Quer namorar comigo?

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- Ah...oh
Eu não sabia o que falar, câncer é uma coisa séria, não tem como eu virar e falar: "Vai ficar tudo bem" porque não tem como saber. Nem a minha tia consegue curar esse tipo de coisa

- A verdade é que nossa família, só se mudou pra cá pra tentar ter uma nova vida, decidimos isso depois de descobrir a doença. Se não fosse por isso não teríamos que sair da nossa terra natal
- Quer dizer que você iria preferir ficar sem me conhecer?
- Não foi isso que eu quis dizer, eu amo você Camilo

Minha barriga ficou toda moída, e meu rosto avermelhado. Eu e ele... nós dois nos amamos tanto. Eu... realmente sinto que nós fomos feitos um pro outro

Será que agora é a hora certa? Será que eu deveria pedir?
- Eduardo...
- O que?
- Você se lembra do beijo?
- Acho que eu tenho o dever de perguntar: Qual deles? - Eu dei uma risada antes de continuar

- Tô falando do beijo que eu dei em você ontem
- Ah, sim. Eu fiquei bem surpreso!
- Eu imagino, eu te dispenço e em seguida te beijo. Deve ter sido confuso pra você
- Foi um pouco
- Eu ainda não sei o que deu em mim, mas de repente eu tive a vontade, e só... fui - Ele riu e falou
- Eu te entendo

Vai logo Camilo! Diz pra ele o que você sente!
- Eu preciso entrar agora, tchau Camilo
- EDU! Não vai ainda, eu preciso te falar...
- Camilo, calma! Respira... o que você quer falar
- Eu... e-eu... - As palavras saiam da minha boca, porém sem fazer sentido
- Cami, eu preciso entrar, o que você quer me falar - Eu respirei fundo pra falar sem gaguejar

- Edu, eu pensei muito desdo último beijo que tivemos, eu percebi que eu não acho você só um amigo. Eu gosto de você bem mais do que qualquer amigo deveria gostar. Eu reparei que eu faço coisa absurdas; quando eu estou com você... eu fico com dor na barriga, suor nas mãos, minha cabeça fica tonta e fico gaguejando, algumas vezes até errando as palavras. Eu percebi que você não é qualquer amigo, você é especial pra mim, e eu gosto de você. Eu amo você - Eu me ajoelho no chão, estendo a mão e falo:
- Quer namorar comigo Edu?

Ele não disse uma palavra. Estava meio longe de mim, então veio correndo ao meu encontro e pulou em mim me beijando

Sentia a língua dele se envolvendo na minha. Suas mãos estavam presas no meu cinto, enquanto minha mão esquerda na sua bochecha e minha mão direita próximo a sua barriga. De todas as vezes que já nos beijamos, essa sem dúvida vai ser a que eu nunca vou esquecer. Quando nossos lábios se separaram ele disse:

- Eu preciso entrar agora Cami. Te vejo amanhã?
- Com certeza...

Ele entrou

E eu acho que isso foi um "sim"

Camilo Madrigal - (História de romance Gay)Where stories live. Discover now