Cap 40 Sua decisão é a minha também (Natã)

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Suelen aceitou conversar comigo e Reinaldo, a pessoa que escolhi para ser meu novo mentor espiritual na igreja. Ele nos recebeu em sua sala e eu já o havia preparado para o assunto e toda a minha situação. A minha ideia é que ele me ajudasse a mostrar a Suelen o meu lado como celibatário, para que a gente conseguisse namorar mais tempo sem que ela me obrigasse a quebrar o juramento.

Ele a cumprimentou e ofereceu café e bolo em uma mesa lateral, longe da sua mesa de trabalho. Nos sentamos lá e isso pareceu mais amigável e confortável. Ela aceitou o café e parecia tranquila.

— O Natã já me deixou a par da situação e eu queria te perguntar, como é para você saber que seu namorado tomou uma decisão anterior ao namoro e que você discorda?

— Ah! Um inferno. Desculpe se é pecado dizer essa palavra, mas é como posso resumir. Eu já abdiquei de muita coisa na minha vida, estou sempre cedendo para todo mundo e agora não quero ceder ter prazer no meu namoro por um juramento que para minha crença não faz sentido. Você deve pensar que seria melhor que conhecesse uma mulher da religião dele e que também achasse ótima a castidade, mas nos apaixonamos, fazer o que, agora?

— Eu fico feliz que vocês se amem. E para você, Natã? O que deseja fazer com este voto?

— Ir até o fim. Eu não quero quebrá-lo.

— Eu tenho uma dúvida, se me permite. — Suelen deixou o café que bebia de lado.

— Claro, pode perguntar tudo o que quiser.

— O que é exatamente quebrar a castidade? Por que ficar nu na frente da namorada, colocar a mão dela em seu peito e a deixar muito excitada com frases bem provocativas poderia ser uma espécie de quebra?

Eu tossi com o bolo que comi e parecia farofa indo para todo o lado. Suelen se divertiu com a cena e se recostou na cadeira, quebrando a cabeça para o lado e encarando Reinaldo.

— Você fez isso? — perguntou-me.

— Foi a tentação. Um momento de...

— Ele disse que era para eu ter uma "prova" de como seria gostoso ter ele pelado todinho para mim. — Suelen usou aqueles termos, me deixando completamente vermelho e mudo.

— Natã, você fez isso? Meu filho! Como é que eu vou explicar para alguém de fora alguma coisa com este exemplo que deu? Eu nem preciso responder que isso é totalmente fora de questão, não é?

— Eu errei, assumo.

— Você errou muito feio e deve pedir perdão a Deus com toda a sinceridade do seu coração.

— Eu sei, vou rezar... — Olhei para o chão, me sentindo envergonhado e péssimo. — Foi muita fraqueza da carne.

— Aliás, a carne que ele está mencionando foi muito tentada antes, né? Porque Natã teve muitos casos com outras mulheres, curtiu bastante a vida, de repente, encontrou a luz, o caminho, não sei como chamam e, pronto, agora será castidade daqui para frente. — Suelen contou abertamente e não imaginei que ela ficaria tão à vontade assim para me expor. — Desculpe, Natã, você está calado, mas é que se você contou toda minha vida pregressa para um estranho, que é seu amigo, imagino que não tenha problema a gente falar da sua, correto? Estamos em um espaço de total segurança aqui, imagino.

— Sim, estão. — Reinaldo se pronunciou para não deixar a conversa caminhar para uma briga. — Bem, Suelen, me perguntou os limites da castidade. Esse foi um voto escolhido por Natã e isso significa que deveria cumpri-lo até o matrimônio. Eu acredito que o amor é capaz de fazer nosso coração e nosso corpo encontrarem forças para o que nem imaginamos que poderíamos suportar. Você o ama como ele é?

AbstinênciaWhere stories live. Discover now