A Canção da Floresta - Thranduil

Capítulo 9 - Preparativos para a guerra

Acordei sentindo meu corpo pesar, sentia minha boca seca como se eu tivesse bebido muito vinho.
  Olhei a minha volta e me via na cama que tinha na barraca de Thranduil. Minhas roupas estavam com o cheiro amaderado do rei. Ele havia ficado do meu lado ou até mesmo deitado na mesma cama que eu.

— Merda. – Disse tentando me levantar.

— Não, minha senhora. Assim. Você pode cair. — Disse um elfo que estava montadando guarda na barraca.

— Não sou senhora de ninguém. — Disse me sentando novamente na cama.

— Não foi isso que o rei disse. — Retrucou o elfo.

Grunhi cruzando os braços. Ainda estava fraca e não conseguiria apagar aquele guarda para ir ao encontro da companhia.

— Que inferno. — Disse bufando.

— Veja bem. Parece que elaguem acordou de mal humor. — Disse Thranduil entrando na barraca com um prato de madeira fundo e uma xícara nas mãos

Ele olhou para o guarda que em menos de segundos já havia deixado a barraca.

— Vejo que está melhor. — Disse ele se aproximando.

— O quê quer?

— Morgana, eu quero saber se está melhor. — Disse  ele se sentando na cama e me esticando a xícara com um chá de tom esverdeado.

— Que é isso? — Perguntei pegando e tentando identificar com o cheiro.

— Chá que Lindir fez, ele disse que você vai melhorar. — Disse ele colocando o prato fundo com uma sopa de tom amarelo escuro no criado mudo.

Tomei um pouco, era amargo, mas como remédio logo faria efeito.
Enquanto tomava mais do chá, Thranduil me observava minuciosamente a cada movimento. Parecia querer dizer algo.

— Vai ficar me olhando ou falar algo? — Perguntei irritada.

As feições de Thranduil deixaram de ser suave.

— Mais respeito, Morgana. Estou sendo gentil com você, então mais respeito com o sei rei e senhor. — Disse ríspido.

Terminei de tomar o chá enquanto ele terminava de surtar.

— Olhe, que eu saiba meu "rei" é Elrond e não tenho nenhum senhor. — Respondi me levantando e ficando na altura dos olhos deles.

— Entenda que eu me importo com você. — Disse ele se levantando sem tirar os olhos de mim.

Novamente nossa diferença de altura se fez presente.

— Se acha que isso me intimida...tá errado. —Disse calmamente.

Thranduil ia falar algo, mas é cortado por um dos elfos que estavam no acampamento.
— Senhor. A cidade do lago foi atacada pelo dragão.

— Mandem se prepararem.

Tranduil foi caminhando em direção à porta da barraca, mas lembrei da visão que tive o que me deixou estranhamente preocupada.

— Thranduil, por favor, me prometa que isso não irá virá uma guerra.— Supliquei.

— Thorin, fez uma cidade queimar para ter seu ouro, eu posso resolver isso em guerra para conseguir as gemas. — Disse ele friamente.

— Você, não pode começar uma guerra por simples gemas! Se não quer fazer isso por mim, faça pelo seu povo.

Ele aproximou os lábios dos meus e beijou eles docilmente.

— Desculpe. — Sussurou se distanciando de mim.

— Mantenham dois guardas em cada perímetro da minha barraca. Não deixem sua rainha desprotegida.

Ordenou para os guardas antes de ir.

— Thranduil, não! — Disse lembrando de cada detalhe da visão.

Corri atrás dele para fora da barraca. A cada passo um guarda me segurava me imobilizando e me machucando.
O rei me olhou com uma certa tristeza. Eu sabia que ele não queria partir, mas seu orgulho e ego o mandavam para a batalha.

— Eu voltarei. — Disse montando em seu alce.

— Não..não! — Gritei desesperadamente, queria que minha magia me ajudasse mas ainda estava fraca.

Via Thranduil sumir de meu campo de visão, enquanto eu era arrastada para o interior da barraca pelos guardas.
Eu chorava enquanto os elfos me amarraram em uma cadeira, me debatia mas de nada adiantava além de machucar.
Fiquei só.
Os guardas estavam lá fora  como Thranduil havia pedido.
Eu fiquei me remoendo enquanto não bolava um plano para escapar. A visão da morte de Thranduil me dilacerada o peito e eu não queria dar por vencida.

— Ele não pode morrer, deuses, ele não pode morrer. Eu amo ele.