Capítulo 11

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O começo do feriado de Ação de Graças significa que não tem aula, mas tem treino extra de basquete. Eu não me importo; estou tão animada com a esperança de destruir Cottonwood daqui a algumas semanas — ainda mais depois que Imra me vir com Lena nesse fim de semana — que eu treino com mais afinco do que nunca, chegando à quadra mais cedo e ficando até mais tarde que todas as minhas colegas.

Alex e eu passamos nosso tempo livre no começo da semana assistindo a filmes. Sara se junta a nós sempre que ela pode, mas o
Chaminé está mais lotado que o normal com o feriado, então ela está sobrecarregada com turnos. Em uma das manhãs livres, nós três dirigimos até o Chuck Munny para assistir à sessão dupla de As patricinhas de Beverly Hills e Nunca fui beijada. Quando saímos do cinema, eu recebo uma mensagem de Lena.

Lena Luthor: Planejando minha roupa pra festa. Vou de vermelho. Não me copie.

Não consigo evitar rir.

No Dia de Ação de Graças, nós comemos o peru de sempre, com o molho de cranberry. Sara nos traz hidromel que sobrou do restaurante e meus pais me deixam experimentar um pouco. Linda fecha a cara e pega porções extras da torta de abóbora.

— Isso é uma puta sacanagem — reclama, enfiando o garfo na torta.

— Não use essa palavra — briga mamãe.

Sara aproveita a distração para pegar alguns pedaços de peru para Super e Corp. Papai vê, mas se faz de desentendido. Depois que terminamos de lavar a louça, nos deitamos nos sofás e assistimos a uma série.calma sobre pescadores no Alasca. É perfeito.

— Kara, a gente estava querendo te dizer uma coisa — papai diz durante um comercial. — Estamos muito orgulhosos de você seguir em frente depois da Imra. Você está dando o melhor de si no basquete e no seu novo relacionamento. É uma lição e tanto de superação.

Mamãe afaga o meu cabelo para longe da testa.

— A gente sempre soube que você ia dar a volta por cima.

Faço uma piada para desviar a atenção dos elogios. Tomo cuidado para não olhar nos olhos das minhas irmãs; elas enxergariam a verdade. Sinto uma pontada de vergonha sabendo que eu vou ficar exibindo meu relacionamento falso para Imra no sábado à noite, mas bloqueio esse sentimento. Trabalhei duro demais nisso para chegar até aqui.

***

Se há um mês tivessem me falado que eu estaria chegando na festa de Helena Bertinelli com um grupo que consiste em Lena, Nia, Alex e eu, eu teria rido na cara da pessoa. Ainda assim, aqui estamos.

— Você me deve uma — avisa Lena, enquanto nos dirigimos até a calçada da frente. Ela sussurra perto do meu ouvido para que Nia não ouça. Uma parte de mim só queria que ela contasse tudo sobre o nosso acordo para a amiga.

— É mesmo? — pergunto com um sorriso inocente. — Até parece. Você esqueceu que está fazendo isso porque eu te impressionei com o meu grande gesto cavalheiresco de roubo de bilhetes?

— Sim, supergalante — ela retruca.

A casa de Helena está frenética quando chegamos lá. Tem pessoas espalhadas com copos descartáveis, fazendo barulho e posando para fotos. Sam e Brainy estão parados na parede do saguão, observando todo mundo como se não soubessem bem o que fazer. Os dois estão arrumados — ou, ao menos, a versão deles de arrumados. Brainy está usando a sua melhor blusa e Sam está vestido com uma jaqueta estilo militar por cima do moletom de
sempre.

— A gente acabou de vir do jantar — Sam diz, nos cumprimentando com abraços. Ela aperta Alex pela cintura e ela fica excepcionalmente quieta.

— Pizza. — Trouxe sobras se vocês quiserem — Brainy diz, passando uma caixa na nossa direção. — Eles têm os melhores palitinhos de alho.

She Drives Me Crazy - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora