Entre preocupações e devaneios

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Após terminar, limpa e cheirosa, ela entra na cozinha, a qual emanava um aroma característico de um líquido escuro, energizante, misturando-se à claridade firme da manhã.

Com o olhar distante, Yara pega uma xícara no armário, enquanto refletia consigo mesma a respeito do ocorrido na noite anterior. Absorta em seus pensamentos, ela senta-se à mesa a qual Júlia já se encontrava tomando café.

Durante a festa, notou que um homem a encarava de modo insistente. Incomodada, mas sem demonstrar, ela continua a dançar no ritmo da música, olhando de vez em quando para o fundo do salão, ponto em que o moço se encontrava. Subitamente, ele caminha em direção a um pequeno grupo de moças, que, distraídas não o viram se aproximar, e lhes pergunta com uma voz grossa quem ali era Yara.

-Tudo bem?-Júlia pergunta, preocupada.

-Sim.-Yara responde, saindo daquele estado pensativo, com a voz fraca.

-Você me parece distante.-Diz, tomando um gole de café.-E pálida. O que aconteceu?-Indaga à menina.

-Nada. Deve ser o cansaço.-Yara diz, com indiferença.

O café da manhã no interior daquele pequeno apartamento transcorreu de modo silencioso. À mesa, após aquela troca de palavras entre as meninas, apenas o som seco das xícaras de porcelana sobre a superfície polida de vidro ecoava por entre as paredes foscas da cozinha.

Almas Gêmeas Where stories live. Discover now