Olá. Antes de mais nada, quero compartilhar uma dúvida da minha querida leitora GreiceKelly203, que será a primeira a chegar aqui, deixando uma pequena enquete para vocês responderem: Com quem vocês acham que a Tess deve ficar, Jake ou Liam?
Então vamos à leitura? Este capítulo pode ajudar a chegar a uma resposta.
Liam Grant estava no apartamento da GE, na Terceira Avenida, junto com uma equipe de limpeza fazendo uma varredura nos cômodos; atrás de artefatos eletrônicos.
Um cliente importante chegaria das Bahamas naquela tarde e nada podia sair errado. Viria em seu próprio avião e para manter o anonimato, recusava-se a hospedar-se em hotéis. Liam foi falar com o zelador.
— Não quero ninguém aproximando-se do andar, até segunda ordem.
Ninguém olharia duas vezes para o homenzinho magro e enrugado, que aparentava ser exatamente o que era: o zelador. Mas ele nunca esquecia um rosto, um nome ou uma data.
— E se o JK aparecer?
Liam franziu a testa, intrigado.
— Jake?
— Só soube que ele estava aqui naquela ocasião porque tive de subir e mandar consertar a porta do quarto.
Liam não estava entendendo nada mas sentiu que era importante.
— Quando? Que houve com a porta do quarto?
— Há três anos, quando Tess se mudou para cá. Juro que não o vi passar pela portaria nem uma vez.
— Que houve com a porta? — insistiu Liam.
— Ora, tinha sido arrombada! — Ainda havia espanto na voz do zelador.
Liam ouviu, a incredulidade aumentando. Lembrou-se de uma coisa.
Já soube quem está de volta?
Você.
Jake Kyle. Posso apresentá-los, se você quiser.
Tenho certeza que vou encontrá-lo por aí, mas obrigada.
Quando na verdade tinham passado a noite juntos. Miseráveis. Os dois!
❆ ❆ ❆
Havia um telegrama à sua espera, quando Jake chegou à agência naquela tarde. Ele foi até a sala de arquivos e o abriu.
Permaneceu um longo tempo sentado, os pensamentos se agitando, até se acalmarem. Depois de todo aquele tempo, ela resolvera procurá-lo. Por quê? Quando finalmente estava pronto para esquecer, ela voltava.
❆ ❆ ❆
Enquanto isso, Liam estava com o cliente das Bahamas. O homem tinha um gênio explosivo e maneiras rudes. Era enorme, com a basta cabeleira ruiva grisalha nas têmporas, olhos azuis frios e uma barba ruiva espessa. Parecia um Viking. Mas era um Viking com grana.
Liam teve de recorrer a todo seu charme para aplacar o mal humor do cliente e deixá-lo satisfeito. Quando conseguiu finalmente livrar-se do Viking e retornar à agência, no final da tarde, ele esgotara a paciência e o charme sucumbira ao mal humor. Ao encontrar Mel em sua sala, sentada em sua cadeira, explodiu:
— Tire seu rabo daí. AGORA!
Ela não se mexeu. Depois de um tempo, sacudiu um pedaço de papel, antes de começar a guardá-lo.
— Isso chegou para o Jake. Achei que se interessaria, mas já que...
— Desculpe — pediu Liam depressa. — Tive um dia péssimo. É claro que me interessa.
Armou um sorriso e estendeu a mão. Relutante, Mel lhe entregou o pedaço de papel.
— Tive o maior trabalho para ler o telegrama, sem que Jake suspeitasse, mas me saí bem. Anotei aí o que estava escrito.
Liam estava lendo a mensagem, tentando encontrar um sentido para as palavras: ENCONTRE CATARINA POR DO SOL. TRAGA CONHAQUE.
— Procurei-o o dia todo, mas você não atendeu minhas chamadas.
— Eu estava ocupado atendendo o diabo — murmurou Liam sem tirar os olhos do papel.
— Quem será essa Catarina?
A voz de Mel continuou, mas Liam afastou-a para longe, concentrando-se em ler o que não estava escrito naquelas linhas. Catarina devia ser o ponto de encontro: um bar, restaurante... podia ser qualquer lugar. O que não fazia nenhum sentido era a menção ao conhaque. Mas ele sabia, por instinto, que cada palavra implicava um significado.
— Cadê o Jake?
— Saiu há meia hora.
Portanto, ele teria que decifrar a mensagem sozinho. Liam olhou pela janela. Não demoraria para o sol começar a se pôr.
❆ ❆ ❆
Jake caminhava devagar pelo píer, sentindo o vento frio do mar em seu rosto. Era uma das raras ocasiões em que ia a um encontro sem sua arma.
Julgara estar curado da emoção, inteiro outra vez. Mas, inesperadamente descobria que não estava acabado, a emoção sempre estivera presente, nas missões, impelindo-o a arriscar a vida cada vez mais, sem se importar se viveria ou morreria.
Sua vida toda fora separada em compartimentos e era como se cada compartimento pertencesse a uma pessoa diferente. Não tinha o hábito de refletir sobre o passado, mas sempre soube que chegaria o dia em que teria que responder por ele. Talvez tivesse chegado o dia. E já que começava pelo fim, podia vislumbrar como tudo acabaria, quando os compartimentos se fundissem.
No final do píer, o efeito espelhado da água refletindo no casco com o nome Catarina, ele subiu a bordo, esvaziando a mente de tudo. Só assim estaria inteiro para ela.
— Jake...
Ele se virou. Não foi capaz de transformar em palavras a emoção, como não transformara, quando ela partiu. Ela mudara. Era como se tivesse ido do céu ao inferno e voltado, mas não inteira. Havia uma maturidade de que carecia antes, uma força e uma dor que eram novas.
— Que aconteceu, Tess?
Ela entendeu. Jake não procurava uma resposta para seu desaparecimento, mas para sua volta.
— Helen Finney.
De repente, foi como se o tempo não tivesse passado. Ele estava de volta à agência e o diretor lhe revelava quem era Tess na verdade.
Ela acredita que Helen Finney seja capaz de fazer-lhe mal, mas não revela o motivo.
Era como se o tempo todo a sombra de Helen Finney pairasse sobre Tess, afetando suas ações e decisões. E agora, de alguma forma, trouxera Tess de volta.
— Ela levou o meu filho. Preciso de sua ajuda para trazer meu filho de volta.
Alguém aí adivinhou que a Tess tivesse tido um filho?
Pois é, ela teve, mas a Helen... ela mesma. Que será que aconteceu?
Vamos descobrir?
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Sombras do Passado
Mystery / Thriller🏆Vencedor do Wattys 2022🏆 Uma inglesa de família tradicional que se casa com o herdeiro de um império bilionário. Depois que seu marido é encontrado morto, ela desaparece. É encontrada dois anos depois na cidade de Nova York por uma agência de int...