por pedido seu. — sua voz estava cheia de mágoa e culpa. Fechei os olhos sentindo aquele nó na garganta, mas tratei de engoli ele. – Depois de alguns anos entrei em contato com Ronnie e expliquei o que aconteceu e ela me entendeu. Como ela ainda falava com Betty, me contou que você ainda estava morando em Miami. — encara a janela ao meu lado pedindo forças para segurar o choro, olhei para cima quando a primeira lágrima caiu. – Em Outubro do ano passado decidi que viria para Miami procurar por você, mas eu tinha coisas a resolver em Nova York. — sua voz morreu no final, virei meu rosto a fitando intrigada com aquela informação, ela olhava para a rua perdida em pensamentos. – Eu fiquei pensando em várias formas de vim para cá, mas eu trabalhava em Nova York e ... — pausou. –... e eu estava namorando na época. — a olhei em choque, eu não imaginava que ela estaria dendo um relacionamento com alguém, isso me incomodou quando imaginei outra pessoa beijando Cheryl, tratei de reprimir aquele incômodo, aquela imagem. – No início de Dezembro, meu superior ligou dizendo que o Hospital Mercy estava precisando de uma Pediatra pra completar o total de médicos no setor de pediatria, aceitei a proposta, bom, me pegou de surpresa no início mas eu aceitei e agradeço o universo por ter me dado uma mãozinha. — falou risonha. – Eu tinha acabado de chegar em Miami, estava aqui alguns dias quando encontrei você no supermercado. — ela me encarou agora, um lindo sorriso brincava em seus lábios, seus olhos brilhavam. Mas uma necessidade de perguntar com quem ela namorou, quem era essa pessoa? Onde se conheceram? Quanto tempo de relacionamento?

– Namorou por quanto tempo? — perguntei sem me conter de curiosidade. Ela quebrou nosso contato visual para olhar o seu colo e depois voltou a me olhar.

– 4 anos e meio. — minha boca abriu em um perfeito " O " eu não imaginava ter sido por tanto tempo. Suspirei ainda em choque.

– Nossa. — foi a única coisa que saiu da minha boca enquanto eu olhava para frente. – Qual era o nome dela? — ela ficou em silêncio por um tempo sem me responder.

𝑶 𝒑𝒓𝒊𝒎𝒆𝒊𝒓𝒐 •𝒄𝒉𝒐𝒏𝒊Where stories live. Discover now