Capítulo 26- Então me faz entender, meu amor.

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Saio pulando da faculdade com a minha declaração de que eu tinha concluído o meu curso e com os dois convites para a minha festa de formatura que é amanhã a noite. Encontro Niragi nos portões da faculdade e pulo nele.
- Conseguiu? – perguntou enquanto eu ainda estava nos braços dele.
- Consegui! – falo quando ele me coloca no chão.
Ele me olha de cima a baixo, sorrindo. Sorrio de volta.
- Escolhe um lugar – ele diz e eu o olho confusa – é, fale o que você quer fazer que faremos, temos que comemorar – rio.
- Você tá doido – falo rindo.
- É sério, fala o que você quer fazer – ele segura minha mão
- Sério? – o olho.
- Muito sério – ele me encara sério e eu rio.
- Ok, quero uma noite de jogos com muito hamburguer e Coca-Cola – digo e ele sorri.
- Perfeito – ele me puxa até o carro e começamos a saga de comprar hamburgueres.
A noite foi perfeita, eu e ele de pijama comendo e jogando vídeo games, zoavamos um ao outro conforme íamos jogando, apostávamos coisas conforme o resultado e no fim acabamos do mesmo jeito: entrelaçados no corpo, suando e ofegando.
Acordo com meu próprio grito, subo meu tronco na cama tão rápido que minhas costas chegam a doer, estou ofegante de medo. Olho para o lado e Niragi está me olhando assustado, ele me puxa para o peito dele e me abraça.
- Outro pesadelo? – pergunta e eu concordo – quer contar?
- Sonhei que alguém colocava um travesseiro no meu rosto, estava me sufocando – digo e ele aperta os braços envolta de mim – eu conseguia escutar aquele aparelho que mede o batimento cardíaco pq eu estava em um hospital.
Respiro fundo.
- Mas você está aqui comigo, nada de ruim vai te acontecer – ele beija meu cabelo e deita comigo, fico com a cabeça sem eu peito recebendo um cafune.
Apesar disso minha mente não desligava, parecia que o pesadelo se repetia toda vez que eu fechava os olhos fazendo eu começar a sentir a ansiedade crescer em mim até lagrimas começarem a escorrer. Tudo veio como uma avalanche, medo do meu futuro, do meu trabalho e principalmente dos exames.
- Ei – Niragi disse erguendo meu rosto e vendo as lagrimas – o que foi? – me abraça forte e eu retribuo.
- Estou com medo de tanta coisa – digo e ele fica acariciando minhas costas até o choro se tornar cansaço e eu dormir.
No dia seguinte, eu e Niragi fomos a academia e depois comprar uma roupa para a minha formatura. Experimentei vários vestidos e ele ficou me avaliando, tudo para ele estava perfeito mas o critério de avaliação era se eu conseguiria dançar e levantar rápido com o vestido. Um vestido preto longo de alcinha com decote em V, com uma fenda na perna até a altura da coxa e bem brilhante ganhou e foi esse que eu levei.
Fui ao salão de beleza para fazer meu cabelo e minha maquiagem, Niragi me pegou na porta do salão pronta e fomos para o local. Ele estava de terno padrão mas ainda sim estava estupidamente mais lindo que 100% dos homens daquela festa. Quando subi ao palco com a beca para pegar meu diploma ele foi a pessoa que mais gritou comemorando, estava até vergonhoso a um certo ponto mas eu apenas sorri pois eu estava tão feliz que nada poderia estragar a minha noite. E saber que ela estava ficando ainda mais incrível pq estávamos dançando juntos.
- Vou pegar mais drink – falei no ouvido dele e ele se aproximou do meu.
- Vou ao banheiro, te encontro lá no bar? – ele diz e piscamos em acordo um para o outro.
Cada um vai para um lado e me apoio do balcão esperando o barmen me atender, sinto uma mão na minha cintura. Agarro a mão e empurro minha bunda para o quadril dele e me esfrego nele no ritmo da música, como ele tinha ido rápido no banheiro. Sinto ele se mexer no meu corpo e eu percebo que os movimentos estão diferentes.
- Você já está bêbado? Está dançando estranho – rio e danço mais um pouco, os movimentos dele estavam muito moles.
- Se eu soubesse que você era tão atirada assim eu tinha vindo antes – a voz totalmente diferente me faz se afastar e me virar. Vejo um moreno de cabelo curto e sem o paletó, o olho incrédula e minha mão voa para o rosto dele.
- QUEM VOCÊ PENSA QUE É? – grito brava e antes que eu possa fazer algo uma costa voa no cara. Niragi.
- Você perder a noção? Você sabe que isso é assédio? E ainda mais que ela está acompanhada? – Niragi diz pegando ele pelo pescoço e encostando na parede mais próxima, corro até lá e eles estão discutindo.
Um flash das mãos e do corpo dele se esfregando no meu passa pela minha mente e sinto uma náusea enorme, que nojento. Quero morrer.
- Você está bem? – Niragi me pergunta e eu o olho rápido.
- Desculpa – peço e a náusea piora, uma mão dele vem até meu rosto e me faz olhar para ele.
- Você não tem culpa de nada, ele que é o culpado – ele diz gritando com o cara – peça desculpas a ela agora!
Me sinto tonta, parece que os gritos deles estão dentro da minha mente.
- Não to bem, vou ao banheiro – aviso e saio correndo. Encontro uma cabine vazia ao fim do banheiro e me tranco lá.
Mesmo eu me sentando no vaso sanitário a tontura não passa, fecho os olhos e seguro minha cabeça. Preciso de ajuda, preciso de Niragi, queria meu celular mas está no bolso da calça dele pq eu coloquei lá. Estou tonta, não consigo gritar. Tento levantar para sair dali mas caio no chão da cabine, minha cabeça bate no vaso mas não sinto doer.
Abro os olhos lentamente e sinto falta de ar, um vento me atinge e eu começo a despencar por um túnel escuro sem fim, sinto tanto medo. É uma queda rápida como se eu tivesse me jogado de um penhasco mas como se o buraco escuro me engolisse que não tivesse fim, não consigo nem respirar apenas grito. Grito até eu sentir o vomito vir e eu jogo tudo no vaso ao meu lado.
Abro os olhos e choro por ter alucinado no chão da balada, por ser tão incapaz de conseguir pedir ajuda. Me levanto e respiro fundo me acalmando, lavo meu rosto tentado manter a maquiagem e saio do banheiro. Trombo com alguém que me segura antes de mim atingir o chão.
- Meu amor, você está bem? – é Niragi, que gloria. Abraço ele forte e ele diz que está tudo bem com aquele cara, que eu não tinha culpa. Não conto da alucinação, conto só que vomitei mas culpo a bebida. Eu poderia ser atriz, pq eu nunca estive mentindo tanto na minha vida.
Escondo todas as coisas que estou passando de Niragi desde o exame, as duas semanas que se passaram foram incríveis, ele presenciou os pesadelos e os vômitos mas quase nunca as alucinações pq eu escondia dele. Não queria que ele me visse daquela forma, era humilhante alucinar várias vezes por dia, então eu mantinha a pose de que estava tudo bem mas a verdade era que estava insuportável. Eu aprendi a disfarçar uma alucinação para não acordar ele, aprendi a fingir que minha cabeça era normal.
Vamos embora da balada e ficamos em casa o resto da noite. Passamos o domingo juntos e a tarde ele me dá a notícia que sairia de madrugada para uma viajem a trabalho e voltaria daqui dois dias. Fiquei triste pq sentiria saudades pelo fato que éramos colados um no outro mas passei a noite abraçada nele e de madrugada acordei com ele me beijando.
- Estou saindo para pegar o voo, ok? – ele diz baixinho no meu ouvido, sinto o tecido do terno dele no meu corpo – te amo muito, se cuida – beija minha testa – te mando mensagem quando chegar, mande também quando acordar.
- Te amo, volta inteiro para mim – digo e o abraço.
- Eu vou voltar inteiro e cheio de saudades de você – rio feliz e me beija.
Ele segura meu corpo na cama e inspira no meu pescoço antes de me beijar pela última vez, puxar o edredom para voltar a me cobrir e me despedir. Estou com tanto sono que durmo no mesmo instante.
Acordo com a campainha tocando sem parar, levanto correndo e tropeçando, sinto minha pressão cair mas continuo andando até abrir a porta e encontrar o Sr. Hoikoma sorrindo.
- Bom dia, Srta. Ellie – ele diz gentil.
- Bom dia, que horas são? – pergunto ainda me acostumando com a luminosidade.
- 9:05 – ele diz e eu me desperto. Eu dormi tudo isso? -tem uma correspondência urgente para você – ele me entrega um envelope enorme.
- Muito obrigada – agradeço e quando ele sai eu abro o envelope.
É o meu exame, há um monte de imagens e umas setas indicando partes do meu cérebro, não entendo nada até achar uma carta com as letras da Dra. Burpem.

Ellie,
Você foi diagnosticada com uma doença rara demais, poderia facilmente dizer que é a única paciente com esse diagnóstico em anos. Ela era muito comum em épocas de conflitos armados e a pessoa usava muitos estimulantes para voltar do coma, acredito que exageraram na dose quando você estava internada a alguns anos e isso estimulou demais a sua mente, porém seu cérebro interpretou como um estímulo forte o suficiente para você imaginar as coisas que imaginou mas não para acordar seu sistema todo. Nós sabemos que você tinha uma frequência baixa de alucinações, você tinha crises emocionais e tomava remédios controlados para isso, mas como ficamos dois anos sem realizar nosso exame regular acho que pode ter ocorrido algo ali nesse meio tempo. Posso afirmar com certeza que as pancadas que você recebeu naquele assalto contribuíram para isso, há ligações entre a sua coluna e a sua cabeça nas imagens, se ninguém houvesse te salvado você estaria morta e sem essa doença.
O que ocorre no seu cérebro é um crescimento minúsculo de celular memorias em um local responsável pelas emoções e autocontrole fazendo você ter essas alucinações, provavelmente surgiram para compensar o excesso de estimulantes dos sonhos durante o coma. Contudo, existe uma saída cirúrgica para esse quadro que se define em passar um laser específico no local do crescimento, os detalhes da cirurgia estão na outra carta, há uma chance de o laser ser muito para a sua capacidade e você perder o controle das emoções e pode ser que você não sobreviva pq a frequência da sua doença é muito, muito rara mesmo, ela nem tem um nome muito atual então eu estive pensando em ela ganhar o nome que você escolher a ela.
A notícia um pouco não agradável é que um dia entrei em contato com seus pais para pedir um documento seu por conta do fuso horário e eles exigiram saber o resultado do exame, eu neguei pq isso é algo confidencial entre eu e você mas eles entraram com uma ordem judicial contra meu registro e eu teria as chances de perder meu diploma e nunca mais exercer minha profissão. Então isso significa que você terá que embarcar para o Brasil em dois dias para ir para o centro cirúrgico, eu tentei de todas as formas fazer a escolha ser sua mas eles me ameaçaram então peço perdão por isso mas eu te garanto que darei o meu melhor para essa cirurgia e seu pós-operatório ser um sucesso até pq se você negasse a cirurgia a massa cresceria e você, literalmente, enlouqueceria a ponto de tirar a própria vida. Apesar das ameaças sob minha profissão eu concordei que preferia você viva sob meus cuidados do que enlouquecendo do outro lado do mundo.
Te espero no hospital e no dia indicado as 10:30 para sua cirurgia.
Atenciosamente, Dra. Carina Burpem.

Leio a carta chorando, não acredito naquilo, não acredito que tenho o risco de morrer, não acredito que meus pais ameaçaram a Dra. Burpem e eu não tenho escolha alguma. Abro o outro envelope e vejo a passagem para depois de amanhã para o Brasil e depois uma carta falando que seguranças estariam me acompanhando e teriam permissão de me levar a força caso eu resistisse.
Choro no mesmo lugar que estou e fico ali, sem forças para nada. Como eu contaria para Niragi? Eu não queria dizer que provavelmente eu iria morrer, não queria dizer que meus pais tomaram escolhas por mim, não queria dizer que se ele não chegasse a tempo ele nunca mais me veria, não queria dizer que se eu fugisse eu ficaria louca. Não queria que nada disso estivesse acontecendo.
O peso de saber que haveria chance que daqui 3 dias eu morresse cai sob mim. Passo o dia jogada no chão da sala chorando, não me levanto para comer, nem tomo banho, apenas choro, tenho crises e alucinações, só me levantei duas vezes que foi para ir vomitar e pegar remédios para me entupir a fim de algum tipo de alívio. Fico assim até o dia seguinte, tem mensagens e ligações de Niragi e da minha mãe, não atendi/ respondi nenhuma, a dor de tudo isso não me deixava. Decido que iria me afastar de Niragi, não deixaria ele me ver, só daria notícias minhas antes de entrar na sala de cirurgia pois ele não merecia remoer o fato que eu sairia do Japão para morrer.
No outro dia eu tive que ter forças para tomar um banho, organizar a minha mala e colocar uma roupa decente para ir ao banco autorizar o uso do meu cartão em outro país, então assim fiz. Depois que vomitei e alucinei incontáveis vezes, parece que agora que eu entendia o que acontecia comigo e a consequência de ter essa doença meu cérebro estava me torturando para ver o que me matava primeiro: as alucinações ou o laser. Era 15:45 quando me vesti com uma t-shirt preta por cima de uma camiseta de manga comprida e gola alta com listras vermelhas e pretas intercaladas, por dentro de uma saia preta plissada curta acompanhada de uma meia arrastão bem fina e coturno cano alto, exagerado para ir ao banco? Sim, mas foda-se eu iria morrer mesmo em menos de 24 horas, ninguém iria lembrar de mim a não ser Niragi. Eu não conseguia acreditar que agora que eu estava feliz com o amor da minha vida eu iria morrer.
Eu deixei um e-mail automático explicando tudo para ele caso eu morresse, Dra. Burpem enviaria para mim assim que eu fosse enterrada. Fiquei no banco até 18:27 por causa da burocracia que era a situação, passei em uma restaurante e comi lámen, eu nunca comia mas já que eu iria morrer poderíamos fechar a vida com uma experiencia que eu evitava. Enquanto eu comia eu lia as mensagens de Niragi, fiquei sem mexer no meu celular que eu ainda estava com 68% de bateria desde a minha última carga que foi a mais de um dia.
“o que está acontecendo?”
“você está bem?”
“meu amor, pq não me atende?”
“não sei pq está me evitando mas estou muito preocupado”
“quero notícias suas, te amo”
Meu coração doía por ler aquilo mas eu não podia lembrar dele. Tinha que ser assim senão não daria nada certo. Saio do restaurante e vou para a casa, está um tumulto no elevador e não entendo o pq, quando estou quase pisando dentro de um alguém me segura pelo braço, meu coração para quando vejo Niragi, paralisamos.
- Ellie! – ele diz preocupado – pq está me ignorando? – as lagrimas escorriam pelos meus olhos e ele me puxa para seu peito. Uma dor me invade mas eu empurro ele e corro para o elevador – meu amor?
- É melhor assim – digo chorando e as portas começam a se fechar mas ele entra e o elevador começa a subir – sai Niragi!
- Não! Quero que você fale comigo – ele tenta pegar minhas mãos mas eu tiro.
- Amanhã você vai entender, só me deixe sozinha – peço e evito olhar para ele. Começamos uma briga baseada em “sai daqui pq não quero te magoar” e “só saio quando você me contar”. Até o elevador parar e dar um solavanco fazendo nos dois cair. Minha cabeça lateja com a queda. Niragi se levanta e tenta apertar os botões mas as luzes se apagam nos indicando que acabou a energia e provavelmente estávamos parados entre um andar e outro. Meu telefone toca e Niragi atende já que ele estava no chão. Ouço as vozes mas não consigo prestar atenção pois estou chorando muito, ficar presa com o cara que eu amo sendo que vou morrer na melhor fase da minha vida doía.
- Vamos ter que ficar aqui até a energia voltar – ele diz e se ajoelha perto de mim que estou sentada no chão com as costas na parede de metal – Ellie, por favor – ele pede quase chorando – me conta o que está acontecendo – ele me abraça enquanto eu choro compulsivamente até não ter mais ar.
- Tudo ia acabar naquele momento, pq você me salvou? – olho para ele que está confuso.
- Como assim acabar? O que ia acabar?
- No dia do assalto, eu iria morrer se você não me salvasse, seria melhor assim – digo e ele começa a chorar dizendo para explicar melhor – você não entenderia agora, deixa pra lá, amanhã à tarde você vai entender – abaixo a cabeça.
- Então me faz entender, meu amor – ele implora até eu falar. Então em um ato de desespero eu conto do meu coma, conto que eu vivi 8 anos em 2 dias, conto que ele estava lá nesse sonho, conto das alucinações que sempre tive, conto que agora elas estavam piores e que eu escondi dele, conto que os exames deram um resultado não muito bom e conto que eu iria para o Brasil, só não conto que eu não tinha escolha fazendo ele acreditar que eu poderia ficar e resolver tudo aqui, fazendo ele acreditar que eu não estaria morta em poucas horas – olha para mim, eu não posso trazer de volta aquilo que você perdeu, não posso tirar essa dor de ver tudo isso mas eu vou ser o cara que te apoia, que fica do seu lado sempre e eu prometo que eu vou virar esse mundo de ponta cabeça, vou foder com todos até resolvermos seu problema, para o exame dar um resultado ótimo, para você ficar comigo para sempre – ele diz chorando e me abraça.
- É tarde demais, Niragi – digo e ele nega me abraçando. Ficamos assim chorando por minutos até o elevador ter energia, ele me tira do elevador chorando e me leva para dentro de casa e me abraça de novo. Quero gritar de tanta dor por fazer isso com ele.
- Fica Ellie, por favor não me abandona – ele diz me beijando e chorando, choro também e então ele começa a me puxar para ele, a tocar meu corpo numa tentativa de me manter ali. Me deixo levar e retribuo o beijo, tiro as minha roupas e a dele e vou para a cama com ele, tocando cada parte, sentindo pela última vez o gosto do seu beijo. Olhando cada detalhe dele e memoriando para morrer com o rosto dele na minha mente.
Acordo no outro dia nos braços dele, saio discretamente, coloco a mesma roupa de ontem, pego minhas malas e deixo um bilhete ao lado da cabeceira antes de sair. Acaricio o rosto angelical dele pela última vez, pedido desculpa em silencio por fazer isso.
Querido Niragi,
Não espero que você entenda meus motivos para partir mas quero que saiba que fui diagnosticada com uma doença rara, vou passar por cirurgias e as chances de eu não sobreviver são altas. Nunca duvide de que esses últimos meses foram os melhores da minha vida, você é o amor da minha vida, sempre foi.
Beijos da sua e eterna Ellie.
Saio do apartamento chorando e encontro dois guarda costas na porta do prédio, entrego minhas malas e subo no carro deles. Não me julgue ok? Eu sei que era cachorrada não contar a ele tudo isso mas eu também estava destruída, ver o carro se afastando do meu apartamento doía. Olhei para os seguranças me tremendo de tanto chorar, um olhou muito para mim e sua mão com uma agulha voou para o meu pescoço. Escuridão.

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