CAPÍTULO 8

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AMAYA

Acordo assustada com o celular tocando, abro os olhos sem saber onde estou, sonolenta custo a acordar. Sento na cama com tanta rapidez que sinto minha cabeça girar, tateio a mesinha ao lado da minha cama, ainda de olhos fechados, em busca do aparelho que finalmente parou de gritar.

- Que merda, hoje é sábado!

Olho irritada a tela do celular, são sete horas da manhã, o numero desconhecido volta a ligar.

- Que número é esse?

Me questiono se devo ou não atender, tomo um susto quando o telefone volta a chamar pela terceira vez, vencida pela curiosidade, deslizo o dedo atendendo a ligação.

- Alô? - Minha voz sai sonolenta ainda.

- Até que enfim! - Impossível não reconhecer a voz e o tom arrogante, Vicente!

- Você não dorme não? Hoje é sábado! - Bufo irritada, por ele ter interrompido meu sono sagrado de sábado de manhã. - Quem te deu meu número? - Solto uma avalanche de perguntas.

- Até que pra alguém que acabou de acordar, você raciocina bem rápido! - Ele diz sarcástico.

- Idiota! - Reviro os olhos, querendo terminar o quanto antes aquela conversa sem fundamento. - O que você quer? Saco! Isso tudo é saudades?

Ele ri e o som é gostoso, afasto esse pensamento substituindo pelo de que ele é um idiota, essa é uma verdade que não vai mudar.

- Precisamos conversar sobre algumas coisas do contrato,  e ... - Ele faz uma pausa. - Pensei de vermos uma casa para morarmos, depois do casamento.

- E isso não podia esperar? - Ele ignora minha pergunta, voltando a falar.

- Você poderia vir aqui em casa, quem sabe eu possa te tirar algumas dúvidas e talvez algumas peças de roupa se você quiser, é claro. - Ele ri debochado do outro lado da linha, enquanto eu reviro os olhos, com a cara de pau que ele tem, só pode ser bipolar, uma hora insulta, depois me quer na sua cama. - Quem sabe a gente ...

- Você ainda está dormindo? - Pergunto cortando a cantada barata.

- Porque? - Ele pergunta confuso.

- Você está sonhando Vicente, é  mais fácil eu tentar te matar quando ficarmos sozinhos!

Ele ri, o som rouco da sua risada, vibrar dentro de mim, lembro dos dentes brancos, perfeitamente alinhados, preciso afastar esses pensamentos aleatórios.

- Foi só uma brincadeira, mas se você quiser já sabe né. - Ele ri do outro lado da linha. - Te pego em duas horas!.

A linha fica muda, olho a tela do celular sem acreditar.

- Idiota, desligou.

Deito na cama cobrindo minha cabeça, fecho os olhos, rolo de um lado para o outro. Me ergo em um pulo levanto o edredom comigo, bufo irritada.

- Merda!

Levanto para tomar café, não vou conseguir dormir outra vez! Tomo uma banho e desço.

- Bom dia. 

Meus pais estão sentados a mesa.

- Bom dia princesa, caiu da cama. - Meu pai fala, assim que o beijo.

- Não, fui acordada pelo meu noivo. - A ultima palavra sai como acido da minha boca.

- Por falar nele, como foi o almoço de ontem? - Minha mão pergunta, parecendo preocupada.

- Ele é um idiota, convencido. - Falo enquanto corto uma fatia de bolo.

- Imaginei que ele fosse ao menos um homem bem educado. - Minha mãe diz, se remexendo na cadeira. - Não sei nem o que dizer.

Esposa por contrato.Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora