Capítulo 51 - Vai dar certo?

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Camila Cabello  |  Point of View






Fui ao mercado, comprei uma penca de coisas e organizei minha casa. Amber continua com aquele senso de que tudo se arruma sozinho em casa.

Deitei-me no sofá. Estava de pau duro, fiquei muito tempo sem sexo, estava muito a vontade com isso, mas foi só a Lauren falar perto de mim que tudo mudou. Preciso meditar.

Coloquei meu tapetinho no chão e um CD de músicas para isso. Meia hora e quando abri meus olhos, tudo resolvido.

Dirigi até a empresa. Caminhei por todos os setores, sendo recebida com entusiasmo e depois com uma chuva de “meus sentimentos”. Entrei na minha antiga sala e ela estava vazia, estranhei, pois Mani devia estar aqui.

Caminhei até a antiga sala dela e ela estava no telefone. Me sentei e esperei ela terminar.

— Olá, Camz. – Esse apelido pegou mesmo.

— E ai, Mani. Você devia estar na minha sala. – Disse em tom reprobatório.

— Aquela, como você disse bem, é SUA sala e você já devia ter voltado para ela há tempos.

— Você e Amber parecem uma vitrola quebrada.

— Essa é sua cidade. Você tem que voltar... nós estamos aqui.

— Não está nos meus planos voltar para cá. Eu já reservei o vôo para semana que vem e só vou voltar na formatura da Amber.

Eu conversei com Lauren algumas vezes. Na verdade, várias vezes, ela vinha jantar na minha casa, com Amber e o mongo do namorado dela.

— Ele é meio mongo mesmo.

— Mas é uma gracinha. Mas isso não vem ao caso, ela estava certa, Camila. Ela precisava lutar por ela um pouco, eu conheci a antiga você... você era carente no nível máximo. Esse tempo foi ótimo para vocês.

— Você não pode ficar do lado dela.

— E se ela reprovasse? Como seria?

— Olha o império que eu tenho. Eu a sustentaria fácil. Ela mais a família dela se ela quisesse.

— Isso é tão retrô. Dinah começou assim, eu a sustentava e nossas brigas eram frequentes. Toda mulher precisa ser
independente.

— Não estou dizendo que ela não precisaria estudar ou trabalhar, mas ela teria meu apoio caso a família a deixasse. Eu não sou do tempo das cavernas, mas ela agiu como se sem o apoio da família ela não teria nada. Mas eu estava lá.

— Camila! Por favor. Nem todas as famílias são como a sua. Lauren tem uma relação muito forte com os pais, ela não admitiria decepcionar eles dessa forma. Desde os dez anos ela tem esse sonho e o pai a apoiou sempre, ela se viu perdida e precisando de espaço. Dinah e eu tivemos nosso tempo também, isso é comum, pensamos em tudo, revemos prioridades e quando voltamos... já estávamos preparadas para o nosso pequeno Nic. Eu acho que vocês precisam conversar.

— Já conversamos. Agora somos amigas.

— E acha que isso vai longe?

— Eu não sei. Só quero descansar minha cabeça dessa confusão. Eu estava com tudo organizado... se não fosse a Sinu.

— Agora que são amigas, vão se ver com mais frequência. Acha que consegue segurar essa pressão? Ela vai te tentar... ela ama você.

— Eu não sei. Eu não sei de nada. Só uma semana. A Amber me obrigou a ficar e acho que devo isso a ela, pois ela ia me visitar sempre que podia. Quem sabe convivendo com Lauren as coisas não mudem.

— Mudar... a tensão sexual de vocês é tanta que quase é palpável. Você está uma deusa, com essa barriga trincada, essa coxa enorme e esse braço incrível. Ela está muito mais mulher... mais madura e decidida. Acha que vai dar certo?

— Pareceu sinopse de Fanfic.

— Pior. Já posso escrever uma, pois a sinopse é a parte mais difícil. Mas é sério. Você acha? Vocês não ficaram com ninguém durante esse tempo...

— Ela não ficou com ninguém? – Perguntei me inclinando.

— Meu senhor, Camila. Qual a parte do “ela estava muito focada na universidade” você não enfiou nessa cabeça oca? Amber disse que ela não tinha ninguém.

— Achei que ninguém sério, mas pensei que ela tinha ficado com alguém.

— Você ficou com alguém?

— Não.

— Por quê?

— Porque eu tirei esse tempo pra mim. Cuidei-me e curti um pouco o que perdi na minha adolescência, com bebedeiras e festas até amanhecer. E também, eu amo a Lauren, não faria sentido ficar com alguma mulher e iludi-la à toa.

— Então! Ela ama você e não quis mais ninguém também. Vocês estão perdendo tempo.

— Eu sei. Talvez você esteja certa, mas foi doloroso mesmo assim.

— Não estou dizendo que foi fácil, estou dizendo que as duas sofreram e merecem viver um pouco. Eu abri sua casa para ela ficar um pouco lá. Ela disse que se sentia mais perto de você, mas tinha vergonha de pedir a Amber isso. Quando eu ia lá pela manhã, ela estava deitada no sofá da sala, dizendo que na cama não tinha seu cheiro. Eu não sentia seu cheiro em lugar nenhum, mas ela disse que tinha. Ou ela é louca ou ela te ama muito mesmo e vocês tem uma conexão sobrenatural.

— Está me deixando com remorso.

— Estou falando a verdade.

— Olha... eu não vou repreender meus instintos. Vou ceder e ficar com ela se ela tentar algo. Está melhor assim?

— Muito melhor. Mas a escolha tem que ser sua e de coração.

— Vai ser. Ela sempre vai ser a escolha do meu coração. E eu não sou machista, não queria ela de chinelo e cuidando dos nossos cinco filhos, só queria que ela pensasse no meu apoio também. Ela tinha alguém fora a família dela. Mas entendo o lance de família. É como eu e o papa.

— Isso. Você e Ale eram tudo um para o outro... ele enfrentou a fera de frente para defender você.

— Eu pensei que depois que os perdemos, mama iria se apegar a mim. Eu sempre fui meio ingênua... ela não me deixou nenhuma carta.

— Isso foi bom. Sabe Deus o que ela escreveria pra você...

Pensei e no fundo, ela estava certa.

Sweet YouthNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ