76° Murilo

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Acordo no dia seguinte com a luz do sol batendo na minha cara, Melissa ainda dormia cansada da noite passada.

Vou para o banheiro e tomo um banho, dei um jeito na barba e troquei de roupa, deixei ela lá descansando.

Fui no quarto dos meninos e acordei os três, dei banho e café da manhã para os três, enquanto eu arrumava a bandeja para levar para a Mel o Miguel entra com uma cara de cansado.

- Ser irmão mais velho cansa né?- perguntei sorrindo.

- Demais.- ele pega um copo com água.

- Agradece por não ter meninas.- ele ri e sai, termino a bandeja e peço para não brincarem perto da piscina.

Chego no quarto e fico olhando ela dormir, totalmente despreocupada, flashes da noite passada aparecem ela totalmente entregue.

Seus olhos escuros de prazer e ela pedindo mais, enquanto mais eu fazia mais ela pedia, toda a saudade que eu estava dela acabou ali.

Agora tenho meu amor por ela, por nossos filhos e o desejo de fazê-la feliz, eu sinto como se eu devesse isso para ela, sinto que ela já sofreu demais por culpa minha.

- Vai ficar me olhando até quando?- ela sorri se mexendo na cama.

- Eu ficaria aqui pelo resto da minha vida.- sento do lado dela na cama e coloco a bandeja no colo.

- Nossa já foi comprar tudo isso?- neguei.

- Já estava ai, pedi para a Cida encher a geladeira.- ela me olha confusa.- a casa é nossa, comprei um tempo atrás.

- Não para de me surpreender.- ela sorri.- e as crianças?

- Brincando lá fora.- respondo tomando suco.- Miguel está lá, ele consegue cuidar dos dois.

Ela concorda e continua comendo, conversamos sobre a reunião da favela, sobre a empresa e várias outras coisas, as crianças apareceram e brincaram em cima da cama.

Quase no fim da tarde nós fomos até a praia, fizemos castelo de areia, corremos, brincamos e nadamos, é tão bom vê-la sorrindo, leve e despreocupada.

Voltamos para a casa e arrumamos as coisas, no dia seguinte teríamos a reunião da família, alguns conheceriam o Gui e depois falaríamos de assuntos sérios.

- Queria poder ficar mais.- Mel fala terminando de fechar a mala.

- É eu também, mas essa casa é nossa podemos voltar outras vezes.- falo abraçando ela.

- Podemos passar a lua de mel aqui.- ela sorri.

- Já tenho nossa lua de mel planejada.- falo me lembrando do que ela tinha escrito no diário dela.

- Preciso planejar nosso casamento então.- concordo com a cabeça.

- Segunda-feira daremos início aos preparativos.- os olhos dela brilham.

- Já estou ansiosa.- eu sorri e beijo a testa dela.

- Vamos, temos três horas de viagem pela frente.- desço com as malas enquanto coloco tudo no porta malas, Melissa arruma os meninos nas cadeirinhas.

Assim que fechei tudo, liguei o alarme da casa e logo saímos, nos primeiros minutos brincamos com os meninos, logo depois os três dormiram.

- Devem estar exaustos.- Mel olha para trás.

- Brincaram demais.- eu ri.

- Você pensa em ter mais filhos?- ela parecia tensa.

- Eu não parei para pensar nisso, temos três ainda pequenos, não sei se conseguiríamos mais um por agora.- ela sorri aliviada talvez.

- É eu também penso assim.

- Podemos tentar daqui um tempo, um bebê meu e seu, eu sempre vi a casa do tio dado cheia de gente, você e os gemeos, eu o Pedro, almoço de domingo com a mesa lotada.

- Sinto falta disso.- ela suspira e eu aperto a coxa dela.

- Por pouco tempo, logo vamos ter os três aí comendo, brincando, brigando, por todo canto.- ela segura minha mão.

- Quero muito que a amizade deles seja igual a sua com o Pedro.- eu sorri

-  Vai sim, relaxa.- eu falo e continuo dirigindo por mais uma hora e meia.

(...)

- Amor, acorda já chegamos.- eu chamo assim que paro na frente da casa do Pedro.

- Nossa quanto carro.- ela fala olhando para fora.

- Família reunida.- nós rimos.

Acordamos os meninos e entramos, tava um puta cheiro de churrasco, bebida pra tudo quanto é lado e o Pedro descendo com a Marina e a tia Dan.

- Ai que saudade de vocês.- ela abraça a Mel e depois eu.- Onde estão meus bebês?

- Por aí, saíram correndo assim que entraram.- a Mel explica.

- E as novidades?- Dan nos encara sorrindo.

- Estamos noivos.- elas começam a gritar, logo chega a Marina, Bru, Liz, Lara, Camis com a namorada e o Biel.

Todas ficam babando no anel e logo depois no Gui, mulheres gritam e choram por tudo, dei um beijo na cabeça da Mel e fui encontrar os meninos.

- Ó meu jogador caro aí.- Tuim fala e os caras me olham.

- E aí menor, de boa filhão?- Leandro aperta minha mão.

- Qual foi rapaziada.- falo pegando uma latinha.

- E essa aliança aí mano?- Chuck me encara e eu sorri.

- Já estava na hora irmão.- ele me abraça, assim como todos ali.

Viu? Sem gritos, sem lágrimas só um abraço e claro ameaça 'cuida dela se não te mato', só isso sem nada dessas coisas melosas.

Ficamos conversando e curtindo, Douglas tinha saído com o tio Dado e não voltaram ainda, Pedro estava inquieto na cadeira, encostei perto dele.

- O que está acontecendo?- ele me encara.

- Briguei com a Dan, e o tio Dado pediu pra levar ele na boca pra ver como andam as coisas.- eu encaro ele.

- Mas tá tudo certo não está?- ele me olha e sei que lá vem merda.

Tio Dado chega e me vê, me abraça e me parabeniza, come e toma umas, Melissa aparece e chama ele, eles saem e ficam uma cota conversando só os dois.

A Ju aparece do nada, fala para todos irem para a sala, ela parecia nervosa, acho que nunca viu tanto traficante junto, os meninos até tentaram dar ideia nela mas o Leandro logo cortou.

- Ju entrega para eles os relatórios.- Melissa pede, a postura dela já é outra, na sala tinha muita gente, em banquinhos, cadeiras no sofá e alguns no chão mesmo e os três menores brincando de carrinho.

Nossa família cresceu rápido demais e foi de uma hora para outra, todos ali prestavam atenção só na Mel e no tio Dado.

- Antes da Melissa ir para a França, pedi para que ela fizesse um levantamento de lugares dentro e fora do país.- tio Dado começa.

- Pra que?- a Dan encara ele, pelo visto ela não sabe os planos do tio.

- Para abrirmos negócios, eu Fael e Dg conversamos bastante, Silas ficou meio indeciso mas depois todos concordamos que voltaríamos.

- Pra cá?- Leandro pergunta.

- Não necessariamente, nós vamos voltar para o movimento.- os caras sorriram e tia Dan sai.- vai explicando aí que eu já volto.- tio dado fala e sai atrás dela.

- Bom...

Melissa (Livro 2) |Pausada|Onde histórias criam vida. Descubra agora