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Alfonso POV

A minha despedida de solteiro foi muito legal, no final. Foi em um iate de luxo alugado por Christopher. Nenhuma mulher, somente meus melhores amigos, colegas do grupo de motoqueiros e funcionários próximos da oficina, além da presença do meu pai e de Enrique. Eu achei que as coisas poderiam ficar tensas com os dois no mesmo ambiente, já que não tinham se encontrado antes, mas Christopher me garantiu que manteria os dois bem longe um do outro.

Mas é claro que quando meu amigo começasse a beber esqueceria dessa tarefa. De repente eu via meu pai andando para onde Enrique estava. Nenhum dos dois havia percebido a aproximação e só notaram quando acabaram se esbarrando no meio do caminho. No mesmo instante eu pedi licença para Charles – com quem eu estava conversando – e fui rapidamente na direção do dois, que estavam se encarando com semblantes sérios.

— Olha só vocês! — ri nervoso. — Pai, acho que o Bill está te procurando. — inventei como uma forma de fazê-lo se afastar.

— Antes eu quero cumprimentar meu velho amigo. — meu pai foi sarcástico, abrindo um sorriso irônico.

— Alfonso, é a festa do garoto. Fique feliz pelo seu filho e não estrague a noite. — Enrique falou de maneira séria.

— O que pensa que vou fazer? Socar a sua cara? Não somos adolescentes. — meu pai bufou.

Não eram adolescentes, mas meu pai tinha pavio curto, algo que eu admito ter herdado dele.

— Ótimo saber que você tem noção disso. — foi a vez de Enrique ser sarcástico.

— Sabe, Enrique... — meu pai riu friamente. — Eu não gosto de você, mas vou te respeitar porque é o pai da minha nora e ela é uma menina magnífica. Muito me surpreende que tenha saído de você.

— Pai! — o adverti.

— Tudo bem, Poncho. — Enrique apoiou a mão em meu ombro. — O sentimento é recíproco. — piscou. — Eu vou pegar mais uma dose de uísque. Bom te ver, Alfonso. — forçou um sorriso e depois de acenar positivamente para mim, se afastou em direção ao bar.

— Precisava? — encarei meu pai.

— O que? Você também não gosta de todos os Portilla. — olhou em volta. — Não estou vendo o Hart por aqui.

— É diferente. — rolei os olhos.

— Sim, claro. Eu nunca soquei o Enrique. — riu.

— Por que que eu te conto as coisas?

Ele deu dois tapinhas em meu ombro e me lançou um sorriso carinhoso.

— Nunca achei que fosse se casar um dia. — seu tom suavizou.

— Eu era tão mulherengo assim?

— Uma vez você apareceu com um arranhão no rosto porque foi transar com uma peguete e trocou o nome dela.

— Mulher maluca. — fiz uma careta. — Eu só precisava encontrar uma que soubesse em qual das minhas feridas tocar. — sorri. — Anahi cavou fundo na minha alma e fez questão de insistir que eu fosse alguém melhor.

— Guarde os votos para amanhã, campeão. — sorriu também. — Estou orgulhoso de você.

— Obrigado, pai.

Nós nos abraçamos por um longo tempo.

Após a despedida, seguindo a tradição de não ver a noiva, eu dormi no apartamento de Christopher, enquanto ela dormiu no nosso na companhia de Dulce e Maite.

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