◇*Part 3* 100 Tons de Destiel pelos olhos de Dean◇

◇ Capítulo 05 ◇

P.O.V  Dean

TERÇA-FEIRA, 28 DE JUNHO DE 2011

--- Leila quer falar com você. --- diz Flynn, e sei, graças ao fato de ele estar estreitando os olhos, que está concentrado na minha reação.

Acho que se trata de um teste, mas não tenho certeza.

--- Sobre o quê? --- pergunto, cauteloso.

--- Imagino que ela queira agradecer a você.

--- Será que eu devo concordar?

Mattew se recosta em sua cadeira.

--- Em falar com ela? Não acho que seja uma boa ideia.

--- Que mal poderia haver?

--- Dean, ela tem sentimentos fortes em relação a você. Ela deslocou tudo o que sentia pelo amante falecido para você. E acha que está apaixonada por você.

Meu couro cabeludo começa a pinicar e a ansiedade aperta meu
coração.

Não!

Como ela pode me amar?

A ideia é intolerável.

Sempre será somente Cass.

O sol, a lua, as estrelas: eles se levantam e se põem com Cass.

--- Acho que, para o bem da Leila, você vai ter que estabelecer limites claros, se quiser manter qualquer contato com ela. --- aponta Flynn.

É provável que seja para o meu bem também.

--- Podemos manter toda a
comunicação entre mim e Leila
através de você? Ela tem meu e-mail, mas não tem entrado em
contato.

--- Suspeito de que ela receie que você não vá responder.

--- Pois está certa. Nunca vou perdoá-la por ter apontado uma
arma para Cass.

--- Se servir de consolo, ela está cheia de remorso.

Solto um suspiro exasperado; não estou interessado no remorso
dela.

Quero que se cure e desapareça.

--- Mas está indo bem? --- pergunto.

--- Está. Bastante bem. A arteterapia está fazendo maravilhas; acho que ela quer voltar à cidade natal dela e fazer um curso de Belas Artes.

--- Ela encontrou uma escola?

--- Encontrou.

--- Se ela ficar longe de Cass, e de mim, posso financiar o curso.

--- Muito generoso de sua parte.

Flynn franze a testa, e desconfio de que ele esteja a ponto de se opor.

--- Posso me dar ao luxo de ser generoso. Fico feliz que ela
esteja se recuperando. --- eu me apresso em acrescentar.

--- Ela recebe alta essa semana e vai voltar para a família.

--- Em Connecticut? --- Ele confirma com a cabeça. --- Ótimo.

Ela vai morar do outro lado do país.

--- Recomendei um psiquiatra para ela em New Haven; assim, não fica longe para ela. E vai continuar recebendo um bom tratamento. --- Flynn faz uma pausa e depois muda de assunto. --- Os pesadelos pararam?

--- Por enquanto.

--- E Elena?

--- Tenho evitado qualquer contato com ela, mas assinei os contratos ontem. Já está feito. O grupo Esclava agora é dela.

O nome que Elena escolheu para seus salões e para o grupo sempre me fez sorrir.

Mesmo agora.

--- Como você se sente a respeito?

--- Não pensei muito no assunto. --- Minha mente está atulhada com outras preocupações. --- Só sinto alívio por tudo já ter terminado.

Flynn me observa por um instante, e acho que vai continuar nessa linha de questionamento, mas ele muda.

--- E como você está se sentindo, em geral?

Faço uma pausa para considerar a pergunta, e a verdade é que à parte a sabotagem do meu querido Charlie Tango, e o fato de que
alguém quer me ver morto, eu me sinto... bem.

Estou ansioso, é óbvio, e furioso porque Cass ainda não aceitou ir morar comigo no Escala, mas compreendo que ele deseje uma outra noite comigo no seu apartamento, que é algo que pode acontecer nesse fim de semana.

Os quartos do pânico vão ser instalados na cobertura e precisamos sair de lá.

Para um hotel, para The Maryy ou para o apartamento de Cass.

--- Estou bem.

--- Reparei nisso. Estou surpreso. --- Flynn parece cauteloso.

--- Por quê? O que foi?

--- É bom ver você externalizar a sua ansiedade, em vez de virá-la para si mesmo.

Franzo a testa.

--- Acho que a ameaça à minha vida é externa.

Ele aquiesce.

--- Sim, é verdade. Mas distrai você de se cobrar demais.

--- Não tinha pensado nisso dessa forma.

--- Conversou com o seu pai?

--- Não.

Flynn permanece impassível, mas aperta um pouco os lábios.

Suspiro.

--- Vou arrumar um tempo para fazer isso.

Ele olha o relógio.

--- Nosso tempo acabou.

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