capítulo 36

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Depois que meu bebê que já não é mais bebê dorme, eu deixo ele no berço e desço pra beber água, mas acabo encontrando o Lucca na cozinha.

Ele está pensativo e não percebe a minha presença.

- Com licença, eu vim beber água.- digo chamando a atenção dele.

- Anna, eu queria falar com você.

- Pode falar- sorrio fraco e me apoio no balcão.

- Você sabe que meu pai gostava muito de você, né? Ele sempre falava que te considerava como uma filha.

- Sim, eu gostava muito dele também.

- Então, naquele dia em que ele morreu, lembra que ele nos chamou?

- Sim, lembro de todas as palavras que ele me disse.

- Eu também lembro, e ele me pediu pra te deixar ir embora, voltar pra sua vida, disse que era o desejo dele, e, se você quiser, hoje mesmo vai ter um jatinho te esperando e você pode voltar de onde veio.

Eu abro minha boca, totalmente surpresa e nem sei o que dizer.

Tudo que eu mais quero é voltar pro Brasil, preciso reencontrar meus amigos, eu sinto saudade deles, preciso sabem como eles estão, mas eu penso como vai ser isso.

O Filipe vai descobrir que tem um filho.

Imagina se ele quiser tirar o Theo de mim? Eu não posso ficar longe do meu pequeno.

Mas também sei que ele não é assim, ele não seria capaz disso.

Ou seria?

Quer saber? Não vou ficar vivendo de talvez, eu estou a três anos longe de todo mundo que eu gosto, da minha origem, sem comer uma comida brasileira que tanto amo.

Já tá na hora de voltar.

- Eu aceito- digo decidida e ele concorda.

- Ele também fez uma conta pra você, onde tem uma certa quantia que vai dar pra você viver tranquilamente pro resto da vida.

- Não precisa, sério mesmo.

- Precisa sim, era o desejo dele e assim vai ser..

- Tudo bem então.

- Vai lá, arruma suas coisas e a do Theo, assim que tiver tudo pronto, desce que eu vou te levar, tudo bem?

- tudo sim.

Ele sai da cozinha e eu bebo minha água rapidamente e subo correndo até o quarto.

Pego umas malas e coloco as minhas roupas, que não são muitas e as do Theo.

Ao todo foram 4 malas com alça e duas sem, e mais uma bolsa do Theo com as coisas que ele vai precisar pra usar durante o voo.

Eu tomei um rápido banho e troquei de roupa, como o Theo havia tomado banho entes de dormir, resolvi não dar mais.

Como ele ainda não acordou, vou descendo com as malas e quando elas estão todas na sala, o Lucca aparece e fala pra um homem vir buscá-las e levar até o carro.

- Só vou buscar o Theo, tudo bem?

- Tudo sim.

Eu subo até o quarto e vejo meu bebê lindo acordado coçando os olhinhos.

- Oi meu amor, vamos pra casa?

- Casa- sorri batendo palminhas e eu pego ele no colo.

O Theo acorda todo manhoso, é incrível.

Pego a coberta dele e coloco em meu ombro.

Olho o quarto que fiquei durante esses anos e sorrio fraco.

Tá na hora de dizer tchau.

Pego o brinquedo do Theo que deixei separado e dou pra ele segurar, mas o mesmo nega com a cabeça e se deita em meu ombro.

- Manhoso- sorrio e passo a mão no cabelo dele.

Saio do quarto e desço as escadas, o Lucca está perto da porta mechendo no celular.

- Podemos ir- digo e ele se vira pra gente.

- Posso segurar ele?- pergunta e eu concordo.

Foram poucas as vezes que ele pediu, mas eu sempre pegava ele brincando com o Theo que sempre gargalhava.

- Tio- diz pro Lucca que sorri fraco e pega ele.

- Aqui tem tudo que você vai precisar, os dados da conta estão aí também, tem um cartão que você pode usar em qualquer lugar que você for, e outras coisas também- me entrega um envelope e eu agradeço.

Nós saímos da casa e eu já vejo o carro parado em frente, o segurança abre a porta e eu entro primeiro, logo em seguida ele entra com o Lucca e coloca ele sentado sobre seu colo.

Entrego o brinquedo dele que agora sorri e pega.

- Ele gosta de você- digo pro Lucca que sorri fraco.

- Eu também gosto dele, eu não te falei nada, mas a um ano atrás encontrei uma mulher que fez meu coração bater mais forte, a gente começou a namorar e agora ela está grávida- ele diz e eu sorrio.

- Eu fico muito feliz por você, sério mesmo, tô vendo que você vai ser um ótimo pai!

- Espero que sim, no começo eu não fiquei muito animado, mas sempre que eu chegava em casa e via o Theo brincando, imaginava como seria com meu filho, aí fui me acostumando com a ideia.

- Criança é uma benção, você vai ver.

Ele concorda e depois nós ficamos em silêncio.

Depois de um tempo o carro para e então o motorista desce do carro abrindo a porta em seguida.

- Chegamos- o Lucca diz e eu desço do carro com ele saindo logo em seguida com o Theo no colo.

Vejo um enorme jatinho a nossa frente e abro a boca.

Caralho!

- Eu entro com vocês- ele diz fazendo sinal para que eu passe na frente, assim faço.

Eu entro e logo encontro com o piloto e o copiloto, eles nos encontram e me direcionam até uma poltrona, em uma delas tem presa uma cadeirinha de bebê.

O Lucca coloca o Theo sentado sobre ela e da um beijo na testa dele.

- Desejo tudo de bom pra vocês, espero que possamos nos encontrar um dia pra que nossos filhos se conheçam- sorri fraco- é estranho saber que já já eu vou ter um filho também.

Eu sorrio e coloco o envelope que ele me deu sobre a mesa.

- Sua ficha realmente só vai cair quando você tiver ele em seus braços.

- Pelo jeito vai sim.

Logo todas as minhas malas são colocadas pra dentro e eu deixo a bolsa com as coisas do Theo sobre uma poltrona.

- Bom, tchau- ele me dá um abraço rápido.

- Obrigada por tudo mesmo, sério, não sei como agradecer.

- Você já agradeceu a meu pai, tá tudo bem.

Eu sorrio fraco, e depois que se despede do Theo, ele sai.

Uns minutos depois o piloto pede pra que eu coloque o sinto, eu vejo se tá tudo certo com o Theo, coloco um fone de proteção no ouvido dele e sorrio nervosa.

Quando o avião decola e eu respiro fundo e deixo uma lágrima descer.

Só Deus sabe o que espera por mim lá no Brasil.

𝗣𝗮𝗴𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗩𝗮𝗹𝗶𝗼𝘀𝗼•• 𝗙𝗶𝗹𝗶𝗽𝗲 𝗥𝗲𝘁Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora