Capítulo 35

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        Eu a vir desaparecendo pelas rochas

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        Eu a vir desaparecendo pelas rochas. Suando frio, corro sem me importar onde meus pés pisam.
       No fim do penhasco meus olhos buscam a incessantemente e nada parecido com ela posso ver, sem pensar muito, me lanço do alto a baixo, em poucos segundos sinto o impacto da água gelada com meu corpo.

       - Kenna!

       - Kenna, por favor não faz isso comigo!__ Chamo por ela, e o que meus ouvidos ouvem é o baralho da corrente de água.

        E se ela não consegui nadar, e se ela se machucar nas pedras, se o pior acontecer eu ficarei condenado a essa culpa por ter a deixado.

       - Maldição!__ Grito com todas as forças de alguém que a cada minuto está sendo consumido pela destruição.

       - Kenna, por favor, por favor!__ Será possível manter a esperança diante desse cenário? A resposta para essa pergunta é, não sei.

       Ao aproximar-se de uma parede de pedras vejo uma cabeleira loira, nado o mais rápido que posso.

       - Kenna, acorda!__ Ela está inconsciente, graças a uma enorme pedra a correnteza não a levou.

       Com dificuldade a levo para terra firme, ou melhor, solo de areia.
       Inicio a massagem cardíaca, pressionando seu peito em ritmo de cem compressões por minuto.

       - Reage, por favor!__ É como se não funcionasse, e minha preocupação volta a mil.

       - Então é isso?
       - Estou te perdendo?__ Ligeiramente meus olhos lacrimejam a minha terrível falha.

       Busco meu celular no bolso, porém o encontro encharcado demais para funcionar, parece o fim.
       Ponho minha cabeça em seu peito e flashbacks aparecem.

       - É minha culpa, desde do início te fiz sofrer! Eu lamento muito, por ter sido um idiota mulherengo, por ter deixado que você se afastasse por segundos, só teria que agarrar-la e levar comigo para onde quer que eu fosse!__ Minha tristeza e arrependimento é ainda pior que minhas lamentações.

       Sinto seu peito tremer e começar a tossir água, levanto minha cabeça e vejo a retornar com certa dificuldade.

       - Meu anjo demoníaco!__ Sussurro ao ver seus olhos abrindo e revelando o mais belo tom de azul.

       - Você é um imbecil!__ Ela retorna de um afogamento cheia de ódio.

       - Vamos deixar os xingamentos para depois, tá?__ Digo depositando um beijo cortês em sua testa.

       - Não precisava se preocupar em me salvar, eu estava bem__ Diz em tom irritado, sorrio em deboche.

       - Inconsciente encima de uma pedra implantada no meio da correnteza parece bem pra você?
       - Xingamentos para depois!__ Ela se mantém calado mexendo os olhos de um lado para o outro.

Estupidamente ProfundoWhere stories live. Discover now