Capítulo 40 - Lembranças 2

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Lauren Jauregui  |  Point of View





Acordei novamente frustrada, por mais que eu entenda a profissão de Camila, é muito difícil ficar longe dela. Acordar sem poder admirá-la dormindo, ou acordar com ela me encarando com uma carinha de bebê é tão triste...

Vejo Caleb entrar no quarto.

— Mama! Estou com fome.

— Tudo bem meu filho, a mama vai lavar o rosto e já vai.

Parei em frente ao espelho... estou mais bonita. Vivia com olheiras e estava magra demais. Agora estou mais corada, com o rosto mais cheio e com um sorriso diferente. Uma felicidade diferente. A minha vida só não é perfeita porque não posso estar todo o tempo com ela. Falta pouco, em dois meses eu me formo e acaba tudo isso. Estava entrando na cozinha, quando o telefone tocou.

— Deve ser a papa! Eu atendo! – Passou correndo por mim e pulou para pegar o telefone na cômoda. — Oi papa!... ah...
é a senhora... não, eu pensei que fosse minha papa... está sim... vou passar para ela. – Me alcançou o telefone.

— Vai lá ao quarto da mama e pegue meu celular no bidê. – Ele assentiu, triste e saiu. — Quem fala?

— Sou eu filha. – Revirei os olhos, Clara, pseudo... mãe.

— Fale. – Falei, sem o mínimo de humor.

— Só queria saber como você está.

— Olha... acho que não deixei umas coisas esclarecidas. Não somos uma família novamente, eu não me importo com o que vocês fazem ou deixam de fazer. Não temos um relacionamento, só quem pode me chamar de filha é a Sinu. Eu tentei, mas nunca vou esquecer o que vocês me fizeram passar. Só queria minha mente tranquila, pois ao contrário de vocês, eu tenho consciência e ela não ficaria em paz, se eu soubesse que vocês estavam passando necessidades. Agora, me esquece, esquece o Caleb e tudo que diz respeito a nós. Você teve quatro anos para me perguntar como eu estava; agora eu estou ótima e não preciso mais de vocês. – Desliguei o telefone e segurei o choro. Caleb me entregou o celular e eu liguei para Camila. Ela atendeu. — Toma... é a papa! – Ele abriu um sorriso enorme.

— Papa! Sou eu... o Caleb, não é a gostosa. – Falou fazendo careta, e isso me fez corar, mesmo sabendo que ele não saiba o porquê do apelido. Saí para cozinha e fui preparar o café.

Na cozinha comecei a me lembrar, os poucos momentos em que me insinuei para Camila na adolescência, mas ela não percebeu... o que era óbvio, pois eu vivia maltratando ela.

~Flashback On~


Ela estava assistindo aos clipes dela e desta vez não impliquei, só sentei ao lado dela.

— Já estou saindo... eu não... – Ela disse, visivelmente nervosa.

— Hey. Calma! Só preciso da sua ajuda. – Ela me olhou confusa. — Em física, eu preciso fazer recuperação. Você é boa nisso? – Alcancei meu caderno para ela, ela leu e depois assentiu, sentando novamente ao meu lado.

— Você pode ser mais específica no que não entende?

— Como isso... virou isso. – Falei apontando. Depois disso começou minha tortura. Ela me explicava, mas a única coisa que eu consegui absorver... era aquela boca linda e carnuda, abrindo e fechando. Às vezes ela colocava a ponta do meu lápis na boca e eu acho que estou tendo um orgasmo aqui. Nunca me senti tão atraída sexualmente por alguém.

— Desculpa, acho que vou ter que ficar com este lápis.

— NÃO! – Ela se assustou. — Não tem problema. Eu fico com ele. – Peguei o lápis correndo, não sei o quanto minha mente estava pervertida, mas eu queria aquele lápis.

— Você entendeu agora?

— Pouca coisa. Não consigo entender isso aqui. – Falei colocando minha mão sobre a coxa dela e me apoiando, apontando uma conta no caderno. — Não consigo chegar sozinha. – Falei fitando os olhos dela. Ela me explicou mais uma vez, desta vez eu prestei mais atenção e consegui entender, mas fingi que não, para ela continuar. Dava pequenos apertos na coxa dela, cada vez que eu entendia alguma coisa. Percebi que o volume dela estava ficando maior... se isso é possível. Ela levantou ligeiramente e colocou a almofada do sofá na frente do quadril.

— Bom... espero que tenha te ajudado, mas agora tenho que ir.

— Vamos ao meu quarto, tem mais umas coisas que quero você me explicando. – Me joguei mesmo, mas ela é muito inocente.

— Agora não dá, mas depois eu volto aqui e você trás os livros.

— Não! Esquece! – Falei juntando meu caderno.

— Você pode ir lá a casa.

— Não! Deixa pra lá! Amanhã vou te tratar da mesma forma de sempre. – Ela tirou o sorriso torto e sexy do rosto, assentindo e saindo dali. Meu único pensamento era de como eu levaria ela para minha cama, se não controlo minha boca enorme.

~Flashback Off~


— A papa deixou um beijo.

— Como ela está?

— Cansada e não sabe quando volta. – Ele falou triste e se debruçou sobre a mesa. — Eu sinto tanta falta dela.

— Eu também meu amor, mas ela está fazendo o que gosta e por nós. Para nos dar do bom e do melhor. Ela sente nossa falta também, mas sabe por que isso é bom? – Ele negou. — Porque quando estivermos juntos de novo, vamos dar mais valor a cada segundo.

— É! – Ele falou se animando. Que bom que convenci, pois minha única vontade era me debruçar sobre aquela mesa e chorar com ele a falta dela.

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