Capítulo 22

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Isla Krakemburg

Depois de um mês eu acordei, desde a visita daquele homem eu piorei e meu quadro se agravou. Eu precisei de ajuda para respirar e passei a maior parte do tempo sedada.

Eu precisei levar um tempo até eu ter alta, tive que me recuperar e passar por um processo longo de reabilitação.

Nara, Cris e Morgan estavam o tempo todo aqui comigo. Eles revezavam os turnos para me fazer companhia. E como não é novidade, meus pais nem ligaram para perguntar se eu estava viva ou não.

A família Guerra também desapareceu, nenhum deles apareceu por aqui. Nem mesmo Octávio.

Também não sei porque eu deveria esperar que ele fizesse isso!

Mas o tempo foi se passando, a minha vida não parou, eu me formei na faculdade e entrei em uma escola de defesa pessoal. Agora eu trabalho de dia em uma empresa de advocacia e de noite no bar, eu gosto de lá então não quis sair.

Preciso juntar dinheiro o suficiente para sair da minha casa, então todo emprego é bem vindo agora. E ocupar meu tempo foi bom, me fez esquecer a existência dele.

Eu soube que ele foi embora, mas não sei para onde. Ninguém tem muitas informações pessoais por aqui, de certa forma, foi um alívio. Eu precisava de um pouco de paz, e perto dele isso era impossível.

Hoje eu estou em Los Angeles, é a primeira vez que eu viajo para outro lugar que não seja Boston. Eu vim a trabalho com um amigo, e eu estou tão animada para conhecer novos ares.

"Já fez os pedidos?"-Ele perguntou assim que entrou na cafeteria.

"Sim"-Respondi deixando uma nota sobre o balcão-"Por que demorou?"

"Estava difícil arrumar uma vaga, as ruas aqui são cheias"-Ele fez uma careta e eu ri-"Quer ficar aqui ou tomar no caminho?"

"Acho melhor a gente ir, não quero chegar atrasada"-Passo a mão por meus cabelos e o jogo por cima dos ombros.

"É sua primeira audiência como auxiliar, importante chegar no horário mesmo"-Sorriu colocando as mãos no bolso.

"Eu estou tão ansiosa"-Abri um sorriso enorme

"Vai dar tudo certo, relaxe"-Ele se aproximou beijando minha bochecha e eu corei.

"Aqui está, um Capuccino e um café"-A garçonete nos entrega os copos e pegamos.

"Grata!"-Respondi e saímos da cafeteria

"Ainda bem que o tribunal fica logo ali na esquina"-Ele dá um gole em seu café enquanto esperava o sinal abrir.

"Pode ir na frente, acho que eu esqueci meu celular em cima do balcão"Respondo vasculhando minha bolsa.-"Eu vou lá pegar, pode ir!"

Digo a ele e me viro voltando para a cafeteria, empurrei a porta e entrei. A garçonete de antes estava ali ainda, isso foi um alívio.

"Oi moça, acho que esqueci meu celular aqui"-Digo me apoiando no balcão-"Você por acaso o viu?"

"Ah, sim. Eu vi sim"-Ela respondeu com um sorriso-"Aquele moço ia lá levar para você"

Ela apontou para trás de mim e eu me virei. Naquele instante o chão se abriu sobre meus pés, um peso caiu sobre meus pulmões me impedindo de respirar.

Deus, meu coração vai saltar pela boca e todo meu corpo decair com o choque eu levei.

"Você tem um belo costume de perder o celular não é?"-Octávio balança o aparelho entre os dedos e se aproxima-"Já faz um tempo, não é? Isla!"

 Primeiro Livro da saga: Children of the night// One NightWhere stories live. Discover now