Sob o despertar da manhã

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Em uma cama feita de madeira maciça, a qual um colchão estendia-se, duas moças repousavam de forma tranquila. Próximas uma da outra, ambas dormiam profundamente, embaladas pelo ar quente da manhã, a recuperar suas energias drenadas pela festa intensa a qual vivenciaram na noite anterior.

Júlia, tocada pela luz suave que invadia o quarto naquele momento, levanta-se silenciosamente, afastando os cobertores de seu corpo delgado, recoberto por um pijama de algodão, para longe. Yara, que ainda dormia, mexeu-se pelo colchão, virando-se de lado, com o sono a embala-la de modo acolhedor.

Em pé, ela calça seus chinelos pretos e caminha em direção ao banheiro, parando em frente ao espelho deste. Seus olhos, envoltos por orelhas escuras, denunciavam a ressaca de uma noite que fora intensa, cujo som alto da música ainda ecoava pela sua mente e o gosto amargo da cerveja fixo em sua boca.

Após contemplar essa imagem cansada, ela escova seus dentes, pega sua toalha de banho e vai em direção a parte interna do box no banheiro. Como que por hábito, ela despe o pijama xadrez, liga o chuveiro e deixa envolver-se pela água morna que jorrava dali, molhando seu pescoço e lombar, indo descer sutilmente por entre as pernas. A água límpida escorria pela sua pele branca, deixando-a com um aspecto um pouco brilhante.

Molhada, ela desliga o chuveiro, ensaboa-se com o sabonete cujo cheiro de lavanda espalhava-se pelo ambiente, misturando-se à umidade do ar, e se enxagua. Na sequência, ela seca-se com uma toalha felpuda, com o tecido denso a roçar sua pele clara.

Revigorada, a menina sai do banheiro alegremente, pronta para o dia que despontava no horizonte. Sob lentas passadas, ela entra no quarto de Yara, abre seu guarda-roupa em busca de algo que lhe sirva bem, pois não havia trago nenhuma peça de roupa limpa para o apartamento da amiga. Depois de muito procurar, ela encontra um simples, porém elegante, vestido azul escuro, que caiu-lhe muito bem pelo corpinho esguio. Nisso, Yara acorda com um gemido de leve.

—Bom dia.–Diz Júlia distraidamente, enquanto procurava algo dentro do armário com que pudesse prender suas longas mechas douradas.

—Hum, bom dia. –Yara responde, com a voz embargada, ainda grogue do sono.

—Dormiu bem?–Indaga a menina, segurando uma presilha em forma rosa por entre os dedos pequenos.

—Bem.–Responde, tentando abrir um sorriso.

A jovem, então, levanta-se, dobra os cobertores, arruma sua cama e vai em direção ao banheiro, relaxar em um merecido banho quente.

Almas Gêmeas Where stories live. Discover now