Ik zal voor je vechten

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Olivia


Eu ainda estava bastante incrédula acerca do real estado do pai de Anneliese, mas quando ela me ligou assim que chegou e viu o pai com seus próprios olhos, não pude questionar mais, até porque era o pai dela, afinal. Eu sabia o quão sentida Anne estava com ele e não podia deixar de apoiar ela nesse sentido.

Mas a chateação que fiquei com a viagem abrupta de Anna de volta a Amsterdã me deixou descontrolada. Meus colegas no trabalho repararam e perguntaram se eu estava passando por algum problema em casa, não entrei muito no assunto, desconversei total. Anna também não estava vivendo seus melhores dias, andava bastante ocupada e quase nunca conseguíamos nos falar durante aqueles dias.

E aí quando vou tomar um café e espairecer um pouco a cabeça diante dos problemas que tinha em mente, vi o que estavam noticiando nos jornais naquele momento. “Mabel da Bélgica seria o novo affair da Princesa Neerlandesa?”, eu encarei chocada o tablóide de notícias. Abri o jornal e procurei a matéria e lá estava. Anneliese em toda sua pompa, encenando a Princesa da Holanda ao lado e praticamente abraçada a Princesa da Bélgica, uma figura imponente que era perfeita para ela.

Toda minha insegurança, todos meus receios e medos tomaram conta de mim e li a notícia enraivecida com tudo aquilo. Anna tinha me dito que havia deixado o título, que não iria mais ser princesa e estava nas capas dos principais jornais escoceses sendo tudo aquilo que ela disse que não iria mais ser.

Fiquei profundamente confusa e instintivamente corri para falar com ela. Fizemos uma chamada de vídeo e nela a questionei sobre aquilo tudo que estava acontecendo.

– Eu não pude ir contra minha mãe, Olivia, precisava assumir a frente e tentar ajudar minha família que está bastante sentida com o estado delicado do meu pai. Tentei refutar, falei milhões de vezes que tinha deixado o título, que tinha abdicado, mas o que eu poderia fazer? Não podia deixar minha mãe sozinha lidando com essa situação, quando eu estava bem na frente dela vendo-a sofrer com tudo. – Anne explanou tensa.

Eu via que ela também não estava gostando da situação, mas que a preocupação e sua mania de querer proteger e cuidar da sua família era forte e presente. Eu conseguia compreender um pouco o que ela estava passando, mas também não conseguia controlar que meus medos e inseguranças tomassem a frente de mim.

– Eu sei que deveria estar te apoiando e tentando aliviar o fardo pesado que você deve tá passando aí em Amsterdã, mas eu não pude ficar mais confusa e consternada com os jornais, mostrando você abraçada com outra princesa europeia! – Bufei entredentes, tentando explicar para ela o que eu sentia.

– Amor, antes de mais nada, você tinha ciência de onde eu vinha e o que eu era. – Anna começou. – Fico me perguntando quando você vai aceitar o que eu sou. Eu só estou aqui encenando meu lado princesa por pura necessidade, não estou fazendo porque quero. Agora você vir tentar insinuar que estou tendo alguma coisa com a princesa da Bélgica já é demais, Olivia! É questionar, duvidar do amor, de tudo que fiz por você! – Finalizou nervosa.

– É isso que você acha, que eu não te aceito porque é uma princesa? – Perguntei magoada. – Jamais quis insinuar nada disso, só fiquei confusa ao te ver nos jornais…

– Eu só queria você aqui, mas isso é pedir demais, não é? – Anna choramingou no telefone. – Creio que isso não possa nem ser pedido…

– Anna… – Ela me interrompeu e após isso desligamos.

Voltei ao trabalho totalmente dispersa e quando deu minha hora saí correndo para casa. Quando cheguei fui diretamente pros braços da minha mãe como se eu ainda tivesse cinco anos.

The Wreath of RosesWhere stories live. Discover now