Capítulo 7: O Jubileu Tá Estranho

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Eu estava sentada no chão do meu quarto, com o grimório em mãos

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Eu estava sentada no chão do meu quarto, com o grimório em mãos.

Eu ainda não sabia como isso funcionava, mas pelo o que Vitória e Eduarda disseram, seria uma espécie de diário de bruxa.

Querido diário,

Ainda dá tempo de eu me matar?

Fecho os olhos e tento me concentrar em algum feitiço. Não sabia por onde começar, então esperava que o "universo" ou a Deusa pudesse me guiar. Tentei uma espécie de meditação e estendi as mãos, respirando fundo e soltando o ar pela boca. Mantive a mesma concentração de energia que tinha quando Hécate queria me avisar algo, senti a palma da minha mão formigar.

Pensei em algo específico. Quanto mais detalhe, melhor. Pensei na proposta de Davi e em Nicolas. Me concentrei naquelas emoções, no que sentia toda vez em que ouvia seu nome. O frio na barriga, seu sorriso para mim. Pensava no quanto queria que ele me notasse, no quanto queria que ele me amasse.

— “Sit amor, qui est in corde meo, habitet et constringat cor...” — Comecei a pronunciar aquelas palavras que não sabia como as recitava, apenas dizia. Era latim, disso eu tinha certeza, e sabia muito bem o significado.

Antes de eu dizer o nome de Nicolas Alves para completar o feitiço, que eu ao menos sabia se daria certo, um grito invade meu quarto, me fazendo levar um susto capaz de meu coração perder o controle do rítmo cardíaco.

— CHEGUEI, MARIZINHA! PARTIU AULA DE INGLÊS! — Pedro grita animado enquanto invadia meu quarto.

— PEDRO! VOCÊ NÃO PODIA BATER NA PORTA? — Digo empurrando o grimório para debaixo da cama, então algo acontece.

Minhas mãos possuíam um brilho roxo, uma forte energia mágica. Era o feitiço que eu havia feito para Nicolas, fora do controle.

— SAI DAQUI. TE ENCONTRO NA COZINHA! SAI. — Empurro Pedro para fora e fecho a porta bem na sua frente.

Precisava me atrapalhar justo agora?

Ah, Pedro. Como eu queria enfiar sua cabeça no vaso do banheiro da escola (que eu nem sou capaz de descrever).

Ainda irritada, guardei minhas coisas e fui até a cozinha. Vi Pedro sentado na mesa, mexendo no celular pouco antes de notar que eu havia chegado.

— Atrapalhei alguma coisa?

— Atrapalhou, como sempre. — Respondo frustrada e me sento ao seu lado. — Vamos começar. Me diz o que você sabe de inglês.

— Hi Lorena, rau are you? — Ele diz brincando, fazendo com que eu desse um tapa na minha própria testa. — Eu sei a gramática inteira. Phrasal verbs, genetive case, técnicas de leitura... o meu problema não é ler, é só falar.

— Certo. Não vai ser tão difícil.

• • •

Dois dias se passaram.

O Legado de Hécate - A Magia das Bruxas [CONCLUÍDO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora