Capítulo 36: Irmãos

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Os vídeos da chuva de fogo circulavam por toda a internet

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Os vídeos da chuva de fogo circulavam por toda a internet. Era um assunto comentado mundialmente, o lugar exclusivo onde o "apocalipse" acontecia. Muitos pegavam suas coisas e iam embora para longe, os que não tinham essa sorte, ficavam e oravam para nada de pior acontecer.

Minha mãe agradeceu a "Deus" por não ter perdido o restaurante, e meu pai estava ajudando a cidade a retirar alguns dos destroços que ficaram pela rua. Os voluntários eram os únicos que tinham a permissão de saírem na rua em uma situação não-urgente, portanto, todo o resto ainda precisava cumprir o prazo da quarentena.

Contei aos outros tudo o que aconteceu no restaurante. Dei detalhes de qual feitiço usei e como derrotei Marinete. Eduarda disse que Bárbara, sua mãe, queria conversar comigo. Eu não soube muito bem o que esperar, mas fiquei ansiosa.

Ainda não tínhamos notícias do Pedro. Nem podíamos ir em sua casa, senão levaríamos multa de estarmos na rua. Eu não falava com Pedro desde o dia em que fui para a tia Ione, e desde ter visto Cassandra matar Manuel, eu só ficava apreensiva a cada segundo que passava sem falar com ele. Não queria que Pedro tivesse o mesmo final.

Mais tarde, quando estava anoitecendo, decidi agir. Usei o feitiço de teletransporte até a casa de Pedro enquanto ainda tinha tempo. Pensei em aparecer no seu portão e chamar, mas seria fácil me ignorarem ou o padrasto dele não me deixar entrar. Então, mentalizei diretamente o seu quarto.

Quando finalmente apareci no lugar, olhei ao redor e vi o quarto vazio, apenas com as coisas de Pedro dentro. Poucos segundos depois, vi a porta se abrir e uma figura masculina adentrar no espaço. Ele levantou o olhar e me encarou confuso, fechando rapidamente a porta atrás de si.

— Mari? O que cê faz aqui? Como você... — Antes dele terminar de falar, me aproximo preocupada e encaro seu rosto.

Ele tenta se virar, mas eu consegui notar os hematomas no seu rosto. Seu rosto possuía diversas feridas e seu olho estava roxo. Ele tinha algumas ataduras no braço e um machucado vermelho do lado da boca.

— Pedro... o que aconteceu? Por que você não nos atendeu? — Questiono, sentindo um sentimento ruim dentro de mim ao vê-lo naquele estado. — Quem fez isso com você?

— Você não deveria ter vindo. Vai embora... — Ele se afasta cabisbaixo, mas nego e seguro seu rosto.

— Não, eu não vou embora! — Digo firme e respiro fundo. — Foi ele, não foi?

— É... — Pedro olha para mim como se naquele momento estivesse vulnerável. Dava para ver que seus olhos prendiam lágrimas, mas eu nunca vi Pedro chorar.

Eu não sabia exatamente o que sentia naquele momento. Se era raiva pelo padrasto dele, tristeza, dor de vê-lo assim. Passo a mão levemente no seu rosto e faço com que as feridas se cucatrizassem.

— Está doendo? — Pergunto, e ele faz que sim com a cabeça.

— Por que você veio? — Ele pergunta.

O Legado de Hécate - A Magia das Bruxas [CONCLUÍDO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora