Especial Heejake

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Capítulo 34



Heeseung colocou o endereço no GPS do carro e acelerou, dirigindo para fora do dormitório da universidade. Jake estava animado no banco ao lado dele, tinha sido ideia do mais novo que ele fosse passar o final de semana longe de casa. Desde a morte de seu pai, o clima por ali estava muito pesado, sua mãe mal ficava em casa, então ele passava a maior parte do tempo sozinho. Jake sugeriu que eles fossem visitar seus pais, eles moravam perto da praia, num bairro que Heeseung nunca tinha visitado antes. Ele já tinha ouvido falar que era muito bonito, que a comunidade era bastante unida e que a qualidade de vida ali era melhor do que no resto da cidade. Por isso, ficou surpreso quando o mais novo contou que havia crescido em tal lugar e não pôde deixar de se sentir curioso sobre. Além disso, ir à praia seria bom para espairecer, por isso aceitou o convite.

E lá estavam eles.

Fazia muito tempo desde a última vez em que Jake andou naquele carro, ele deu uma espiada no banco detrás e uma memória antiga percorrendo sua mente. Heeseung imaginou onde os pensamentos dele estavam e deu uma risadinha.

— Estava com saudade do banco detrás do meu carro, Sim?

O mais novo virou para a frente envergonhado e não comentou nada. O outro riu novamente e tentou se concentrar na estrada. Como o carro ficou silencioso, perguntou se ele queria ouvir música. Jake disse que ele podia colocar o que gostasse, então Heeseung conectou sua playlist de R&B.

— O capitão tem bom gosto musical — o mais novo disse de repente. — Eu também gosto dessas músicas.

— É mesmo? Isso me faz pensar que conhecemos muito pouco um do outro.

— Hum. — Jake assentiu. — Acho que devíamos mudar isso.

Heeseung o espiou com o canto do olho e concordou com a cabeça.

Logo os prédios da cidade foram ficando para trás, dando lugar a casas mais simples. Enquanto dirigia e cantava, o mais velho estava atento aos arredores, achando tudo por ali bem diferente. Como podia ser que tivesse vivido naquela cidade desde que nasceu e nunca tivesse ido para aquele lugar?

— O capitão tem uma voz bonita. — Jake, que já estava acostumado com a paisagem, estava mais atento ao outro.

— Você acha? — ele perguntou surpreso. — Quando criança eu queria ser cantor.

— É mesmo? E por que desistiu?

— Porque eu gostava de esportes também, e é mais fácil conseguir uma bolsa para a faculdade nesse ramo. O esporte abre mais portas do que o canto, você sabe.

— Hum. — Jake assentiu. — Isso me lembra, eu queria ser baterista, meus pais até me deram uma bateria de brinquedo uma vez.

— Você, baterista? — Heeseung deu uma olhada nele. — Acho que combina.

— Sunghoon e eu queríamos ter uma banda, então ele tocava violão e eu bateria, nós íamos na casa dos vizinhos e tocávamos com nossos instrumentos de plástico. — Ele riu. — Foi uma ideia que não durou mais do que um mês, mas foi divertido.

— Puxa, perdemos a oportunidade de montar uma banda, eu você e o seu ex. — Heeseung deu uma risadinha. — Imagina a tensão.

— Ah, não, não, não. — Ele riu também.

Naquele momento, eles avistaram os muros coloridos e as casinhas perto do mar, então Jake anunciou que eles tinham chegado. Enquanto o mais velho dirigia pelas ruas estreitas, ele ia apontando os locais que frequentava na infância, como sua sorveteria favorita — onde todos os dias ele pedia o mesmo sabor de sorvete no verão —, a loja de revistas em quadrinhos — onde tinha lido todas as revistinhas possíveis —, sua antiga escola — onde uma vez fugiu no meio da aula pela janela para ir jogar videogame na casa de uma amigo —, o abrigo de animais — onde tinha feito trabalho voluntário por alguns anos —, e assim sucessivamente. Ele falava com muito entusiasmo sobre tudo, o que deixou um sorriso preso nos lábios do outro. Ele achava Jake adorável a maior parte do tempo, mas ali com os olhos brilhando enquanto apontava para os lados como uma criança animada, era o ápice da fofura. Heeseung queria enchê-lo de beijos.

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