Sparks

Verdade ou desafio

Capítulo 6

Sunoo estava voltando para casa depois de um dia de trabalho que ele considerava como péssimo, mal conseguiu roubar alguma coisa e estava exausto. Seu corpo estava se arrastando pela calçada quando alguém saiu de uma das lojas ao seu lado e colidiu com ele. Quando olhou para a frente, viu que era um homem que certamente era rico, trazia um enorme colar de ouro pendurado em seu pescoço. Além disso, o olhava como se ele fosse um inseto ou algo do tipo, algo no qual ele queria muito pisar em cima. O homem gritou alguma coisa com o outro que parecia ser um motorista, algo sobre estar exausto e para irem direto para o aeroporto. Com várias sacolas penduradas debaixo do braço, ele entrou no carro e sumiu.

Sunoo estava prestes a xingá-lo de um monte de coisas quando pisou em algo. Erguendo o pé, percebeu que era um cartão. De primeira, achou que tinha tirado a sorte grande e o ricaço tinha derrubado seu cartão de crédito na colisão, porém quando olhou melhor ficou decepcionado ao perceber que não se tratava disso. No topo do cartão todo preto dizia: "Hotel Hills". Então aquilo era provavelmente o cartão que abria a porta do quarto onde o ricaço estava hospedado. Sunoo tinha ouvido claramente quando ele disse que iria para o aeroporto, mas se ainda estava em posse do cartão isso só podia significar uma coisa: ele tinha ido embora sem fazer o check out. Ao chegar a tal conclusão, ele simplesmente não pôde ignorar e ir para casa, não quando a vida tinha lhe dado tal oportunidade em mãos.

O Kim subiu no primeiro táxi que viu e parou diante do tal Hotel Hills quinze minutos mais tarde. É claro que ele nunca nem sequer tinha pisado em um local chique assim, até a entrada cheirava a ricos esnobes. No entanto, ele não era um pobre qualquer, ele era um batedor de carteiras. Pessoas como ele sabiam como se esgueirar em qualquer lugar sem serem vistas e tinham lábia o suficiente para virarem qualquer situação a seu favor.

Assim que pisou no saguão, ele analisou toda a configuração do local e esperou o momento certo de distração dos funcionários para pegar o elevador. No cartão estava indicado que aquele quarto ficava no sexto andar, provavelmente um dos últimos do hotel. Ele estava ciente de que havia câmeras no corredor, então tentou não chamar a atenção e andou firme até a porta com o número que combinava com seu cartão. Assim como já imaginava, a porta se abriu quando ele foi aproximado, sinalizando que aquele rico maluco tinha mesmo se mandado sem nem sequer fechar sua conta. Como podia ter tido tanta sorte?

Sunoo pisou dentro do quarto e riu sozinho. Estava tudo bagunçado, mas ele não se importou e se jogou em cima do edredom. O rico até tinha deixado algumas comidas sem terminar em cima da mesa, ele roubou algumas castanhas, uma ameixa e alguns bombons e os comeu enquanto andava pelo quarto, analisando o que tinha por ali. Além daquela cama confortável e da mesa com as comidas, havia um enorme guarda-roupas, um frigobar relativamente grande, um banheiro com banheira e tudo e a parte mais legal: uma piscina do lado de fora. Ele tinha mesmo ganhado na loteria.

Depois de comer, ele preparou a banheira, tirou suas roupas sujas e entrou lá para mergulhar. Nada como um banho de espumas para relaxar um homem que havia trabalhado debaixo do sol o dia inteiro, tendo roubado apenas meia dúzia de carteiras.

Ele estava profundamente relaxado quando seu celular vibrou no chão ao lado da banheira. Quando olhou para a tela, viu que era uma mensagem de Sunghoon, do tipo que ele mandava quase todo o dia perguntando como ele estava. Dessa vez, ao invés de respondê-lo, ele fez uma chamada por vídeo. Quando o outro atendeu, ele estava quase mergulhado na espuma.

— Adivinha onde eu estou — mostrou os arredores.

— Hum? — Sunghoon o encarou confuso — Isso é uma banheira?