Já fazia algum tempo que Connor estava "morando" conosco. Como irmã do Dick, tive a "obrigação" de tomar conta dele. Até certo ponto até era fácil... o lado bom é que ele é como uma criança. E o lado ruim é que... ELE É LITERALMENTE COMO UMA CRIANÇA.
-E isso? Como isso funciona?- Perguntou o "garoto" enquanto girava um dos aparelhos em meu quarto.
-É como um... escritor. Se ativado, poderia reescrever palavras, frases ou livros de acordo com o que você o programa pra fazer.- Respondo enquanto preparo a quinta caneca de chocolate quente para Connor.
-Ah... Foi você que fez?- Perguntou inocentemente enquanto observava o aparelho de diversos ângulos.
-Na verdade não... um garoto que conheci na biblioteca a uns meses fez e eu pedi emprestado...
Connor acenou, ainda focado no aparelho.
Era estranhamente fofo cuidar dele. Tinha alguns dias que eu me esquecia de seu passado e sua personalidade, mas bastava só algumas palavras do mesmo e era confirmado.
Nessas últimas semanas Connor estava tendo pesadelos constantes, acordava gritando ou então vinha ao meu quarto, todo suado e assustado, no meio da noite dizendo que nao conseguia dormir. E essa noite não foi diferente.
Senti algo cutucar meu braço e abri meu olhos, vendo o mesmo garoto das noites anteriores com o rosto coberto de lágrimas e o corpo tremendo.
-Outro pesadelo?
Connor acente.
Me levanto e o ajudo a se deitar na cama, me sentando ao seu lado assim que o cubro.
-Vou preparar alguma coisa pra você tá bom?- Pergunto enquanto passo as mãos pelos cabelos de Con, tentando o acalma. Ele se aproxima do toque fechando os olhos.
-Nao me deixe sozinho agora, por favor...- Limpo as lágrimas que insistiam e rolar por seu rosto e deixo um beijo em sua testa, pegando
Con se aproxima e deita em minhas pernas. Enquanto volto a acariciar seus cabelos penso no laboratório que ele foi "criado". As pessoas dali podem muito bem terem feito outros experimentos e crueldades, isso precisava acabar.
Só Deus sabe o que Con passou lá dentro. Balanço a cabeça tentando afastar aqueles pensamentos assim que comecei a formular imagens mentais de Con sendo torturado. Já bastava ser filha adotiva do próprio batman.
