Emily Smith é a típica patricinha mimada, que não consegue ouvir um não e gosta que tudo seja conforme ela quer e planeja. Em poucos meses na universidade de Harvard e com um namorado perfeito, Emily não tem o que reclamar, tudo está como ela sempre...
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Emily Smith
EUA — 2017
Andava pelos corredores de Harvard me sentindo acuada, como se alguém só de me olhar pudessem ler meus pensamentos e descobrir a situação da minha família. Suspirei, eu tinha que parar de pensar nisso. Papai disse que tudo estava sob controle e eu tinha que confirmar nele, somente isso. Eu e meus irmãos havíamos assinado os papéis então não ficaríamos... Pobres. Argh, sinto minha boca amargar só de pensar nisso. Seria um trauma e tanto.
— Amor! — Bruce exclamou, parecendo feliz em me ver ali.
Depois de ter me ignorado o final de semana inteiro...
— Agora é amor? Depois de me ignorar o fim de semana inteiro e pior, quando eu mais precisei? — me desvinculei dele, passando pela mesa do pátio.
— Ah, qual é? Eu estava ocupado — justificou, revirando os olhos e eu diminui os meus, o encarando confusa.
— Com o que? Porque fora ir às festas e faltas às aulas, não te vejo fazendo nada! — disse cruzando os braços.
Bruce desviou o olhar, bufando. Bati o pé, esperando uma explicação, que demorou alguns bons minutos para que ele começasse a falar.
— Eu estava na festa que teve sexta, meu celular descarregou e eu não pude carregar — deu uma desculpa bem esfarrapada.
— Por que não pegou o carregador com alguém? E foi o fim de semana todo, Bruce, não é possível que a festa tenha durado dois dias — disse e ele suspirou, me puxando para perto.
Seus braços me envolveram e mesmo contragosto, deixei que ele me abraçasse.
— A festa não, mas minha ressaca sim — riu e eu revirei os olhos. — Por isso não carreguei o celular. Desculpa mesmo amor, dá próxima vez vou levar o carregador portátil comigo.
— Você sabe que eu odeio quando você bebe, se transforma em um babaca.
— Desculpa, eu juro que vou maneirar — se afastou de mim e levantou as mesmas, em redenção.
— Tudo bem gatinho, não consigo ficar muito tempo com raiva de você mesmo — dei de ombros e puxei seu rosto, beijando seus lábios.
Bruce mordeu e chupou meus lábios, murmurando contra eles. Ele se afastou e ficou me encarando por alguns segundos, até rir. Enruguei a testa, um pouco confusa.
— Vou te levar hoje para conhecer meus pais, você quer ir? — perguntou depois de alguns segundos de silêncio.
Senti meus olhos brilharem e puxei no seu pescoço rindo.
— É o que eu mais quero — disse sorrindo e Bruce segurou minhas coxas, me mantendo em seu colo com um impulso. A notícia havia me deixado tão feliz. — Você sabe que eu sempre quis conhecer sua família, oficializar ainda mais nossa relação.
