XXXVI🐺

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Jin

Já eram três da manhã e ainda não tinha conseguido pregar os olhos. Já fazia dois dias que estava em Jeju e ao contrário do seu objetivo que era conseguir respostas, estava chateado por só conseguir mais dúvidas. Sua avó teve que fazer uma curta viagem até Ulsan para resolver algumas questões de sua empresa e retornaria só no dia seguinte. Após a conversa com a senhora Kim e finalmente ter lido o diário de Jina, Seokjin encontrava-se com a cabeça pesada de tanto pensar. Tinha passado o dia lendo e relendo cada linha atentamente, tentando encontrar as respostas para este enigma.

Sempre gostou de estudar a história da magia e já tinha lido alguns livros sobre pactos de ligação mas nunca havia encontrado algo sobre alguém que o tivesse realizado. Lendo novamente a história contada por Jina pela décima vez, decidiu que precisava anotar em um papel suas ideias para melhor organizá-las. Não era tão bom com linhas de raciocínio continua e sentiu falta do marido, Namjoon sim conseguia traçar linhas do tempo com facilidade e visualizar as respostas. Procurou o celular pensando em ligar para o alfa, mas desistiu quando viu que o relógio marcava três da manhã. Conversava com o marido o dia todo e sabia que ele estava sobrecarregado com as obrigações da Moon e da MOTS, não iria o incomodar em plena madrugada.

Saiu do quarto e subiu a escada até o segundo andar. Acendeu a luz e foi até a prateleira que sabia que avó guardava cadernos e blocos de anotações. Essa era outra característica que tinha puxado de Kim Bo-ah, amava itens de papelaria. Colecionava cadernos, bloquinhos e os mais diversos tipos de canetas. Procurou na estante e escolheu um caderno com o desenho de uma alpaca simpática e algumas canetas com cheirinho de frutas. Estava se dirigindo feliz até a porta quando por impulsividade, correu até a gaveta e procurou por um maço de cigarros. Não encontrou nenhum e concluiu que a avó tinha levado consigo na viagem. Procurou mais um pouco e encontrou um único cigarro mentolado já um pouco amassado. Apagou as luzes, fechou a porta e seguiu para a cozinha em busca de um isqueiro.

Após procurar por todas as gavetas, deu risada pensando que estava cada dia mais parecido com Bo-ah. Pegou a chaleira, encheu de água, acendeu uma boca do fogão e acendeu o cigarro antes de colocar a água para ferver. Encostou no balcão e começou a pensar sobre o que poderia fazer. A verdade é que Jin era aquele tipo de pessoa que às vezes se preocupava tanto em ajudar os outros que acabava esquecendo de si. Mas aquela não era uma dessas situações corriqueiras da vida. Ele sabia que dessa vez, as coisas realmente dependiam dele. Mas o ômega era péssimo em ser racional, precisava do seu alfa para conseguir pensar melhor. Tragou mais uma vez e jogou a fumaça para o alto, rodando os ombros para tentar relaxar.

Um arrepio percorreu a nuca quando escutou um barulho alto no andar de cima. Não costumava ser corajoso mas, nunca teve medo dentro da casa de sua avó. Sabia que aquele era um local protegido não somente por todos os seguranças mas pela magia do clã Kim. Apagou o cigarro e o jogou na pia, andando com receio pela casa e acendendo todas as luzes por onde passava. Quando chegou no segundo andar, teve a impressão de estar sendo seguido. Olhou para todos os lados e não viu nada, tomou coragem e abriu a porta da sala principal. Acendeu a luz e entrou, observando que um dos espelhos preferidos de sua avó estava espatifado no chão.

- É, eu acho que eu não vou estar vivo para receber os poderes do clã Kim. A velha Bo-ah vai me matar quando voltar e ver que o espelho que ela ganhou da prima Camille quebrou. Com certeza ela vai botar a culpa em mim. - disse desanimado.

Foi até o armário do canto e retirou uma vassoura e uma pá para recolher os cacos.

- Fora que falam que quebrar espelho dá sete anos de azar, né? Mas nesse caso acho que não conta, não fui eu que quebrei. - estava varrendo quando sentiu seu corpo travar no lugar. Havia se sentindo assim uma única vez, no dia de seu aniversário de sete anos quando seus poderes despertaram. Tentou se movimentar mas não conseguia, sentiu o frio subindo dos seus pés a cabeça, fechou os olhos e começou a recitar mentalmente a oração que sua avó lhe ensinou.

A Promessa Entre Nós On viuen les histories. Descobreix ara