Capítulo 15

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Toni:

— Toni, quero dizer Professora, eu comprei isso para Senhora. — Olhando para Cheryl, a mesma carregava em suas mãos uma pulseira delicada com alguns pingentes envolta de esportes.

Havia muitas bolas de basquete, poucos de futebol, algumas de handebol, boliche, golf e até mesmo livros e quatro pingentes do Impala 77 de cores diferentes.

— Que lindo Cheryl — Digo pegando a pulseira de sua mão, olhando cada um daqueles pingentes, olhei para a mesma, a qual tinha um sorriso lindo em seus lábios.

— Você não existe garota — Puxo a mesma para um abraço apertado. Cheryl apenas reclama baixinho e eu lhe solto sem pressa alguma.

— Comprei isso aqui também — Vendo ela me entregar uma caixinha pequena na cor preta, peguei de suas mãos e abri vendo uma correntinha delicada prata com um pingente de bola de basquete na mesma.

— Cheryl, desse jeito você vai me mimar muito. — Digo colocando a corrente em meu pescoço, a mesma sorriu e desviou seu olhar dos meus.

— Não me importo com isso, o importante é que tenha gostado. Quando vi este colar pensei de imediato na Senhora, e os pingentes da pulseira são removíveis, essa pulseira era minha, tirei os que tinham nela e coloquei esses que comprei, não deixei os outros, porque não faz seu estilo. — Comenta a mesma fazendo careta, eu apenas sorri de lado e revirei meus olhos.

— Grande coisa, obrigado pela pulseira, apesar de não usar muito essas coisas, amei ela. — Digo. Cheryl sorriu e saiu andando, e como sempre a mesma sendo legal comigo e saindo andando.

Cheryl é uma garota muito difícil de demonstrar seus sentimentos, e quando demonstra logo se fecha.

Acho que com quem ela mais se abriu, foi com minha amiga Verônica. E um pouco comigo naquela dia do seu aniversário, desde então temos conversando diariamente, sem contar as vezes que brigamos por coisas infantis como sempre.

Cheryl:

Toni estava linda como sempre, usando suas famosas legging preta, camisa regata e tênis para esporte. Seus cabelos compridos e ondulados, ela havia cortado chanel, o que deixou ela bem mais bonita e realçou demais sua beleza.

Não que eu tenha reparado demais nela esses últimos dois meses, só que ela têm um corpo bem másculo, ela têm pouca cintura, sua barriga é deveras definida, suas coxas super bem trabalhadas na academia, corridas e caminhada ao ar livre que ela faz. Seus braços não mudam muito, são fortes, e os músculos mesmo que não sejam tão exagerados. Não me julguem, só as poucas vezes que ela me abraçou, eu quase faleci em seus braços.

Descobri uma tatuagem quase perto de sua virilha, uma abaixo de seus seios, e outra na sua lombar. Eu ainda iria descobrir outras, mas por agora, acho que estas estão de bom tamanho.

Um dia desses perguntei a ela o que ela acharia se eu fizesse uma tatuagem, ela quase me arranca os órgãos viva mesmo.

— Cheryl — Olhando para trás, dei de cara com Heather, o que me deixou super desconfortável em estar diante da mesma.

— Oi Professora, precisa de algo? — Perguntei para a mesma, a qual mordeu seu lábio inferior.

— Eu.. Eu queria saber se você está bem? — Desfazendo minha cara de simpática e lhe olhando com tédio, a mesma que pareceu ficar desconfortável agora.

— Porque não vai ver se eu estou ali na esquina em? E me deixa em paz. — Perguntei para a mesma, a qual bufou e se aproximou de mim.

— Você está com ela? Não está? Só foi eu te dispensar e você correu direto para os braços dela. — Revirando meus olhos, senti meu corpo encostar na parede gelada do corredor a cada passo que ela andava em minha direção.

— Ela quem? — Me pergunto em voz alta, até porque eu não fazia a mínima ideia do que ela estava falando.

— Não se faça de ingênua Cheryl, porque eu sei que você não é. Eu estou falando daquela ridícula da Toni, acha que eu não tenho reparado em vocês duas e essa proximidade toda? — Revirando meus olhos, fitei aquelas orbes cor de mel.

— Por que isso agora? Por que não me deixa em paz? — Perguntei para a mesma, a qual parou apenas alguns centímetros de distância de meu corpo.

— Não me peça isso Cheryl, eu só precisava colocar minha cabeça em ordem. Pensa nisso tudo com mais calma, você me pegou desprevenida, eu não soube como reagir naquela hora. — Sentindo seu hálito quente bater contra meu rosto, não desviei meu olhar de seus olhos um minuto se quer.

— Por que você disse aquelas coisas para mim?

— Eu estava assustada, não soube como reagir, e acabei descontando daquela forma em você. — Seus dedos finos e de unhas grandes pintadas de vermelho, acariciava meu rosto.

— Eu gosto de você Cheryl, gosto muito, você não saí da minha cabeça. Desde que me beijou, eu não tenho parado de pensar nisso. — Sentindo seus lábios roçarem os meus, algumas lágrimas rolaram livres e soltas por minha face.

— Não, você está mentindo. Você não gosta de mim Professora, se você gostasse, você não teria falado aquelas coisas para mim. E dois meses? Serio que veio me dizer isso, após dois meses? — Perguntei limpando meu rosto, a mesma ficou me encarando.

— Olha, a Senhora é linda, encantadora, uma mulher belíssima. Quando lhe vi pela primeira vez, achei que a Senhora merecia muito mais do que apenas este cargo de Professora. Quando eu desenhava minha modelos para roupas nos meus desenhos, eu lhe imaginava no lugar delas. — Comento sorrindo feito uma idiota ao lembrar disso, todos os desenhos que tenho colado no mural do meu quarto, todas são elas.

— Eu sempre quis te dar um mundo, a galáxia e o universo inteiro. Sempre achei que a Senhora merecia tudo, tudo que eu pudesse alcançar, e que se fosse possível, eu lhe daria, as estrelas, a lua e até mesmo o sol se fosse possível. — Sorrio para a mesma, a qual estava parada como estátua apenas me olhando sem dizer nada.

— A Senhora é linda, qualquer aluno deve ter o mesmo pensamento que os meus. E eu não estou sentindo nada pela Toni, ela é uma mulher bonita sim, mas não despertou interesse algum em mim, como você havia despertado quando pisou seus pés pela primeira vez dentro daquela sala, quando eu tinha apenas 13 anos. — Vendo Heather se aproximar, dei alguns passos para trás e a mesma parou.

— Me desculpa Cheryl, eu não queria lhe machucar deste jeito. Sei que errei, mais por favor me dê uma segunda chance, nós duas eramos tão boas amigas. — Revirando meus olhos, limpo as poucas lágrimas que teimavam em sair.

— Falou certo Professora, eramos. Não sei consigo conviver com alguém como você, eu te perdôo, porque assim como seu bom Deus, eu tenho um bom coração. Não te desejo nenhum mal, só te desejo tudo de bom, que você seja feliz e que quem saiba seja promovida a Diretora da escola, eu sempre achei que este cargo seria digno a você. — Sorrindo para a mesma, me afastei dela aos poucos para só então lhe dar as costas.

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