𝕸𝖊 𝖆𝖉𝖔𝖗𝖆

𝖆𝖓𝖓𝖊 𝟑𝟐

Laís: Ainda bem que a chuva deu uma trégua, né? Pra gente aproveitar essa piscininha com sabedoria.

Eu arqueei uma sobrancelha e a encarei que me encarou de soslaio, sabia que era indireta. Sabedoria? Nada com nada, não tinha outra palavra pra jogar seu ciúme por eu estar de calcinha e seu namoradinho não tirar os olhos de mim? Melhore. 

Eu dei um mergulho nadando de uma ponta a outra e me afastei um pouco delas, me apoiando na borda da piscina e deitei a cabeça nos braços, esticando as pernas ficando meio boiando, meio me apoiando. Logo meu pai me chamou avisando que iria embora e eu ia saindo quando a Alice agarrou minhas pernas, me puxando e me afogando. Quando levantei buscando fôlego, comecei a estapear ela que se defendeu gargalhando e eu tirei os fiapos de cabelo da cara. Ela implorou pra que eu dormisse lá, eu neguei, ela implorou e eu tive uma ideia.

Anne: Eu durmo aqui se você me encobrir pra eu ir encontrar com o Otto. - Sugeri, baixo, só pra ela ouvir, ela bufou e assentiu. Eu bati palmas animada - Pai, vou dormir aqui. - Ele assentiu e eu mandei beijos pra ele e minha vó -

Voltei a dar umas nadadas e mergulhos e então, saí ajeitando a calcinha e sutiã bem escancaradamente pra chamar a atenção do Lorenzo, claro. Peguei outra long neck, peguei meu cigarro e isqueiro na bolsinha que trouxe e me sentei na poltrona da outra ponta, de frente pro Lorenzo que mexia no celular. Coloquei uma perna pra cima e a outra na mesinha de centro. Acendi o cigarro, dei um gole na bebida e liguei pro Otto que não demorou a me atender.

Otto: Espero que esteja me ligando pra eu ir te buscar. - Eu gargalhei, jogando a fumaça fora - Sério, tô morrendo de saudades. Já tá em casa?
Anne: Não, vou dormir aqui na Alice.
Otto: Ah! Não, foge aqui pra casa.
Anne: Mas a ideia é essa mesmo.
Otto: Porra, aí sim. - Comemorou e eu ri, negando com a cabeça - Te busco agora?
Anne: Não, vou me trocar, comer alguma coisa e te aviso. - Lorenzo me encarou e eu dei um gole na minha bebida sustentando seu olhar -
Otto: Tá bom, então. Te aguardo. Beijo
Anne: Beijo. - Estalei um beijo e desliguei, colocando o celular no meio das minhas pernas -

Lorenzo: Tu pensa que vai aonde? - Perguntou, e eu levantei o olhar contendo o sorriso -
Anne: Não te interessa. - Ele se inclinou pra frente, na ponta da poltrona em que estava sentado-
Lorenzo: Óbvio que me interessa, você está na minha casa sob minha responsabilidade. - Ele dizia firme, puto. Eu estalei os lábios, revirando os olhos -
Anne: Não força, Lorenzo.
Laís: Algum problema? - Chegou do nada e perguntou sentando-se no colo do Lorenzo que descansou as mãos no braço da poltrona ao invés de tocar na mulher e virou a cara pra piscina. Eu levantei, peguei minha calça e neguei com a cabeça -
Anne: Boa noite.

Avisei a Alice que estava indo tomar banho e ela fez valeu com o dedo. Coloquei o celular pra carregar enquanto eu me arrumava. Lavei o cabelo por causa da piscina e depois borrifei um protetor que tinha um cheirinho maravilhoso e brilhos. Fiz um coque pra quando eu soltar, ficar meio ondulado, passei um óleo de corpo, perfume, escovei os dentes e fui escolher uma roupa e optei por um conjuntinho de calça e cropped de manga longa com estampa militar. Passei um hidratante de rosto e calcei o chinelo slide que tinha vindo mesmo. Me joguei na cama pegando o celular e mandei mensagem pra ele avisando que já podia vim e que eu iria pedir alguma coisa pra comer lá. Não demorou muito pra ele avisar que já estava no portão. Peguei meu celular e desci correndo enquanto mandava mensagem pra Alice avisando que estava indo. Entrei no carro envolvendo o pescoço dele com meus braços e puxando-o pra mim para iniciarmos um beijo. Ele deu partida e em pouco tempo chegávamos na casa dele.

Ele me entregou o celular dele desbloqueado e falou pra eu escolher o que pedir enquanto ele pegava bebidinhas pra gente na cozinha. Pedi dois bowl de poke e devolvi o celular pra ele quando o mesmo sentou ao meu lado me entregando um copo de uísque com água de coco e energético. Dei uma provada pra ver se estava forte e não estava, agradeci dando um selinho nele e sentei de lado com as pernas pra cima, ficando de frente pra ele. Perguntei como tinha sido o dia dele e me contou alguns acontecimentos engraçados, nos fazendo rir. Contei pra ele a minha discussão com meu pai a troco de nada e em como ele tinha me deixado puta, mas que depois fui encher a cara e passou, rimos e nosso pedido chegou. Sentamos na sacada pra comer enquanto conversávamos e depois fomos namorar no chaise que tinha ali. Rolou algumas mãos bobas, ele já estava sem blusa e quando tentou tirar a minha, nos afastei chamando-o para fumarmos.