O meu pai é o Tony Stark

Capítulo 31

Anne

Aquele havia sido o primeiro dia em que alguém elogiava meu jeito de se vestir. Diferente de  "Assaltou o guarda roupas da sua avó" ou "Qual o convento que você frequenta"...aquele foi de fato primeiro elogio direto que eu recebia. E embora não usasse calças e moletons por uma questão de estilo, foi legal ouvir algo bom pra variar. E ainda que estar perto de algumas pessoas fosse difícil, eu sabia que Peter era uma pessoa mais que confiável, e com certeza não me apresentaria para pessoas que ele não confiasse 100%.

—— Fiquei sabendo que o Seu pai fez os valentões da sala mijarem nas calças. – MJ Gargalha. — A escola toda comentou a respeito.

— Como vocês souberam ? – Pergunto.

— O Tony amarrou dois deles no poste em frente a escola, o Harry com certeza ganhou uma plástica tão boa no rosto que não conseguiu voltar pra casa antes do dia amanhecer, todo mundo tirou saro e jogou vídeo na internet. Aqueles babacas mereciam uma lição a muito tempo. Fiquei mais que contente quando me mostraram. – Ela me entrega um celular rodando o vídeo.

Não consegui segurar a gargalhada ao ver os garotos tremendo das pernas. – Será que não vão processar o meu pai por ter dado um pequeno susto neles ?

— Claro que não, os manés do poste e o Zé mergulho não chegaram a ser agredidos... Só um pouquinho humilhados... enquanto ao Harry, ele já tem idade Suficiente pra ir pra cadeia, então a menos que queira ir parar atrás das grades, nenhum deles vai prestar queixa. Só estavam no colégio por que não faziam mais nada aqui além de tornar a vida dos outros impossível. – Responde Ned.

— Além disso ninguém nunca ganharia um processo contra o seu pai – MJ da de ombros.

— É melhor a gente entrar, o sinal já vai bater.

Seguimos para a sala de aula pouco antes do sinal. Senti todos os olhares em mim no momento em que que pisei na sala. Era desconfortável pra caramba...mas eu teria de que me acostumar...

— Bom dia alunos. – Grita um homem alto de barba.

— Esse professor é novo... – Sussurra Peter.

— Eu acabei de chegar na escola de Midtown, e vou estar com vocês durante um pouco período de tempo em substituição do antigo professor de teatro e ciências. – Explica. — Não sou muito do ramo de teatro, mas com certeza adoro a ciência...e espero que vocês possam gostar tanto quanto eu. – Ele sorri nós entregando uma grande pasta.

— Minha nossa, o que é isso uma bíblia ? – Falo alto sem perceber. Merda...

— Não é uma Bíblia mas se estiver achando grande podemos diminuir algumas folhas. – Responde.

Porra Anne, tinha que caçar treta com o professor logo de cara ?

— Me desculpe, eu não quis dizer que era grande eu só... – Gaguejo. — saiu sem querer.

Ele fica sério me encarando durante um longo período de tempo antes de soltar uma gargalhada profunda me deixando imensamente confusa. — Estou de brincadeira – Gargalha. — Não tem problemas, eu adoro alunos com senso de humor. – Sorri.

Ufa.

— E o que exatamente seriam esse monte de folhas senhor ? – Peter levanta a mão educadamente.

— Isso meu caro garoto, são as falas e história da nossa grande peça.

— Peça – Repetimos em coro.

— É isso aí ! Uma peça de teatro, onde vamos misturar a arte com a ciência...e se tudo correr como esperando, em breve iremos realizar nesse colégio um dos maiores eventos de projetos estudantis de Nova York.

Peter Suspira empolgado me dando uma cotovelada. — Você ouviu isso ? É o meu sonho se tornando realidade.

Dou um sorriso descontraído. — Então é bom se preparar pra levar o segundo lugar Teioso.

— Ora...e quem disse que você vai ganhar em primeiro ? – Ele faz careta.

— É só uma Intuição. – Respondo.

— Bom... nós iremos fazer uma peça, onde cada aluno terá o seu respectivo papel decidido em um sorteio. E com base nos seus personagens, vocês deverão construir, projetar ou modular seus projetos. De forma que eles ofereçam algo revolucionário não só para arte mas também para a ciência... Pode parecer confuso mais com um tempo vocês pegam a prática. Até lá temos um bom tempo para decidir e estudar o roteiro. Agora formem uma fila no centro da sala.

O professor tira de sua maleta um pacote escuro com vários papéis vermelhos. Onde cada um continha o nome de um personagem.

Com a sorte que eu tenho, com certeza vou tirar uma árvore. – Penso.

— Muito bem, agora muito calmamente e devagar, me falem o nome dos suas respectivas funções. – Ele Pede anotando todos em um caderno.

— É isso aí – Comemora Peter. — Eu fiquei com o cientista. O que você tirou Anne ?

— Artista. – Dou de ombros. — ainda não entendi o que vamos fazer.

— Ué, eu também fiquei com artista. – Retruca Ned.

— Eu também – Diz MJ.

— Bom, parece que vocês já notaram que só temos duas funções... Agora tudo o que precisam fazer é formar duplas com seu Artista, ou cientista... Juntos vocês devem criar um projeto que tenha como foco principal a junção de ambas as profissões. Não só o projeto como uma peça também.

— Ô professor, desculpa mais isso aí tá mais confuso que minha vida. – Boceja MJ.

— Certamente...no canto inferior direto dos papéis de cada um tem um número. Quem tiver o mesmo número que o seu já é automaticamente a sua dupla. – Explica. — Cada número corresponde também a folha de roteiro de cada um.

— Seis – Sussurra Peter.

Olho no canto do papel dando um sorriso grande ao perceber que tinha o mesmo número que ele. — Parece que vamos ter que conquistar o primeiro lugar juntos. – Sorrio.

— E sobre o que vai ser a nossa peça ? – Ele abre o reteiro na página 6 lendo o título da peça escolhida. — Amor e ódio. – Sussurra.— Eu achei bem poético.

Reviro os olhos sorrindo de canto. — Espero que o roteiro não seja tão bobo quanto você. – Respondo.

— Vocês tem Sorte, o nome da minha é A computação... Só o nome já me dá sono. – Cochicha Ned.

— Eu sei que estão bastante empolgados e animados com a novidade galera, mas agora preciso que todos leiam bem o roteiro e coloquem essas cabeças para funcionar. — Adverte.

— Professor. – Levanto a mão. — O senhor ainda não disse qual é o seu nome.

— Verdade, como pude ser tão esquecido – Ele dá dois leves tapas na testa. — Me chamo Reed Richards, e é um imenso prazer ser professor de vocês.