Camilo Madrigal - (História de romance Gay)

Minha mãe

Fazem três dias desde que a mãe do Eduardo foi enterrada.

Ele chorou muito no enterro, senti muito por isso, mesmo não sendo uma coisa dentro do nosso controle. Fiquei triste pela Cecília, a irmã do Edu chorou também no enterro inteiro, eu senti tanta dó, perdeu a mãe tão cedo. Já o pai deles, Pedro Trindade, recebeu uma responsabilidade grande agora. Cuidar dos filhos totalmente sozinho

Estávamos na praça e ele desabafava o quanto sentia saudades dela
- Quando eu adoecia ela preparava uma canja de galinha deliciosa e bem quentinha. Melhorava na hora
- Você gostava muito dela né
- Muito, ela cuidou de mim como ninguém nunca cuidou - Ele estava deitado no meu colo enquanto eu fazia um carinho na cabeça dele. Foi quando virei e disse

- Eu posso cuidar de você agora

Ele se levantou do meu colo, olhou no fundo dos meus olhos e sorriu. Depois disso me beijou

Foi um beijo demorado, eu pude sentir a língua dele se entrelaçar com a minha. Foi quente e gemidos abafados saiam da boca dele. Quando nossos lábios se separaram pude contemplar seu belo rosto, e seu maravilhoso sorriso

Voltando pra casa me encontrei com a Mirabel com uma cara preocupada
- Algum problema prima?
- É sua mãe, ela disse que precisa conversar com você...
- O que!? O que ela quer?
- Não sei, mas ela estava com uma nuvem gigante na cabeça. O que você fez?
- Eu não fiz nada mulher!
- Alguma coisa você tem que ter feito, vai logo lá e vê o que eles querem
- Eles?? O meu pai tá com ela?

Ela só fez um sinal de afirmação com a cabeça

Fui em direção ao quarto dos meus pais, temendo o que podia acontecer. Minha barriga estava borbulhando, me sentia enjoado. Eu nunca mencionei isso antes, mas eu tenho um pouco de medo dos meus pais, tá bom... muito medo

Acho que isso vem de muito tempo atrás, minha mãe com tempestades em sua cabeça, costumava me assustar muito quando eu tinha a idade do Antônio; toda vez que minha mãe ficava brava por qualquer coisa, me escondia debaixo de minha cama. Era assustador

Ao chegar finalmente no quarto, tomava coragem pra abrir. Lentamente eu encostava a mão na maçaneta

- M-mãe? - Ela estava sentada junto ao meu pai de braços cruzados. Ambos estavam sentados em uma pequena mesa

Acho que é agora