capítulo 55

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Filipe


Acordo com uma dor no corpo e vou abrindo os olhos devagar.

Sinto uma mão segurando a minha e dou um aperto nela.

Abro meus olhos e vejo um lugar todo branco e o barulho de alguns aparelhos me fez perceber que tô em um hospital.

- Filipe...- ouço a voz da Anna me chamando e viro minha cabeça pro lado vendo a figura cansada dela.

Fecho meus olhos tentando me lembrar do que aconteceu, me lembro de ter chegado perto de um policial que tava jogado no chão pra poder recolher a arma dele, mas o filho da puta tava vivo e atirou em mim.

Tento me levantar mas sinto uma dor no meu braço, só aí que vejo que tem uma agulha enfiada nele.

- Calma, vida, você não pode levantar agora- passa a mão no meu rosto e deixa uma lágrima cair.- eu fiquei tão preocupada com você.

Dou um beijo na mão dela e fecho os olhos.

- Tô vivo, gata, não foi dessa vez que o diabo me recebeu.

- Credo Filipe, para de ser assim- bate no meu braço, bem onde eu levei um tiro e eu grito- me desculpa, esqueci.

- E aí, o que rolou?

- Você levou um tiro, perdeu muito sangue e precisou de transfusão, quem fez? A gata aqui- aponta pra si mesma- depois a gente vê isso, mas eu tenho uma coisa séria pra te contar.

- Então quer dizer que você me salvou?

- É... Digamos que sim, na sua veia corre meu sangue.

Eu sorrio negando com a cabeça e puxo ela pra um selinho.

- Obrigado, gata, faria o mesmo por você. Agora conta o que rolou.

- Depois de tudo isso que aconteceu com você, rolou outra invasão no morro, dessa vez da Bope junto com a policia civil, eles eram em muitos e...

- E o que?- tento me sentar mas não dá por conta dessa porra no meu braço.

- Seus homens não deram conta e o morro foi pacificado.

Namoral? Passou um ódio pelo meu corpo que eu arranquei essa agulha do meu braço e me sentei.

- Filipe pelo amor de Deus...

- Meu morro foi pacificado e agora aqueles desgraçados tão comandando?

- É.

- Cadê os caras?

- Alguns morreram, outros foram presos e alguns fugiram.

Passo a mão pelo meu cabelo e me controlo pra não surtar.

Isso tudo acontece e eu aqui na porra desse hospital.

- Cadê o Gm, Ph e o Th?

- Eles sumiram, ninguém sabe o que rolou, até agora não entraram em contato.

Namoral? Que porra!

- Caralho mano, puta que pariu.

- A Isa disse que o morro tá uma bagunça total, eles tão entrando em todas as casas e abordando moradores pra acharem armas e drogas.

- Essa é a paz que os filhos da puta tanto presam, mal sabem eles que os moradores tem mais medo deles do que de nós.

- Pois é, mas agora os meninos tem que aparecer e vocês pensarem em algo, mas por enquanto você tem que se recuperar.

- Caralho nenhum, vou sair daqui agora.

- Não, Filipe, você não vai.

- Vou sim, já fiquei tempo demais aqui e olha tudo que aconteceu, aquele morro é meu, Anna, eu tenho que tomar ele de volta, e eu não vou pedir.

𝗣𝗮𝗴𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗩𝗮𝗹𝗶𝗼𝘀𝗼•• 𝗙𝗶𝗹𝗶𝗽𝗲 𝗥𝗲𝘁Onde histórias criam vida. Descubra agora