Esposa por contrato.

CAPÍTULO 10

AMAYA.

- Amaya, aconteceu alguma coisa? - Mari pergunta ao atender o telefone.

- Podemos almoçar? - Pergunto ainda dentro do carro.

- Claro que sim. No mesmo restaurante de sempre?

- Isso.

Quando desligo o telefone, vem a imagem de Vicente tentando me beijar, mas que bastado de merda! Olho o relógio, já é mais de meio dia, estou com fome.

Assim que o carro para, entro no restaurante, sigo para uma das mesas que a hostess me indica. O garçom vem com o cardápio, vejo Mari chegando com aquele sorriso  lindo que só minha amiga tem.

- Oi gatinha. - Ele me cumprimenta, beijando meu rosto.

- Oi. - Digo seca, ainda irritada com Vicente.

- Que bicho te mordeu? Que cara é essa Amaya?

- Você acredita que o Vicente tentou me beijar? - Digo indignada.

Mari arregala os olhos e sorri, sorri não, começa a gargalhar, como se eu tivesse lhe contado uma piada.

- Me conta isso.

- Já contei Mariana, ele está totalmente louco, pirou de vez!

- Como foi isso amiga, me conta do inicio pra eu entender.

Respiro fundo tomando um gole do meu vinho branco que acaba de ser servido.

- Ele chegou lá em casa hoje mais cedo, estava irritado, brigando comigo, porque me atrasei cinco minutos para descer. - Me atropelo nas palavras, lembrar de tudo me deixa ainda mais irritada com ele. - Acabei cortando a mão com um copo, do nada, parece que alguém apertou um botão na cabeça dele, o homem mudou, ficou todo preocupado me olhando nos olhos e tudo. - Digo revirando os olhos, Vicente vai ter que me pagar um cirurgia para corrigir meus olhos, se eu ficar vesga! - Querendo saber como eu estava, queria me levar ao hospital, totalmente louco!

Mariana ria a cada palavra que eu dizia.

- Porque está rindo Mari, não tem graça!

- Desculpa amiga. - Ela toma um gole de água. - Até que demorou.

- Demorou o quê? - Pergunto sem entender.

- Ah Amaya, se olha no espelho, você é linda.

Não tenho problemas com alta estima, mas não é hora dela querer encher minha bola.

- Para de palhaçada Mari. - Respiro fundo. - Vicente é um idiota!

Puxo mais algumas respirações, tentando oxigenar meu cérebro, clarear minha mente.

- Quando ele tentou te beijar? Quando você cortou a mão?

- Não, nós fomos ver uma casa, na verdade acabamos de comprá-la.

- Uau. - Mari fala sorrindo.

- Não é com se fossemos morar na casa dos nossos pais, estando casados né Mari.

- É, não faria sentido!

- Depois que vimos a casa, ele me levou até a casa dos pais dele, para assinar o contrato, eu idiota fui. - Fecho os olhos lembrando do quanto fui boba. - Tudo que estava lá, eu já sabia, não tinha nada de novo.

- De repente ele só queria ter um tempo com você, sozinho.

Ela diz brincalhona, eu abro mais os olhos incrédula, ela age como se fosse algo tão evidente e só eu não estivesse vendo, e não posso acreditar.