I

179 15 19
                                    


As luzes da cidade brilhavam com esplendor. O céu estava limpo, livre de nuvens a vista, até mesmo a lua se escondeu naquela noite, podia-se observar toda a agitação da cidade daquela janela de hotel. As ruas estavam movimentadas, pessoas andavam para lá e para cá, aproveitando as atrações noturnas.

Assistir toda aquela magia era fascinante, tantos universos únicos e misteriosos andando pelas ruas,alguns estão em grupos, gargalhando entre si e tirando fotos para recordar o momento, outros sozinhos, apenas observando tudo e aproveitando sua própria solidão. Admiro aqueles que veem a solidão não como algo ruim, mas como uma consequência de viver nesse mundo, e eles apenas aceitaram isso e até são mais felizes com isso. Suspiro e me levanto do sofá, não costumo chegar a esse ponto mas, ultimamente a única amiga que tenho são as bebidas, estou longe de ser um viciado, mas beber é o único prazer mínimo que melhora meu humor em alguns segundos.

O líquido desce rasgando por minha garganta, no começo o sabor era horrível, mas depois de alguns copos começou a ser  uma sensação ótima. Me sirvo mais uma vez e pego o copo, voltando a me sentar onde estava. A carta está em minha frente, junto com a foto que ela enviou. Está tão linda. Seu sorriso é encantador, está fabulosa com o vestido branco.

A lágrima solitária viaja por meu rosto. Fui um tolo. Poderia tê-la em meus braços agora se não tivesse sido teimoso, fui tão frio com aqueles que me amavam, agora olho para trás e percebo tudo o que fiz. Respiro fundo e pego a foto, seus olhos estão brilhando com alegria, em grande harmonia com o brilho do seu sorriso, os mesmos olhos que me imploravam para ficar, se afogando em lágrimas. Deixo um beijo na foto, desejando com todas as minhas forças que ela estivesse aqui comigo. Nem que seja pela última vez...

༺♡༻

Os corredores do hotel estão calmos, suponho que grande parte dos hóspedes estejam aproveitando a noite pela cidade, ou apenas relaxando em seus quartos. Caminho sem presa, desfrutando da liberdade temporária que posso ter por aqui. Chego ao bar do hotel. Um lugar luxuoso, confesso, mas de muito bom gosto, me sento em uma das cadeiras solitárias do balcão e peço uma taça de vinho para o rapaz, que me atende na hora, me servindo com o melhor vinho que eles tem. Consigo ouvir o som do jazz ao fundo, uma música calma mas hipnotizante, me apoio no balcão, deitando no mesmo e desfrutando vez ou outra de minha bebida.

O local está praticamente vazio, vejo um senhor sentando em uma mesa afastada, me parece que está trabalhando em algo pois não para de escrever em um caderno nem por um minuto. O rapaz não tem muito trabalho por hora, então se senta em um canto e assiste a algo que passa em uma mini televisão escondia no balcão, mas sem perder a atenção caso algum cliente chegue, e foi o que aconteceu.

Out Of Time Onde histórias criam vida. Descubra agora