Depois de ter praticamente berrado na frente de vários alunos, incluindo Leo, Jay, Percy e Piper, acabei deixando o trabalho das fitas com eles...
Bom... a festa havia começado, todos estavam aproveitando toda a vasta variação de iguarias e os jogos.
Somente eu Harley ficamos no dormitório do Chalé Hefesto.
-Vamos logo...
Implorou a garota, descendo da beliche.
-Harley, se você quiser ir, pode ir. Eu vou ficar e---
-Que droga, S/n! Quer saber? Desisto.
Harley bufou e saiu do quarto, resmungando e pisando forte.
Não era a primeira vez que eu não participava de alguns eventos, muitas vezes o motivo era Leo, ela deve ter ficado frustrada de tanto insistir nos últimos anos.... Não a culpo.
Me aconcheguei mais no acento da cama enquanto abria o mesmo livro de semanas atrás, me preparando pra mais uma noite de lendo contos antigos...
-Tok Tok...
Ouvi uma voz familiar do outro lado da porta.
Me levantei suspirando, indo em direção a porta.
-Estou indo!
Abrindo a mesma, não consigo esconder minha surpresa. A fonte do meu nervosismo estava ali, na minha frente.
-Oi... É... Quer jogar? Estamos jogando verdade ou desafio, Percy acabou de receber um murro de Jay por dizer que acha a Piper bonita, meio que foi um desafio que nós fizemos a ele e... Enfim, desculpa, estou divagando... Quer participar?
O garoto sorri, coçando os cachos de seus cabelos enquanto trocada o peso de um pé para o outro.
-Bom... E-eu estava me preparando para dormir agora mas...
-Ah, desculpa incomodar! Não sabia que dormia cedo, não precisa ir se não quiser, eu só queria ter certeza de que estava bem...
Leo começa a divagar de novo sobre o assunto.
Sorrio e observo enquanto o garoto mexia as mãos e gesticulava enquanto contava sobre os desafios que os outros já haviam feito e quais ele gostaria de fazer quando chegasse sua vez.
Pele escura, cabelos castanhos e olhos da mesma cor... vi como seus dedos estavam meio machucados pela construção de vários bugigangas que ele mesmo inventava.
Acabo admirando ele por tanto tempo que não percebi que Leo havia parado de falar.
-Ah... Eu... Céus, desculpa----
-Voce gosta de mim?
Naquele momento parecia que o tempo havia parado, como se meu avô, Cronos, resolvesse parar aquele instante, só para ter o gostinho de ver a filha da deusa que ele engoliu, vulgo sua própria filha, reviver constantemente o momento mais vergonhoso da sua vida.
Ok, estou exagerando de novo...
-Jay me disse... Na verdade ele ouviu Piper conversando com Percy e depois me disse... Eu só quero saber se não é uma brincadeira idiota deles...
O calor do meu corpo, que já era naturalmente alto, aumentou. Minhas orelhas estavam vermelhas e minhas mãos suavam como se fogo rondasse meus dedos.
O silêncio já estava ficando desconfortável. Assim que Leo abriu a boca, se preparando para se desculpar, eu o interrompo.
-Sim. É... S-sim. Eu gosto. Só... olha, não precisa pedir desculpa, eu sei que não é recíproco então eu---
Naquele momento foi a vez de Leo me interromper. Seus lábios bateram nos meus, enquanto suas maos mergulharam direto a minha cintura. O beijo não durou dois segundos até que ele se afastasse levemente pedindo para continuar, o que foi concedido.
Meus dedos encontraram seus cachos, pude jurar ter visto as estrelas de Astéria explodirem.
Nossos lábios dançaram em uma música desconhecida, se movendo perfeitamente e moldando um no outro. Logo nos afastamos por falta de ar, franzi as sobrancelhas enquanto juntava nossas testas, ainda ofegantes.
Uma coisa acabou levando a outra. Leo me ergueu em seus braços, entrelaçando meus tornozelos em suas costas enquanto minhas pernas apertavam sua cintura.
A porta é fechada, ele me leva até a beliche que eu devidia com Harley e me deita na mesma.
Acabou que a noite não foi tão ruim quanto eu esperava. Mas também não foi boa. Quer dizer... Foi, claro que foi! Mas o que quero dizer é... Bom... Sobre a manhã seguinte, na verdade.
Harley provavelmente viu nossos corpos nus, cobertos por uma fina camada de pano, pois na manhã seguinte ela não estava em sua cama.
Como as estrelas cadentes de Astéria, com toda certeza. Era o que eu sentia quando senti seus braços ao meu redor.
Tracei meus dedos por sua pele até ouvir sua voz, próxima ao meu pescoço.
-Voce... Posso ficar com você essa manhã ou vai correr de mim outra vez?
