Capítulo 84 - A velha (Bônus 6)

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Camila Cabello  |  Point of View




Quando chegamos lá, Lauren não sabia explicar o que eu tinha e o enfermeiro estava perdido com a situação.

— Cara! Eu estou velha... – Eu fiquei mais tonta. — E muito tonta...

Foi o que eu falei, depois ouvi um tragam uma maca e apagar.

Bip... Bip... Bip...

Abri meus olhos com dificuldade e comecei a sentir uma ânsia de vômito e comecei a me debater de dor.

Logo uma moça entrou e tirou o tubo da minha boca. Tossi várias vezes.

— O que houve?

— A senhora sofreu um AVC.

— Deus... estou velha demais. – Falei e Arregalei os olhos. — Eu estou bem? Não vou ficar torta, né? Deus me livre. Prefiro morrer.

— Não. – Um senhor entrou na sala. — Sua esposa foi rápida e não teve danos a sua constituição, mas se demorassem mais, coisa de cinco minutos, provavelmente não estaríamos tendo essa conversa.

— Vai ser assim agora? eu não gosto de algo e venho para cá dar esse susto na minha família? – Ele me olhou por um tempo.

— Não, Camila. Você é muito forte, seu segundo problema e nem com sequelas vai ficar. Só que dessa vez, a explicação pode ser que você já estava incomodada com algo, seu coração devia estar acelerado. Estava com adrenalina agindo e somando com algum estresse te derrubou.

— Que droga! E os meninos? Meus meninos estão bem? Minha esposa está grávida! Ela está bem?

— Sim. Vamos te levar para o quarto e você os verá.

Assenti e logo estavam me trocando de maca e me colocando em uma cama. Os meninos entraram correndo no quarto.

— Está tudo bem! – Eles começaram a chorar. — Eu estou velha, meninos. Não fiquem assim. – Lauren e Amber nos olhavam da porta e eu pisquei para elas. — Eu avisei para vocês tirarem eles daquela escola.

— Precisava quase morrer para provar isso?

— Parece que precisou. – Elas vieram me abraçar. — Me desculpem mesmo. Eu... pensei que era mais forte.

— Você é, mãe. Está inteira... – Elas começaram a chorar.

— Que susto, Camz. Não faça mais isso.

— Melhor se acostumar. – Falei dando de ombros. — Advoguem e consigam minha alta. Esse ambiente só vai me deixar pior.

Elas saíram e os meninos deitaram comigo.


×××


Já na casa, os meninos relutaram até que Lauren os convenceu que nada me aconteceria durante a noite. Depois ela
fechou a porta e sentou no meu colo de frente para mim.

— Que susto!

— Lauren... estou me sentindo horrível. Você assustada, as crianças. Estou com medo, como vou ajudar você? Essa criança quando for crescendo... eu vou atrapalhar você.

— Camz... você me ajuda muito e agora vamos nos cuidar. Como sempre foi, você cuidando de mim...

— Lo... você sabe que as coisas vão ficar complicadas. Não devíamos...

— Está arrependida de ficar comigo?

— Está na hora de você admitir isso.

— Você só me fez feliz e sei que está com medo agora, mas você vai se cuidar e teremos muitos anos pela frente. Você vai durar uns duzentos anos.

— É esse o problema, Lauren. Com cem anos eu não vou fazer nada sozinha, vai ser horrível ser cuidada por você. Vai ser humilhante...

— Não fale besteiras, Camila. Está exagerando, você passou mal, está com medo, mas não vai morrer. Nem ficar
paralítica. Você só precisa se cuidar e praticar exercícios.

Não discuti mais com ela. Nos deitamos, mas todas as vezes que acordei durante a noite ela estava me olhando.



Nathan Jauregui Cabello  |  Point of View



Estava esperando minha mãe acordar e Amy estava fazendo cafuné.

— Ela é mais velha que a mama... mas ela vai durar muito, né?

— Sim. – Amy disse. — A vovó é de ferro... ela é super.

Sorri e abracei a cintura dela. Logo ouvimos barulhos e mama estava descendo as escadas.

— Como está a vovó?

— Dormindo e bem, fiquem tranquilos, e se vocês ficarem a tratando como doente ela vai se sentir pior. Ela está bem.

— Sim, mama.

— E a hóspede?

— Ela nem dorme aqui, mama.

— Mas vive aqui.

— Bom dia! – Elle disse e me abraçou. — Como voce está, babyboy?

— Melhor.

— E vocês?

— Bem.

— E a senhora Cabello?

— Dormindo, mas está bem. Foi um grande susto. Vou pedir para prepararem o café reforçado que ela vai acordar com muita fome.

Assentimos e fomos para a sala. Amy sentou na poltrona e ligou a TV, Elle sentou ao meu lado e ficamos em silêncio. Na verdade, Amy e Elle não se falavam muito... elas quase nem se olhavam pra ser exato.

Mama passou para o jardim.

— Vai ver as rosas? – Amy perguntou e mama assentiu. — Vou também.

Mama esperou ela e a envolveu pelos ombros, Amy abraçou a cintura dela e elas saíram do meu campo de visão.

— Vocês tem algum problema?

— Nós brigamos uma vez.

— Ouch... eu posso falar com ela.

— Não. Ela estava certa e já pedi desculpas. Agora nos acostumamos com o tempo. – Concordei.

— Tudo bem.

— Você está bem mesmo? – Ela disse me encarando e tocando meu rosto.

— Fiquei assustado, mas ela é forte, esses dias no hospital foram terríveis.

— Eu sei. Você estava bem estressado.

— Desculpe, mas eu estava com medo. Minha mãe é tudo pra mim. Ela e a mama... nossa... eu nem queria imaginar uma coisa assim. – Senti meus olhos arderem.

— Ahhh Babyboy... não precisa ficar assim. Ela está bem agora. Tudo vai ficar bem, você ouvir o médico, é só ela se cuidar.

— Ela se cuida. Essa escola estúpida... eu tenho que sair dessa droga de escola, você se formou mesmo...

— Então... eu me formei e minha turma também, vamos sair dessa escola e você não vai mais ter problemas já que minha turma é a que incomoda vocês.

— Mas não é só ela... todas as turmas vão azucrinar, é sempre assim... o terceiro ano tem que ser o maioral sempre. Um saco.

Ela ficou me fazendo carinho e acabei pegando no sono.

Sweet YouthOnde histórias criam vida. Descubra agora