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Um quarto estranho

Um bom tempo já havia se passado desde a vinda daquela garota e as pequenas criaturas, os sons haviam sumido e o silêncio reinava absoluto no cômodo onde as bonecas estranhas continuavam a nos encarar com seus olhos vazios, era uma sensação estranha e incômoda.

—E agora?O que vamos fazer?Não me parece seguro ficar andando por aí, não depois de ter visto aquela mulher.

Ela era meio assustadora.

—Meio?Há!Parecia com uma dessas bonecas bizarras, só que em tamanho real.

É, realmente, era muito assustadora.

—De qualquer forma não podemos ficar parados — caminhei até o centro do quarto —Uma hora ou outra alguém vai acabar voltando aqui, conseguimos passar por aquelas pessoas estranhas antes mas não podemos contar sempre com a sorte.

—Bom, o que vamos fazer então? — Lance de aproximou, a pele azulada reluzindo com o brilho dos cristais — Arriscar entrar em outros quartos?

—Não, vamos seguir aquela garota.

—O quê?!

—Dexter, consegue rastrear o cheiro dela?

Claro mestre!

—Ótimo.

—Nada ótimo!Por que vamos seguir logo aquela mulher estranha e assustadora?Não sei se de onde você estava conseguiu ver, mas ela parecia um fantasma!

—Uma assombração...

—Isso!Melhor ainda!Uma assombração!

—Não, eu não vi muita coisa, mas essa é nossa melhor opção.

—Nossa pior opção, você quis dizer.

Não entendi mestre — dessa vez foi Dexter que se aproximou — Por que segui-la e não continuar explorando?

—Já expliquei, não podemos contar sempre com a sorte, e outra, ela disse algo estranho que pode valer a pena investigar.

—O quê?

—Sua atenção é péssima.

—Oh me desculpe, estava ocupado de mais tentando não ser descoberto!

Me lembro dela dizer algo sobre uma cauda e uma boneca mestre...

—Exato!

—Isso ainda não faz sentido.

Suspirei, já estava começando a me sentir exausto.

—Vejam as bonecas que estão aqui, todas estão montadas ou caracterizadas de formas diferentes com os mais variados tipos de matérias.

—Sim, mas e daí?

—Pense um pouco cérebro de girino, esse quarto parece ser de uma criança, provavelmente daquela garota.

—Mas ela não parece ser uma criança.

—Não do tipo que ainda brinque com bonecas.

—Ou ao menos com essas bonecas.

—Espera — o tritão finalmente pareceu compreender — Está querendo dizer que ela pode estar usando outra coisa para fazer suas bonecas?

—Ou alguém.

O olhar cristalino fixou-se ao meu, incrédulo, descrente.

Lance parou, parecia profundamente pensativo.

Amenadiel (Pausado)Where stories live. Discover now