Luo-gege não é bonzinho...

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Jiu já estava se sentindo mal em ter vários livros em seu quarto sem saber ler, então pediu a Luo Binghe que o ensinasse a ler e escrever. Ele concordou prontamente, muito animado.

Shen devia ter suspeitado dessa animação toda.

Luo aproveitou que está ensinando o menino a escrever e o faz escrever frases idiotas o elogiando como:

“Luo Binghe é o melhor.”
“Luo Binghe é o melhor gege.”
“Luo Binghe é o melhor discípulo.”
“Luo Binghe é o mais forte de todos.”
“Luo Binghe é o mais bonito de todos.”

— Idiota! Eu pedi que me ensinasse algo que presta, não isso! — Shen jogou o livro nele assim que ouviu o que tinha escrito.

— Pequeno Shizun, você não está vendo o lado educativo — Binghe disse, mostrando o caderno para o menino novamente. — São frases simples que ensinam sobre sujeito e predicado, sobre adjetivo, preposição, complemento e a estrutura de uma frase.

— Hm — Jiu estreitou os olhos, mas como não entendia nada do que ele estava falando, teve que aceitar. — Luo-gege, como se escreve a palavra idiota?

Binghe mostrou a ele e Shen agiu como se fosse um aluno muito dedicado e que tivesse achado aquilo muito interessante. E então, usando o pouco que entendeu sobre estrutura e pegando de base as outras frases que tinha feito, ele escreveu e mostrou para Luo Binghe sorrindo:

“Luo Binghe é o gege mais idiota.”

Os olhos do mais velho brilharam enquanto seu sorriso crescia, ele pegou o papel, feliz. Jiu olhou para aquilo pensando:

Que bizarro... Devia ter pedido para ele ensinar como se escreve "estranho" em vez de "idiota"...

— O Pequeno Shizun aprendeu a escrever meu nome — ele disse, deslizando os dedos pelo papel.

— É claro que eu aprendi. Só um idiota não aprenderia depois de repetir tantas vezes — Jiu disse, cruzando os braços como se estivesse ofendido, mas suas bochechas estavam vermelhas.

Luo Binghe o abraçou, apertando o menino em seus braços. Shen deu tapinhas leves em sua cabeça enquanto que já estava bom de abraços.

***

Shen Jiu estava entediado em seu quarto. Ele brincou com o lápis, tentando equilibra-lo na ponta do nariz e falhando. O lápis rolou pela folha onde ele treinava caligrafia, tentando imitar a letra perfeita de Luo Binghe. O imperador estava ocupado agora e nem mesmo o Irmão Gelado podia estar ali e fazer picolés para ele.

Jiu sentia que se ficasse mais um pouco naquele quarto, ele se tornaria parte da mobília. Se levantando, com o tédio lhe dando coragem, ele saiu do quarto e caminhou pelos corredores sozinho. Como não queria encontrar a mulher de vermelho nunca mais, ele dificilmente andava sem Binghe ou Mobei-Jun pelo palácio.

Ele conheceu o Irmão Gelado recentemente, a única pessoa naquele lugar que não queria mata-lo para se favorecer de alguma forma ou obter a atenção de Luo. O demônio era calado e aparecia e sumiu facilmente. Gostava da presença dele por ele não fazer nenhuma gracinha e nem o tratar como criança.

Mas, no momento ele estava terrivelmente entediado e disposto a tolerar as gracinhas e manhas de Luo Binghe.

Ele foi até o escritório do mais velho, um dos poucos lugares que sabia o caminho. Jiu viu a porta levemente aberta com a luz da sala desenhando uma linha no chão. Aquilo, por mais simples e comum que fosse, o fez lembrar do corredor de outra mansão e a porta do escritório de outra pessoa. A lembrança fez os pelos do menino se arrepiarem e seu estômago se embrulhar.

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