Capítulo 25

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H E L E N A
🇧🇷

Os dias, as semanas e os meses têm passado muito depressa. Estou no meu quarto mês de gravidez, mais feliz que nunca, e minha barriga já é perceptível, até demais. Apesar de conseguir disfarça-la bem se estiver usando uma roupa mais larga, mas como o inverno foi embora e a primavera começou a dar as caras ficou mais fácil usar roupas menos gigantes. Ainda não consegui saber o sexo do bebê, e quero resolver isso hoje mesmo. No final das contas, Peter e eu preferimos esperar para ter emoção de descobrir da forma convencional, então não teve nada de sexagem fetal.

- Não acha que estou maior que o normal? - pergunto ao Peter, olhando minha barriga de novo. - Estou só com quinze semanas, mas...

- Não há nada de diferente em você, Ellie. Estranho seria se não estivesse crescendo, não? - ele ri, folheando uma revista de cuidados nas primeiras semanas e parecendo bastante interessado.

Estamos na sala de espera da clínica aguardando nossa vez na consulta, e tem várias outras grávidas aqui, algumas acompanhadas e outras não. A maioria está babando no Peter na maior cara de pau, e tenho certeza que é por conta do seu uniforme, pois eu fico do mesmo jeito. Consegui um horário no fim da tarde, então saímos dos nossos trabalho direto para cá. Ainda estou de roupa social e tudo.

- Sei lá, é esquisito. Não fiquei desse jeito com o Noah.

Meu noivo olha para uma mulher sentada ao lado do marido, observando a barriga gigante que ela exibe. Aposto que está nos seus últimos dias de gestação pronta para o nascimento.

- Imagine só quando nosso bebê tiver daquele tamanho?

- A coitada não deve parar de ir ao banheiro diversas vezes ao dia. Viu de quanto em quanto tempo ela se levantou desde que chegamos? - quando fecho minha boca, ela sussurra algo no ouvido do homem e se levanta com um pouco de dificuldade, indo em direção ao corredor.

- Você é terrível, doutora! - Peter gargalha, atraindo alguns olhares, e eu dou um beliscão nele.

- Não me faça passar vergonha. - cochicho, mas também estou rindo.

- Você começou. - acusa. - Viu isso filho? Sua mãe está agredindo um oficial da lei! Se eu prendê-la, não fica bravo comigo. - ele faz um carinho suave na minha barriga por cima da blusa branca de seda.

- Vai sonhando, ela vai gostar mais de mim do que de você. - brinco.

- Ah, Ellie, é o que nós vamos ver. Vou ser um puta de um pai!

É tão fofo vê-lo animado. Tem sido assim nas últimas semanas desde sua conversa com a Davina, alegria sem fim. Estou adorando esse novo Peter mais leve e despreocupado, parece até que rejuvenesceu anos.

Dez minutos depois enquanto ele me mostra como armazenar leite - apesar de eu já saber -, meu nome é finalmente chamado:

- Helena Fernandes.

Me levanto e Peter me segue até a sala muito iluminada da dra. Morales, que sorri e nos cumprimenta assim que entramos. Esperamos pacientemente enquanto ela faz perguntas obrigatórias para saber meu estado; falamos principalmente dos meus enjoos que deram uma diminuída considerável desde a última vez que estive aqui.

- Então vamos lá, mamãe e papai. - Louise bate palmas e se levanta para ir até o monitor. - Vou pedir que se deite na maca agora, Helena.

Acomodo-me onde ela pediu e suspendo a roupa, com Peter ao meu lado tão ansioso quanto eu. Ele não para de sacudir a mão nervosamente.

- Então, doutora, será que vamos conseguir ver se é menino ou menina? - ele pergunta.

- Pensamentos positivo! Você me pergunta isso desde a primeira consulta que veio. - Morales ri e depois derrama uma quantidade daquela meleca gelada no meu abdômen. - Vocês preferiram passar pelo martírio do que fazer o exame mais prático e rápido.

Depois do AcasoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora