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                           🥀Tainá Costa🥀

João Lucas e eu ficamos de babá da Manu. Ela se comporta muito bem, mas da pra notar que ela sente falta dos pais. Ela fica meio pra baixo, não sei explicar, mas não parece a Manu de sempre.

Lucas sai do banho e deita do meu lado. Estamos dividindo um dos quartos de hóspedes da casa da Bárbara.

— você não precisa faltar ao estágio amanhã. Eu posso ficar com a Manu sem você.

— você tem nojinho até de trocar ela.

— eu nunca vou entender com aquela menina lindinha faz um estrago daqueles.

Ela começou a introdução alimentar, então a situação não é muito boa ...

— mas eu posso ficar com ela, Tai. Sei que você não quer faltar ao estágio. Prometo que se achar que não dou conta eu fujo pra casa da Carolina.

— tudo bem. Mas não quero que corra pra Carolina, quero que me ligue.- nada contra a Carol, amo ela. Mas é que eu me comprometi, eu disse que ia cuidar dela então não quero que a Babi perca a confiança em mim.

— sim, senhora. Aprendi com o relacionamento dos meus pais, que a esposa manda e o marido obedece.

— ridículo.

É nada de assinar o divórcio. Acho que a gente só piorou a situação,  jantamos algumas vezes com os pais dele, vimos os meus pais, e ele tem passado todas as noites no meu apartamento, tem várias roupas dele no meu closet, tem as comidas que ele gosta na geladeira e armário e a poucos dias chegou uma encomenda pra ele lá em casa.

Viro me deitando de lado e Lucas faz o mesmo me abraçando por trás.

— boa noite.

— boa noite, Taizinha.- ele beija o meu ombro.

                                        [...]

Quando acordei o "meu marido" não estava mais no quarto, usei o banheiro e desci pra encontrar ele e a minha afilhada.

Ambos estão na mesa pra tomar café, Manu tá no cadeirão comendo mamão, coitada tá toda suja. Isso de introdução alimentar da muito trabalho.

— bom dia - os dois olham na minha direção, ambos sorrindo

— bom dia. Fala pra sua dinda que você tá se comportando muito bem e que ela pode ir pro estágio sem se preocupar.

Manu ignora e pega um pedacinho de mamão e tenta enfiar na boca. A cena é engraçada já que o mamão é liso e fica escorregando da mãozinha minúscula dela.

Me sento pra tomar café com eles. Tô adorando brincar de casinha com esses dois, é tão divertido.

— ei - ele me chama- vai tranquila. Vou cuidar bem dela. Manuela me adora.

Eu digo que essa menina é uma mini assanhada, mas ninguém me escuta.

— eu sei que vai. Se não cuidar o Victor te mata. Ela é a princesinha do papai.

Assim que escuta a palavra "papai" ela me  encara e depois olha em volta do cômodo procurando por ele.

— o bebê - cutuco a ponta do nariz dela - ele já já tá aí. Na verdade amanhã eles pegam o avião pra voltar.

Ela faz beicinho e me encara.

— coitada da Bárbara, é só uma barriga de aluguel.

— sim.

— se eu um dia engravidar e o bebê preferir o pai e já vou logo deixando no orfanato. Vou ser a preferida e deu.

— será ? Eu tenho um charme daqueles.

Olha a audácia desse idiota.

— dane-se o se charme. Vai sair de mim e vai mamar nos meus peitos a preferida vai ser eu.

Por um segundo eu fico perdida, estamos falando mesmo de filhos ?

Cara, eu tô muito fodida.

                                      [...]

Quando cheguei depois do estágio dei de cara com a cena mais fofa que eu já vi.

João Lucas tá dormindo no sofá com a Manu deitada na barriga dele babando toda a blusa dele.

Eu tenho problemas, é sério. Acho tão atraente homens cuidando de bebês.

É agora que começa a tocar Daddy Issues ?

Subi tomei um banho e depois acordei ele. Manu foi pra cama e ele veio me fazer companhia na cozinha.

— como foi no estágio ? - ele pergunta. Na verdade ele sempre pergunta sobre o meu dia, é fofo.

— foi legal, tirando a parte que aquela criança vomitou em mim - faço careta.- essa parte foi horrível. Eu vi o cereal de letrinhas dela.

— eu não ia conseguir ser um enfermeiro. Não tenho estômago pra isso.

— Babi me contou sobre o homem que você matou no dia que salvou ela. Como você não tem estômago ?

— ele não vomitou em mim - ele dá de ombros.

— você é estranho.

— você não pode menosprezar o seu marido, Taizinha - ele para do meu lado - isso desgasta o relacionamento.

— ridículo.

—  e seu marido. - ele pisca pra mim.

— não sei como, sou muita areia pro seu caminhãozinho.

Ele para na minha frente prensando meu corpo contra a bancada.

— bom, - ele põe uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha - em momento algum você reclamou do meu caminhãozinho. Na verdade você se aproveitou muito dele.

Babaca convencido.

— deu pro gasto - na verdade foi muito mais que isso. Mas são só detalhes.

— você quer mesmo que eu repita o que você costuma sussurrar no meu ouvido.

— cala a boca. Você não ouse.

Na hora do tesão a gente fala cada merda. Depois a gente fica morrendo de vergonha. " sério que eu disse aquilo ?

Ele ri da minha cara e me beija.

— como o seu sanduíche pra deitar, você parece cansada.

—  que bom que eu tô quase me formando. Não vejo a hora de pegar o maldito diploma.

— hmm, uma esposa enfermeira com diploma e tudo. Minha mãe vai criar um pedestal pra você, e vai fazer eu ficar de quatro pra você poder pisar em mim para pode sentar no maldito pedestal.

— vê se entende. Você é um intruso na família, eu roubei a sua mãe e até mesmo o seu pai- ele sorri.

— verdade. Aqueles dois te amam demais.

—E eu amo eles.

Os pais do Lucas são incríveis. Eles me tratam melhor do que meus próprios pais.

A dona Maria sempre que me vê fica me exaltando, ou pela minha aparência ou por estar orgulhosa da minha faculdade.

A família do João Lucas é incrível. É por isso que ele é tão perfeito, foi criado por pessoas que amam e se importam de verdade com ele.

ObsessãoWhere stories live. Discover now