Capítulo 14

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Octávio Guerra.

Coloquei minhas mãos em meus bolsos e encarei meu pai, ele estava sentado na cadeira atrás da sua mesa. Em sua mão estava um copo de whisky, que logo se quebrou quando ele tacou em minha direção e se despedaçou sobre a parede me fazendo fechar os olhos por reflexo.

"Você só tinha que fazer uma coisa"-Ele se levantou batendo as mãos na mesa-"Apenas a porra de uma coisa"

"Nem tudo se dá para vencer-"Respondo simples-"É um jogo.."

Ele se aproximou e quando me dei conta meu rosto estava ardendo. Ele me socou com tanta força que o gosto do sangue invadiu minha boca

"Eu não me importo com essa merda"-Me empurrou contra a parede e segurou minha camisa com as duas mãos-"Eu estou apostando alto nisso, então dá próxima vez que pensar em perder um jogo. Lembre-se, que é o meu dinheiro investido ali e se eu perder um centavo...eu mato você"

"Você sempre deixou isso bem claro"-Respondo levantando minha cabeça para lhe encarar-"Tudo pelo dinheiro, não é?"

"Sim, e se isso inclui colocar você debaixo da terra então irei fazer"-Sua mão apertou meu rosto e o sangue escorreu pelo canto dos meus lábios-"Estamos entendidos?"

"Claro. Pai!"-Meu tom soou arrogante e debochado.

Ele me soltou e voltou ao seu lugar, pegou outro copo e encheu novamente.

"E sobre aquela garota"-Fez uma pausa e se virou-"Mantenha-se longe dela, não quero que as influências de uma vadia fodida continue nos afetando"

"Deixe ela fora disso"-Cerrei meu maxilar.-"O nosso assunto não tem nada a ver"

"É ela quem está te deixando desconcentrado, e isso não está sendo bom"-Virou a bebida sobre seus lábios-"Eu a vi no jogo, vi vocês discutindo. Eu vi tudo, sei cada passo que ela dá. Se chegar perto dela eu vou saber e aí...vamos fazer um sorteio, para ver quem leva uma bala primeiro"

"Eu já disse.."-Dou um passo em sua direção-"Ela não tem nada a ver com isso, é um assunto do passado."

"Eu espero que seja mesma"-Bateu o copo sobre a mesa e a porta se abriu.

Meu avô entrou nos encarando com aquele olhar de superior que só ele tem.

"Saia! Quero falar com seu pai"-Direcionou sua fala a mim.

Eu não me opûs, passei por ele e sai fechando a porta. Mas a curiosidade foi mais alta, eu tive que parar e ouvir o que iam dizer.

"O malote está para chegar amanhã"-Meu avô diz e escuto a cadeira se arrastar.

"Eu sei, por isso adiantamos a inauguração da nossa boate. Isso vai atrair toda a atenção e poderemos fazer o serviço sem fazer alarme"-Meu pai responde.

"Ótimo então! Temos muitos clientes interessado nisso, não podemos perder essa oportunidade".

"Não se preocupe pai, vai dar tudo certo. Quando menos notar elas estarão distribuídas".

"Fale para sua esposa tirar seus políciais das ruas, quero tudo vazio ao máximo possível."

"Ela já está ciente, não tem com o que esquentar a cabeça. Tudo já está alinhado".

"O que você está fazendo?"-Dean sussurra parando atrás de mim e eu me assusto.

"Que droga cara, não faz isso"-O afastei e sai andando.

"O que eles estavam falando lá dentro?"-Ele veio me seguindo.

"Não sei, não ouvi direito"-Dou de ombros-"Mas sei que eles vão fazer algo amanhã"

 Primeiro Livro da saga: Children of the night// One NightWhere stories live. Discover now