𝖆𝖓𝖓𝖊 𝟑𝟑

44 5 0
                                    

Lorenzo: Se controla, por favor. - Pediu, tentando manter a calma -

Anne: Me controlar? Me larga e me deixa ir embora que eu me controlo, me controlo longe de você. Seu lixo. Você é um lixo, lixooooo. - Eu berrava de ódio e decepção. Ele tampou minha boca, sustentando um o olhar do outro. Me debatia tentando me soltar e por fim, cansei. Ele tirou a mão da minha boca e alisou meu rosto, me fazendo virar a cara - Eu preciso sair, tô ficando sufocada aqui. - Disse, baixo e ele me soltou me seguindo pra parte da frente da casa. Eu respirei fundo com a cabeça pra cima e voltei a encara-lo -
Lorenzo: Você acabou de me dar o momento mais feliz e satisfatório desde quando nos afastamos, vamos sentar e conversar tranquilos pra não acabarmos estragando essa noite que foi incrível pra nós dois? - Eu não respondi, ele pegou minha mão e me levou até a poltrona que tinha ali, me fazendo sentar - Quer água? Você bebeu o dia inteiro... - Eu assenti e ele foi buscar voltando logo em seguida e me entregando uma garrafinha de água que eu bebi quase toda - Eu pedi a Laís em casamento no carnaval... - Ele começou e aquilo já me sufocou - Não contamos pra ninguém ainda e não temos data de nada. O fato de eu estar com ela ou ter pedido ela em casamento não muda nada em relação aos meus sentimentos por você e hoje eu tive a confirmação disso. - Eu encarei ele, chorando rios e levantei, levantando a cabeça, buscando por ar que me faltava - Anne... - Ele me chamou e eu o encarei, ele indicou a poltrona e eu voltei a sentar, terminando com a garrafinha de água e jogando-a longe com raiva - Não tem como negar que eu e você temos uma química foda, um magnetismo que fica nos atraindo um pro outro, mas nos fazemos muito mal, Anne... Não é saudável. Principalmente pra você.
Anne: Eu não tô me sentindo bem. - Falei levantando enquanto alisava o peito -
Lorenzo: O que foi? Tá sentindo o que? - Ele perguntou ficando na minha frente, analisando meu rosto -
Anne: Pressão no peito, não consigo respirar direito. - Fechei os olhos e tentei puxar ar - Cadê a Alice?
Lorenzo: Isso é ansiedade, controla a respiração. - Ele simulou como controlar a respiração e eu fui imitando-o - Vai passar já já. - Ele me sentou novamente na poltrona e foi buscar outra garrafinha de água pra mim que aceitei e dei algumas goladas - Alice saiu. Quer deitar? - Eu queria e não queria. Eu não queria mais ouvir ele falando de casamento com aquela vaca, mas também não queria sair de perto dele - Amor...? - Me chamou, me fazendo o encarar na hora mordendo o lábio. Ele me puxou pro colo dele e eu enterrei meu rosto no seu pescoço - Desculpa... - Pediu, alisando meu corpo e depositando alguns beijinhos e cheiros em mim - Você quer deitar? - Neguei com a cabeça - Tá se sentindo melhor?

Antes que eu conseguisse responder, escutamos a voz da Laís perguntando o que estava acontecendo e no segundo seguinte, ela puxou meu cabelo me puxando com força, fazendo com que eu caísse no chão. Lorenzo tentou fazer ela soltar o meu cabelo e eu chutava ela.

Laís: Projeto de piranha. Oferecida. Putaaaaa! - Lorenzo agarrou o pescoço dela apertando e só então ela me soltou, mas ainda conseguiu me dar um pisadão na perna - Me larga, filho da puta. - Ela ordenou com dificuldade e deu um tapa na cara dele que a soltou - Vai embora agora daqui, sua piranha. - Ela disse, apontando pra mim e o Lorenzo arrancou ela daqui com um puxão no braço -

Eu coloquei as mãos no rosto e chorava de soluçar. Minha cabeça que antes doía por causa do chororo, tinha mais um motivo que eram as dores que ela me causou. Merda! Que merda!!!

Reuni forças e levantei correndo até o escritório onde peguei meu celular e subi correndo pro quarto da Alice, não queria de jeito nenhum encontrar com ela novamente. Eu estava morrendo de vergonha, que situação. 

Tirei a roupa e entrei no box pra tomar um banho pra tirar o cheiro de sexo, de bebida, de tristeza, vergonha e angústia. Meu peito doía tanto, fazia uma pressão tão forte que parecia que eu ia morrer. E eu estava aqui sozinha, passando por isso sozinha. Ele escolheu acolher ela, controlar e confortar ela... claro, claro que ele escolheria a futura esposa. Eu não passo de mais uma transa pra ele. Que tristeza, meu pai. 

𝕸𝖊 𝖆𝖉𝖔𝖗𝖆Onde histórias criam vida. Descubra agora