— Então quer dizer que qualquer pessoa com o nosso sobrenome pode ser uma bruxa? — Perguntei ainda sem entender, mas Rafaela negou.
— É algo que está no nosso sangue, mas não que necessariamente todos vão seguir.
— Você também tem superpoderes?
— O quê? Como assim? — Rafaela questiona e ri fraco, então a olho confusa. — Poderes?
— Sim, do tipo de recitar um feitiço e algo mágico acontecer. — Explico, mas agora quem estava confusa era ela.
— Não. Eu pratico a bruxaria natural, prefiro me conectar com os elementos da natureza. Sou uma bruxa solitária, não tenho um coven. Gosto assim. — Ela tira o corpo do apoio que estava fazendo no muro e se afasta. — Você tem?
— Tenho o quê?
— Poderes. Essas coisas. Eu sei que existe, na verdade eu desconfiava. Mas nunca conheci alguém que... realmente tivesse um. Ainda mais alguém tão próximo quanto minha prima.
— Ah. Claro. Minha amiga Vitória, que também é uma bruxa, disse que foi o legado da Deusa Hécate para deter a Cassandra. — Conto, tentando ir bem ao ponto e não dar tantos detalhes.
— Cassandra... — Rafaela sussurra e olha para o lado, como se conhecesse esse nome.
— Você a conhece?
— Já tive um encontro com ela uma vez. Não foi muito agradável. — Rafaela pareceu não querer falar muito sobre aquilo, mas a curiosidade gritava dentro de mim.
Não consigo dizer mais nada porque Stefany aparece na escada e avisa que tia Ione estava nos chamando para jantar. Concordamos e descemos juntas, caminhando até a cozinha e ajudando a colocar a mesa.
— Ô Mari. Aquele amigo do Samuel ainda vai lá? Ele é um gato... — Stefany diz pensativa, sentada na mesa.
— Que amigo? O Pedro? — Pergunto confusa, lembrando algumas poucas vezes que eles foram lá no restaurante e o Pedro estava. Provavelmente ele se referia a isso. — Ah, sim. Ele praticamente mora lá em casa.
— Será que um dia eu vou ter chance? — Ela suspira apaixonada, com a cabeça apoiada na mão.
— Sai das fraldas primeiro, fedelha. — Diz Lucas com uma cara de nojo.
— Aquieta a bundinha porque você ainda não tem idade para essas coisas. Eu hein, vê se pode! — Ione reclama enquanto colocava a comida no prato e eu seguro o riso.
Após o jantar, ajudei Rafaela a lavar a louça e fui tomar um banho. Coloquei um pijama e fui para a sala, vendo Ione no telefone falando com alguém.
— Mari, sua mãe quer falar com você! — Me aproximo e pego o telefone da mulher, colocando-o no ouvido e ouvindo minha mãe do outro lado da linha.
ESTÁ A LER
O Legado de Hécate - A Magia das Bruxas [CONCLUÍDO]
FantasyAntes de descobrir a magia, o mundo oculto e real que existia debaixo dos olhos de cada habitante de Três Luas, tudo era normal. A vida de Mariana era bastante comum na cidade localizada no interior do Rio de Janeiro, mas tudo vira de cabeça para ba...