Sariette - Paixão de Reality

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Sarah:

Ter escolhido a razão, ao invés do coração foi a coisa mais difícil que já tive que fazer, até hoje.

Tudo o que eu queria era não sentir que de alguma forma contribui pra saída de mais uma pessoa, e muito menos que essa pessoa fosse Juliette, eu não me perdoaria nunca.

Mas o fato de ficar longe da morena era extremamente insuportável, eu até tentava respeitar o seu espaço, mas sempre que estávamos a sós em algum ambiente, eu tentava desfrutar ao máximo da sua companhia.

Desde a nossa última conversa que eu venho repensando sobre tudo, e tenho conversado bastante com Gil sobre a minha situação com a morena.

Será que eu estava mesmo me privando de ser feliz por um "simples" medo bobo?

- Amiga, eu tô falando.. Gil tentava me aconselhar pela milésima vez sobre o mesmo assunto. - Na verdade, eu já tô cansando de falar a mesma coisa pra você.

- Aí Gil.. eu sei, mas é muito difícil pra mim enxergar dessa forma. Eu fiz beicinho. - Mas eu tô tentando, eu juro.

E se no futuro eu me arrepender amargamente sobre algo que eu acho que tenho o total controle? Ou por não ter tido coragem o suficiente pra não ligar pro que tentassem fazer contra nós? Será que eu me arrependeria de simplesmente não ter segurado na mão da morena desde o início e ter enfrentado absolutamente tudo juntas?

Nos sentamos no sofá próximo a piscina, de frente pro gramado.

- Eu sei disso mulher, mas parece que você faz ser mais difícil do que realmente é. Respirei fundo após a fala do meu amigo.

Talvez ele tivesse razão.

- Olhe Sarah, o amor não vai bater duas vezes na mesma porta não, é nítido que vocês se gostam de verdade, e você vai acabar perdendo esse mulherão da porrA, que a Ju é, por conta de um medo "bobo". Enquanto ouvia os conselhos do meu amigo, observava Juliette ao longe tomando sol no gramado cercada por Vitoria, Thais, Fiuk, Camila, João e Pocah. - A bichinha tá cansada de ficar mentindo pra todo mundo, ela só te pediu o básico, que é ser assumida, algo que nem deveria ser pauta. Gil fez uma pausa. - Olha a forma como você olha toda apaixonada pra ela, não tem porque reprimir isso por causa dos outros.

- O meu medo é apenas que os outros também percebam o quanto eu sou apaixonada por ela, e foquem nela como uma forma de me atingir. Eu expliquei.- E eles conseguiriam... Suspirei chateada comigo mesmo por deixar que o medo me impeça de fazer o que eu quero.

Eu sempre achei que manter o nossa relação em segredo era por pura proteção, eu não queria que as coisas negativas respingassem nela, mas nas últimas semanas venho entrando num conflito grande comigo mesma.

Será que essa era a forma certa de protegê-la? Ou apenas a mais fácil?

- Ô mulher.. vem cá. Gil deitou minha cabeça em seu colo, enquanto eu não tirava os olhos de Juliette que estava cercada por pessoas e nenhuma delas era eu. - Antes eu estava tão envolvido com o jogo que não percebi o que estava acontecendo embaixo do meu nariz, a cachorrada do jeito que eu gosto e eu nem aí. Gil riu um pouco. - Mas agora eu reparo até os detalhes.. O meu fiel escudeiro deu início a um cafuné em minha cabeça. - Chega ser engraçado, quando alguém fala alguma coisa engraçada ou conta alguma piada.. vocês se procuram com os olhos pra ver se a outra também achou graça. Eu sorri lembrando do sorriso da morena que ilumina a minha vida. - Toda vez quando a gente vai dormir, você dorme virada pra cama da Juliette, e só consegue dormir depois que ela entra no quarto pra deitar.