Capítulo 14

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Nathan

Ao chegar na varanda, S/n estava com uma garrafa de vinho em mãos e olhando para o céu estrelado.
Me aproximando pouco a pouco, ela nota minha presença e seu corpo se endireita, passando os dedos pelos fios bagunçados do cabelo, arrumando-os, até que por fim nos olhamos.

-- Noite bonita, não acha? -- pergunta ela colocando a garrafa no apoiador da pilastra.

-- Com toda certeza. -- respondo colocando os cotovelos no apoiador e olhando diretamente para a rua vazia.

O silêncio paira pelo ar, o vento chega de maneira suave e tranquilo. De forma repentina, vem uma imagem de meu irmão Sam sorrindo. Quando criança, costumávamos subir no telhado e admirar o céu escuro, contando cada constelação que encontrávamos. Se soubesse que aquela seria a última vez que olhamos o céu assim, eu teria aproveitado mais aqueles minutos com ele.

-- Nunca pensei que.. -- S/n começa a dialogar comigo. -- algum dia, eu estaria sendo "rival" da minha tia.. -- volto meu olhar especialmente a ela, dando minha total atenção. -- ela passou a cuidar de mim depois da morte de minha mãe, mas depois de um certo tempo, ela começou a ter comportamentos estranhos e acabou mudando radicalmente, saindo da tia boazinha para a pessoa mais cruel que já conheci.

-- Sério, S/n? -- pergunto mudando meu campo de visão para a rua novamente -- eu sinto muito..

-- Não sinta, isso tudo que aconteceu me fez perceber o quão egocêntrica e possessiva ela é.. -- viro minha cabeça em direção a ela, com os dedos das mãos cruzados no parapeito. -- e mal sabe ela que as suas atitudes, infelizmente afetaram parte da minha vida de tal maneira que.. -- deixo meu corpo ereto e cruzo os braços virando de frente para S/n -- ..hoje em dia, na maioria das vezes, é difícil para mim confiar nas pessoas, mesmo gostando muito delas. -- ela faz uma pausa e olha em minha direção -- agora entende o porque foi difícil aceitar o seu perdão?

Assenti como resposta e para confirmar, respondi:
-- Obrigado por me contar tudo isso. Já é um grande avanço.

-- Espero nunca me arrepender disso. -- diz dando um sorriso de canto. Em fração de segundos, ela pega a garrafa de vinho e bebe um gole generoso.
Posso ver sua mandíbula contrair levemente, talvez seja pelo fato de minha presença a deixar tensa e o assunto no momento, ser sobre ela. O que não me incomoda nem um pouco. -- Por que está me olhando desse jeito? -- pergunta ela envergonhada e com seu rosto corado.

-- Nada demais.. -- faço uma pausa analisando cada detalhe de sua pele. -- Alguém já te disse o quão linda você é?

-- O.. o quê?! -- sua voz começa a enfraquecer e aproveito a deixa para diminuir a distância entre nós. -- Por acaso está fazendo o mesmo que fiz com você lá dentro a pouco tempo atrás?

-- Talvez eu goste de pagar com a mesma moeda.. -- respondo olhando diretamente para seus lábios.

-- Posso dizer que isso não foi nem um pouco honesto da sua parte. -- responde ela em um tom irônico e deixando escapar um sorriso sarcástico.

De repente, ela pega meu colar e começa a brincar com ele, arrastando a cordinha de um lado para o outro. Abaixo a cabeça para observar seus movimentos com o objeto e em perfeita sincronia, nossos olhares se encontraram e pude ver claramente em sua expressão que ela estava bem naquele momento, então eu também estava.

***

Romance With A Drake | Tom HollandWhere stories live. Discover now