Três anos

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Jeon Jeongguk

— Bom dia — ouvi a voz extremamente fina e não contive a careta mesmo estando de olhos fechados. Senti leves carícias em minhas costas desnudas e abri os olhos com pressa, assustado. — Você arrepia fácil — riu, prosseguindo com aquilo.

— Me solta — ordenei enquanto virava-me para cima e a impedia de continuar aquela bosta de carinho. Eu odiava esse tipo de coisa, não precisava de gestos afetuosos. — O que ainda está fazendo aqui? — Sentei-me na cama e vi uma bandeja com comida próxima aos meus pés. Ri, nervoso. — Quanta idiotice!

— Jeongguk, eu achei que...

— Que eu acordaria, te daria um beijo apaixonado, comeria toda essa porcaria contigo e te convidaria pra um jantar mais tarde? — A encarei com seriedade. — Você é patética! É apenas mais uma que serviu pra me aliviar e fez isso muito mal, vale salientar — levantei-me da cama completamente irritado. Odiava quando as coisas saíam do meu controle dessa forma. Ela deveria ter ido embora antes que eu acordasse, o trato foi esse. — Você está usando a minha camisa? — Gritei a pergunta, assustando-a. — Retire-a agora, vista seus trapos e vá embora — joguei suas peças de roupa, que anteriormente estavam no chão, na cama. — Não sei em que momento eu permiti isso — peguei minha camisa com força assim que ela a retirou. — Agora terei que jogar no lixo — bufei.

— P-Por quê? — Seus olhos estavam marejados, mas eu realmente não me importava com isso. Mulheres choronas são um saco!

— Seu perfume é horroroso, muito forte — vesti a minha calça, sem a cueca, e caminhei até a porta do meu quarto. — Pode ir embora.

— Quando poderemos nos ver novamente? — Perguntou enquanto prendia os cabelos e andava até mim.

— Você não presta mesmo — ri, agarrando sua mandíbula com força e a puxando para mim sem delicadeza alguma. Eu sabia que ela gostaria disso. — Eu não repito a dose, sinto muito — dei-lhe um selinho simbolizando a despedida, afinal, não sou tão ruim assim. — Vai, some daqui.

— E-Eu deixei que me chamasse por outro nome — agora algumas lágrimas caíam por sua bochecha e eu bufei antes de revirar os olhos, totalmente sem paciência.

— Nós conversamos sobre isso antes de irmos pra cama, não foi? — Agarrei seu braço e praticamente a arrastei até o andar de baixo. — Você aceitou tudo e agora quer tentar me comover? Não te disseram que eu não me importo com o sofrimento alheio? — Empurrei-a para fora do apartamento, deixando-a no corredor. — As mulheres são traiçoeiras, eu não confio mais em nenhuma — fechei a porta quando ela iria responder e a tranquei imediatamente.

A última mulher que dormiu aqui abriu a porta e me atacou pelas costas. Pendurou-se como um macaco no galho e encheu o meu pescoço de beijos e mordidas, o que me deixou extremamente irritado. Odiava que me marcassem, nenhuma mulher tinha esse direito. Caminhei até a cozinha e logo as luzes se acenderam por causa da minha presença. A vitamina que eu tomava todos os dias já estava pronta e disposta no balcão, a recolhi com pressa e ocupei uma cadeira para ingeri-la com mais conforto. Meus empregados eram extremamente discretos e sabiam de todos os meus gostos e exigências.

— Jeongguk? — Hisoka me chamou em um grito. Fechei meus olhos com força e suspirei, sentindo-me ainda mais irritado.

— Já disse pra não chegar gritando, porra! — Bati na superfície à minha frente, assustando-o. — O que foi?

— Chegou mais um teste de gravidez — revirei os olhos e estiquei o braço para pegar o papel. — E é de mais um laboratório de origem duvidosa.

— Acha que eu devo me dar o trabalho de pagar um teste de gravidez confiável?

— Não, essa moça sequer apareceu aqui pra entregar o papel. Claramente está com medo.

Em nome da vingança | Jeon JungkookWhere stories live. Discover now