De encontro ao destino

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(S/N)

— Oh! Você está linda! — O meu pai disse quando me viu, ainda um pouco distante de mim. — A minha filha é a noiva mais linda! — Elogiou e eu sorri largo, abraçando-o com intensidade assim que estivemos próximos. — Estou orgulhoso de você — segurou o meu rosto com as duas mãos e beijou a minha testa. — E pode ter certeza de que hoje vou te conduzir até o Jeongguk tendo muita felicidade no peito e me sentindo muito tranquilo — sorriu também. — Vocês se tornaram um casal bonito em todos os sentidos e vão oficialmente construir uma família maravilhosa.

— Ah, pai... Obrigada... — Não pude segurar as lágrimas. Estava bastante emocionada. — Eu te amo e agradeço por todo o apoio que você me deu até aqui.

— Eu estou muito feliz, de verdade — riu. — Você já me trouxe e tenho certeza de que ainda vai me trazer muita felicidade, filha — acariciou a minha bochecha. — Por favor, não chore mais porque hoje é um dia de pura alegria! — Disse animado. — O seu noivo está te esperando ali do outro lado — apontou para a porta à nossa frente, que servia apenas para dar uma emoção à minha chegada. — E daqui a pouco eu vou ter o prazer de te levar até ele.

Jeon e eu nos casaríamos totalmente ao ar livre e os cerimonialistas se esforçaram para fazer uma entrada e garantir, ao mesmo tempo, que nenhum convidado e muito menos o meu noivo me visse antes da hora. Durante o meu deslocamento pela passarela de vidro – que tinha a porta de madeira e, consequentemente, o local da cerimônia como destino final –, usaram até guarda-sóis para impedir que alguma parte do meu corpo ficasse exposta. E foi impossível não rir disso. Por um momento, até esqueci do meu nervosismo e fiz piadas junto ao meu pai, que tentava a todo custo me deixar mais tranquila.

— É... — Respirei fundo, ansiosa. A maquiadora, sempre a postos, se aproximou e secou as minhas bochechas molhadas. — É daqui a pouco.

— Se estiver muito ansiosa, aperte o meu braço — aproximou o seu antebraço de mim e eu o segurei enquanto ria. — O papai está aqui.

— Pai, eu já sou adulta — a minha voz saiu embargada pelas breves lembranças de algumas das vezes que ouvi aquilo e ele gargalhou, instigando-me a fazer o mesmo. — Você sempre me acalma com isso, não tem jeito.

— Eu sei.

— Pronta, (s/n)? — A cerimonialista perguntou mantendo o seu sorriso empolgado, o que me deixava ainda mais tensa.

— Sim, estou.

— A porta se abrirá em um minuto.

Um minuto para que a transição de fases da minha vida se iniciasse. Era real. Estava acontecendo mesmo. Eu me casaria, diria o tão esperado "sim" daqui a pouquíssimos minutos e o nervosismo não me permitia ser capaz de controlar o meu pé direito, que batia constantemente na passarela e o barulho do atrito com o vidro apenas servia para me deixar ainda mais ansiosa. O meu pai ria, divertindo-se com a minha situação, e fez questão de parar um dos organizadores para perguntar sobre como Jeongguk estava, somente para rir um pouco mais ouvindo o óbvio: Jeon não parava quieto no lugar que deveria estar posicionado para me esperar, seja andando de um lado para o outro ou indo até algum convidado para falar algo. Apreensiva, apertei o meu buquê de tulipas roxas e respirei fundo incontáveis vezes. Será que eu conseguiria caminhar sem tropeçar? Será que conseguiria segurar o choro até o fim da cerimônia? Naquele instante, a emoção que eu sentia parecia ter se concretizado em um sólido e agora estava entalada na minha garganta e me fazia sentir uma ardência intensa no local.

— Podem ir! — A mulher falou com gentileza e eu, extremamente nervosa, engoli em seco, paralisada enquanto a porta de duas folhas se abria em uma lentidão angustiante.

Em nome da vingança | Jeon JungkookWhere stories live. Discover now