Capítulo 36 - Escuridão

345 34 17
                                    

JULIETTE

Já era segunda-feira, era a quinta noite que dormíamos no hospital, mas não reclamávamos, só dos nossos filhos não terem precisado de uti neonatal já era motivo de muita comemoração, ficaríamos o tempo necessário para levar os três para casa com plena saúde. Só estava eu e Rodolffo no quarto, agora já pegamos o ritmo deles e eles são bem calmos, dormem a maior parte do tempo e só choram mesmo para mamar ou trocar a fralda. Até banho os três gostam, não podia ser mais tranquilo. 

A doutora entra e pela sua expressão vem boa notícia.

- Bom dia, papais! E aí como foi a noite?

- Bom dia, doutora. Foi tranquilo. Eles não dão um pingo de trabalho.

- Juliette, eu te dei alta e o pediatra passará daqui a pouco para dar alta aos pequenos. Vocês tem meu número e podem me ligar a qualquer hora se tiverem alguma dúvida ok?

- Que felicidade e muito obrigado por todo cuidado que ocê e sua equipe tiveram com meus filhos e com a Juliette, serei eternamente grato. - Rodolffo agradece e dá um abraço na médica.

- Que isso, é o nosso trabalho. - ela responde.

- E fazem muito bem, me senti muito segura. Muito obrigada por tudo! - agora era a minha vez de abraçar minha médica que me ajudou a trazer meus filhos ao mundo.

Ela se despediu e logo passou o pediatra para a última consulta, os bebês estão excelentes, comendo bem, sem nenhuma complicação. Ele também deu alta e já começamos arrumar nossas coisas para ir para casa. Só estávamos aguardando meus sogros que iriam ajudar a levar os três pequenos. Meu pessoal já estava em casa preparando uma recepção, eu pedi para que se reunissem, assim todos já conhecem os bebês e depois não vou receber visitas tão cedo, quero calmaria para eles e também para que eu e Rodolffo possamos ficar mais juntos neste momento tão especial.

- Amor, acho que já vou adiantando e ir lá assinar sua alta enquanto meus pais não chegam.

- Melhor, assim quando eles chegarem a gente já vai.

Rodolffo saiu, os bebês dormiam tranquilos após mamarem muito, pensa em três bichinhos gulosos, ainda bem que leite é o que não falta, aproveito para ir ao banheiro, vejo a minha cara pálida, passo apenas um batom e um rímel e já dá um up. Escuto o chorinho de Maria Luísa e estranho porque ela só chora para mamar, mas acabei de dar. Já estava abrindo a porta do banheiro para pegá-la quando escuto a porta do quarto bater e o choro parar. 

Sai do banheiro e estranhei, pois achei que era Rodolffo que havia entrado, vou até o bercinho de Maria Luísa e ela não está lá, será que Rodolffo viu ela chorando e levou para fora para não acordar os irmãos, mas ele nunca fez isso.  Abro a porta do quarto e não tem ninguém no corredor, sinto um frio na espinha. Pergunto para a enfermeira que estava passando se ela tinha visto Rodolffo com minha filha.

- Juliette, acabei de vim da administração e Rodolffo ainda estava lá assinando sua alta. Preciso que fique calma e me conte. 

- Eu fui no banheiro, ouvi o choro de Maria Luísa e quando sai para pegá-la ela não estava no berço, mas ouvi o barulho da porta do quarto batendo, pelo amor de Deus ajude a encontrar minha filha. 

Ela passa uma mensagem em seu radinho com um código e logo vejo o chefe de segurança do hospital e algumas enfermeiras vindo para ficarem comigo e com meus filhos. Neste momento me dou conta, levaram minha filha, minha vontade e gritar, mas tenho que manter a calma pelos meus dois filhos que dormem como um anjo.  Coloco a mão no rosto e um sentimento de culpa me toma, porque não esperei Rodolffo voltar, porque fui deixar os três sozinhos. 

Sonho de Amor - 2ª TemporadaWhere stories live. Discover now