‽ Mezze parole, Mille dolori ¿

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Boa tarde, queridos e queridas. Tudo bem com vocês? Espero que sim.

O capitulo se segue com 5k de palavras para aproveitarem um pouco a leitura. Venho avisar que esse capítulo está com algumas cenas de morte, violência e palavras de baixo calão.

Boa leitura, babys <3.

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Anima-te por teres de suportar as injustiças; a verdadeira desgraça consiste em cometê-las. — Pitágoras

A desgraça é algo horrível de se dizer para definir sua vida em uma palavra só, esquecendo de todo o resto. Não vivemos somente na desgraça, há momentos, como a felicidade, a tristeza, o ódio, o rancor, é uma bagunça de memórias que ninguém explica que pode acontecer em seus últimos anos, mas você consegue sentir tudo isso.

A minha vida não é diferente, mas poderia dizer que é uma desgraça. Quando pulei daquela janela usando o Taehyung de proteção, não senti alívio ou sequer um pingo de felicidade por conseguir sair daquele lugar. Eu só havia pensado na desgraça da minha vida, de como ela poderia estar destruída em um piscar de olhos. Quando notei estar aprisionado como um animal naquele lugar, não senti medo, ódio, rancor ou entrei em pânico, na verdade, minha cabeça estava neutra.

Eu queria sentir medo. Eu queria ter um motivo para fugir. Eu queria conseguir mexer minhas pernas para longe daquele lugar, mesmo sabendo que Taehyung conseguiria me alcançar mesmo correndo quilômetros, mas não consegui mover um músculo. Só cai no chão com aquele zumbido, fui acorrentado como animal e sendo usado para enganar a todos.

Quando Taehyung fez o seu ridículo show com script, na minha cabeça, todos acreditariam de cara que era verdade, não é como se eu estivesse fazendo algum esforço para dizer o contrário.

Neste dia, em um horário qualquer, foi o dia em que aprendi que o silêncio é gritante e julgador. Naquele silêncio de mais de setenta pessoas, incluindo os criminosos, podia sentir todos os tipos de olhares que ninguém gostaria de receber.

Ódio, desprezo, rancor e surpresa.

Tudo ficou evidente com aquele silêncio. Entretanto, meus olhos não desviaram dos de Taehyung, com ele sorrindo divertidamente como se estivesse achando graça de algo, mas não estava, era tudo fingimento, assim como a minha paciência.

Respiro fundo depois de um longo tempo, fechando os olhos para tentar fugir daqueles olhares julgadores, escutando sua risada soprada.

— Consigo visualizar cada olhar, cada sentimento — ele disse, — ódio, rancor e decepção. Como é sentir tudo isso de uma vez só, Jeon?

Abri meus olhos, encarando-o. Ele não estava olhando para mim, mas estava sério, observando sua plateia silenciosa, um sorrisinho discreto dançava em seus lábios.

— O que lhe faz pensar que esses olhares não são direcionados todos os dias para mim, Kim? — questionei, recebendo sua atenção. — Ódio, rancor e decepção. É um olhar tão comum em minha vida que receber isso não é uma surpresa, é um alívio.

Seus lábios tremeram por centésimos para surgir um sorriso fechado, assim como divertimento em suas íris castanhas. Ele mexeu em seu bolso para retirar dois pirulitos, desembrulhou um deles e enfiou na boca como se não estivesse fazendo nada demais.

— Se acostumar com a desgraça é o mesmo que deixá-la desaparecer, mas quando sofrer algo horrível, ela vai reaparecer como um ciclo vicioso, como a fumaça do cigarro nublando seus pulmões, fodendo com a sua alma e acabando com a sua vida — murmurou, sorrindo. O pirulito estava próximo ao seu rosto, apontado para mim como uma arma. — É isso que acontece, Jeon.

MOTHER, I FELL IN LOVE WITH A CRIMINAL🥀 - TaekookWhere stories live. Discover now