Esperança em meio ao caos

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✦ │Um texto BEM importante está no final do capítulo. Leiam, pooor favor!

⊶⊷

— Me diz que isso é mentira! — O grito do meu pai no corredor me fez despertar do sono leve. — Não pode ser! Não pode!

Ainda sonolenta, abri os olhos lentamente e sorri ao ver o quadro ao meu lado. Ouvi mais um grito irritado do meu pai e revirei os olhos ao suspeitar de que era só mais um dos seus estresses diários com a fábrica. Hoje começaria a distribuição da edição limitada dos consoles especiais do Killer Group e tanto ele quanto Jeongguk deveriam estar uma pilha de nervos, ansiando fervorosamente que tudo desse certo. Caminhei devagar até o cômodo ao lado e deixei o presente de Jeon sobre o trocador para que eu lembrasse de pregá-lo na parede assim que pudesse. Heeji, como se sentisse a minha presença, iniciou um choro fraco e eu rapidamente a segurei em meus braços.

— Você é tão quieta que até me deixa preocupada — murmurei enquanto caminhava até a janela do seu quarto. — Será que está guardando as suas energias pra quando ficar maiorzinha? — Ri ao vê-la bocejar.

— Eu quero todos eles presos! Chame a polícia, o exército... O que for necessário! — A nova frase do meu pai, entoada pelo desespero, me fez arregalar os olhos de susto e caminhar apressadamente até o corredor. — Vou matar o desgraçado que coordenou essa ação, eu vou... — ele parou de falar e respirou fundo. Estava passando mal?

— Pai? O que houve? — Me aproximei com cautela.

— Está tudo bem, (s/n) — usou o seu tom rude. — Vá alimentar a Heeji, não se preocupe com nada.

— Pai...

— Não insista — ele me interrompeu e logo a minha mãe surgiu entre nós. — Preciso que me deixem sozinho.

— O que está acontecendo, mãe?

— Eu te explico no seu quarto. Venha.

Me permiti ser guiada por ela, porém sem deixar de olhar para trás com extrema preocupação. O meu pai estava muito irritado e eu tinha medo de que ele se sentisse mal e nós não estivéssemos por perto para ajudá-lo. A sua saúde já não era a mesma de anos atrás. Quando nos acomodamos no quarto, a minha mãe contou algo que me deixou chocada, assustada e apreensiva: havíamos sido roubados durante a madrugada. Ela me mostrou, usando o seu celular, imagens de uma câmera de segurança que mostravam um grupo grande invadindo a fábrica pela madrugada. Foram roubados todos os produtos que estavam na área de produção, incluindo os consoles de Jeongguk. Durante a tarde, ainda perplexos demais para associar tudo o que aconteceu, descobrimos que todas as cargas de consoles direcionadas para um grande centro da cidade de Goyang haviam sido interceptadas no meio da estrada e levadas.

— Eram as primeiras cargas e as que tinham o maior número de produtos — meu pai lamentou. Estava desolado. — Roubaram tudo. Levaram todos os consoles que estavam prontos, não deixaram nada.

— E agora? Como fica? — Questionei horrorizada enquanto segurava Heeji firmemente em meus braços. — Pai, eu sinto muito.

— Eu não sei o que fazer — ele murmurou. — Vou ter que pagar uma dívida astronômica com a Softway. O contrato é bem claro.

— Você não teve culpa e eu tenho certeza de que Jeongguk vai te ajudar — falei abraçando-o de lado. — Vamos reerguer a fábrica e seguir com toda a produção. A polícia vai achar quem fez isso e nós seremos ressarcidos pelo seguro, não se preocupe.

— Eu não paguei o seguro.

— Como é? — Praticamente gritei.

— Não tinha dinheiro, (s/n)! — Gritou. — Gastamos tudo na produção dos consoles. Eu estava contando com o lucro das vendas pra injetar em outras partes, mas... Mas tudo acabou agora — engoliu em seco. Suas mãos estavam trêmulas e a voz embargada, o que denunciava o seu nervosismo crescente. — Eu não sei como agir, estou de mãos atadas.

Em nome da vingança | Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora